Banco de Conceitos
Este Glossário se constitui num Banco de Conceitos que tem como finalidade organizar os conceitos fundamentais estudados nas leituras realizadas neste curso. Os conceitos deste glossário formam o material teórico básico desta disciplina. Cada um de voces devem colaborar com ao menos seis conceitos no decorrer do curso, vindos do seminário próprio ou de outras leituras.Cada conceito deve ter ao menos 4 paragrafos de 5 linhas cada e indicar procedencia incluindo autor, artigo ou livro, local e data da publicação e se possivel número das páginas.Incluir também seu nome e email.
Critério de ordenação atual: Por data de atualização crescente Por ordem cronológica: Por data de atualização | Por data de criação
JG | Escritor, por Michel Schneider | ||||
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É aquele que não sabe quem é. Quem escreve? Não respondamos, porém, depressa demais: ninguém. Em francês, podemos dizer: isso neva, ça neige. Depois da psicanálise, e com rigor: isso pensa, isso fala ou isso deseja (ça pense, ça parle, ça désire); mas não: isso escreve (ça écrit). Nem: isso lê, aliás. Há sempre alguém quando se escreve. Diversamente, quando se analisa também. Mesmo se esse alguém tenta se abolir, apagar‑se ante as palavras, o texto não é nunca de ninguém, nem o inconsciente uma formação desencarnada. | |||||
ML | O Plagio | |||
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O plagio pode ser fruto de uma de uma atitude infantilizada de apropriação do que foi feito, ou fruto de uma compatibilidade de ideias que se da no plano do inconsciente. | ||||
RM | Outro imaginário, Michel Schneider | |||
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É o outro que sou eu (o outro do transitivismo infantil, que leva a criança que bate em outra a dizer: é ele quem me bate).Atribuindo inconscientemente ao outro aquilo que eles mesmos pensaram. Nas formas extremas dessa projeção, atinge‑se aquilo que Lacan chama "conhecimento paranóico", no cerne da impossibilidade de coexistir com o outro. | ||||
FK | Identidade Autoral, por Michel Schneider | |||
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Identidade autoral: de forma subjetiva, pode representar num primeiro momento, a identidade daquele que escreve, mas também pode ser o produto da reflexão a que se leva o conteúdo das páginas do livro, que por vezes, passa a ser uma representação mais consistente da identidade do próprio escritor. | ||||
DJ | Controle | ||||
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"A Internet, essencial sob os mais diversos aspectos sociais, é um arranjo comunicacional baseado em protocolos tecnológicos. Como apontou Galloway, o estilo de gerenciamento das redes distribuídas é protocolar e expressa claramente a sociedade do controle. Para realizar a comunicação digital é preciso aceitar seus protocolos. Para se comunicar livremente nas redes digitais é preciso acatar suas regras, seus procedimentos e sua arquitetura comunicacional. Assim, é possível observar claramente que a mesma rede que garante nossa liberdade comunicativa é a que nos controla. Não há como garantir o livre fluxo de informação digital sem aceitar os protocolos da rede. Neles reside o controle. O controle em si não é nem bom nem ruim, simplesmente é o modo técnico de garantir a comunicação distribuída e interativa. São os protocolos TCP/IP e seu sistema verticalizado de organização de domínios, o DNS (Domain Name System), que definem uma série de limites e de possibilidades de comunicação em rede. Construídos por coletivos de técnicos, hackers, engenheiros, acadêmicos e representantes de corporações, esse e outras centenas de protocolos constituem e viabilizam a comunicação em rede. São os elementos mais típicos da sociedade do controle, cujas principais tecnologias de poder também são distribuídas, mas convivem claramente com formas de dominação baseadas nas tecnologias de poder territorial — principalmente os Estados soberanos — e com instituições disciplinares e suas arcaicas técnicas de vigilância." (p. 77) SILVEIRA, Sergio Amadeu da. “Ambivalências, liberdade e controle dos ciberviventes”. In Cidadania e redes digitais / Sergio Amadeu da Silveira (organizador). Sao Paulo: Maracá-Educação e Tecnologias. 2010. É interessante a consideração do conceito de controle relacionado com a Internet, já que deixa ao descoberto a natureza da sociedade na qual esse “arranjo comunicacional” funciona , uma sociedade que funciona com regras de controle, direitos e liberdades que são limites aceitados e defendidos por aqueles políticamente de acordo como cidadãos e usuários.
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DJ | Anonimato | ||||
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"The phenomenon of anonymity online is equally problematic. Democratic theorists have long debated the question of whether anonymity is constructive or destructive to public speech. Some envision anonymity as a platform that enables speech to be separated from the identity of the speaker, so that all voices can be treated equally; others see anonymity as a corrupting influence, allowing people to evade the consequences of their speech. The advent of the Internet, with its abundant opportunities for anonymous speech, allows us to test speculation against reality. The case of hacktivism shows that anonymity practices look little like either the worst or best case scenarios envisaged in theory. Some hacktivists use their real names, while others use traceable pseudonyms, and still others use pseudonyms that are completely untraceable. Each of these choices amounts to a type of accountability claim, a political tool that conveys information about the speaker and the speaker’s engagement in the public sphere." (p. 21-22) SAMUEL, Alexandra (2004) Hacktivism and the future of Political Participation. Tese para Doctorado em Filosofia na Universidade de Harvard.
ANEXO: | |||||
DJ | Cibervivente | ||||
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"(...)Os viventes nas redes digitais são ciberviventes, personagens de uma sociedade de comunicação e controle. São livres enquanto aderentes aos protocolos que tecnicamente limitam, condicionam e formatam a comunicação de suas ideias. Estão felizes com a agilidade dos serviços que registram suas navegações, com as possibilidades crescentes de armazenamento de seus arquivos pessoais e com as facilidades de como uma única senha permite acessar uma multiplicidade de redes de relacionamento. Os cibreviventes têm, nas redes digitais, mais poder de comunicação e de relacionamento, e mais potencial de influência. Quanto mais participam da rede, mais contribuem para a definição de padrões, mais dados sobre seus interesses e seus comportamentos disseminam, mais controlado são". (p.79, 81) "(...)Somos ciberviventes, pois nossa sociabilidade passa cada vez mais por redes digitais de comunicação e controle. Nossas vidas são cada vez mais dependentes de senhas e nosso padrão comunicacional é guardado em bancos de dados de grandes corporações. Somos controlados sem sermos obrigados e submetidos opressivamente aos controles. Aderimos a eles e somos felizes por existirem. Chegamos a pagar pelos mesmos." (p. 81) SILVEIRA, Sergio Amadeu da. “Ambivalências, liberdade e controle dos ciberviventes”. In Cidadania e redes digitais / Sergio Amadeu da Silveira (organizador). Sao Paulo: Maracá-Educação e Tecnologias. 2010. | |||||
DJ | Hacktivismo | ||||
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"Hacktivism is the nonviolent use of illegal or legally ambiguous digital tools in pursuit of political ends" (p. 2). "These tools include web site defacements, redirects, denial-of-service attacks, information theft, web site parodies, virtual sit-ins, virtual sabotage, and software development" (p. iii). "The “type” of hacktivism categorizes people: political crackers, performative hackers, and political coders." (p. 36) "Commonly defined as the marriage of political activism and computer hacking (Denning 1999; National Infrastructure Protection Center 2001), hacktivism combines the transgressive politics of civil disobedience with the technologies and techniques of computer hackers. The result has been the rapid explosion and diffusion of a digital repertoire of political transgression, harnessed to a wide range of political causes." (p. 1) SAMUEL, Alexandra (2004) Hacktivism and the future of Political Participation. Tese para Doctorado em Filosofia na Universidade de Harvard.
ANEXO:
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CK | Letramento | |||
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O letramento refere-se às práticas de leitura e de escrita, considerando-se também as práticas sociais que estão envolvidas nesse processo. Por exemplo, escrever no papel é diferente do que escrever na tela do computador. Enquanto no primeiro é preciso elaborar mentalmente a frase antes de colocar no papel, no segundo é possível pensar e escrever ao mesmo tempo, pois é um processo bem mais dinâmico, uma vez que as funções de "deletar" e "digitar" são bem mais fáceis do que "apagar" e "escrever".
SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e de escrita: letramento na cibercultura. Educ. Soc., Campinas, vol. 23, n. 81, p. 143-160, dez. 2002. | ||||
CK | Cibercultura | |||
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Cibercultura é o conjunto de técnicas, práticas, atitudes e comportamentos relacionados ao desenvolvimento da rede mundial de computadores. Da mesma maneira que se desenvolveu a sociedade do consumo com o hábito do consumo e do descarte, também se desenvolveu a cibercultura e com ele novos hábitos e comportamentos como a dificuldade de se desconectar e a fragilização dos relacionamentos interpessoais.
SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e de escrita: letramento na cibercultura. Educ. Soc., Campinas, vol. 23, n. 81, p. 143-160, dez. 2002. | ||||
CK | Tipográfico | |||
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Tipográfico é um adjetivo que qualifica a leitura, a escrita ou o letramento, ou seja, não é somente o conteúdo em um material impresso, como também a fotocomposição. Sua definição tornou-se bastante genérica.
SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e de escrita: letramento na cibercultura. Educ. Soc., Campinas, vol. 23, n. 81, p. 143-160, dez. 2002. | ||||
CK | Hipertexto | |||
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Hipertexto: um texto móvel e dinâmico, como por exemplo o texto escrito na tela do computador. Através da busca de palavras é possível começar a leitura exatamente do ponto que se gostaria, não se limitando aos parágrafos ou aos capítulos anteriores, além disso, permite também a inserção de palavras no meio de sentenças já pré-estabelecidas. Permite enfim, uma liberdade maior de escrita e leitura.
SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e de escrita: letramento na cibercultura. Educ. Soc., Campinas, vol. 23, n. 81, p. 143-160, dez. 2002. | ||||
LE | Escrever | ||||
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"Escrever é utilizar todo tipo de meio de expressão para tentar dizer o que se é e, antes ainda, o que não se é: o plágio, metafórico, que substitui pelo texto plagiado aquele que o plagiário deveria ter escrito; o palimpsesto, metonímico, que recobre os textos uns com os outros; o pasticho, quase‑alucinação mais verdadeira que o verdadeiro estilo do outro; o achado, repetição que deságua no inédito, às vezes por lapso." (SCHNEIDER, Michel) Escrever não é apenas desenhar letras, possui um sentido além do dicionário. | |||||
LE | Parapraxe | ||||
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Um erro pequeno, deslize, como um erro de fala ou objetos fora de lugar, como um resultado da mente inconsciente. "[...] que são agora conhecidas, em linguagem cotidiana, como deslizes Freudianos, demonstram ‘que a fronteira entre o normal e o anormal em assuntos psiquicos é fluida, e que nós somos todos um pouco neuróticos.' O deslize, para Freud, é prova inexorável da existência do inconsciente e de suas operações cotidianas, em todos. É um modo de legitimar as reivindicações dele para o inconsciente em um nível universal." (GOSSY, Mary) | |||||
LE | Livro | ||||
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Segundo a definição de Kant, possui dois sentidos que seria o físico e o intelectual, com dois proprietários distintos, "[..] o livro como opus mechanicum, como objeto material, que pertence a seu adquiridor, e o livro como discurso dirigido a um público, que permanece como propriedade de seu autor e só pode ser distribuído por aqueles que são seus mandatários."
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v24n69/v24n69a02.pdf | |||||
TC | Ciberespaço, segundo Pierre Levy | |||
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Ciberespaço é um termo utilizado por Pierre Lévy, que significa a infra-estrutura material da comunicação digital, ou seja, o espaço de possibilidades infinitas para a navegação virtual. Este novo campo para a navegação virtual acentua a complexidade das práticas profissionais ao incluir a dimensão do intangível, do imensurável. Assim, a revolução digital não só redesenha os espaços ocupacionais, mas também as competências e habilidades demandadas pela Sociedade do Conhecimento. | ||||
TC | Imitar, por Michael Scheneider | |||
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Imitar não é pilhar, é se formar, admirar e manifestar sua admiração, de modo algo adolescente, às vezes (e há adolescências prolongadas); mas fazer a confissão de sua dívida. É também prolongar a vida de um livro anterior (e essa segunda vida é talvez mais verdadeira, mais durável que a primeira). | ||||
TC | Palavras emprestadas, por Mary Goss | |||
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Palavras emprestadas são palavras que pertencem a um outro. Elas são as palavras de um outro, um texto, através do qual aquele que cita busca estabelecer uma relação com uma terceira pessoa que é percebida como tendo um direito àquele texto de alguma maneira. São palavras que precisam atravessar uma forma de tradução antes de poderem se tornar de Freud. Como tais, elas são um tipo de lingua estrangeira.
Fonte: Deslizes freudianos, Mary Gossy In: Mulher, a escrita, a língua estrangeira. Michigan UP, Ann Arbor, 1995. (Fragmentos em tradução livre de Artur Matuck). | ||||
TC | Deslizes | |||
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O deslize, para Freud, é prova inexorável da existência do inconsciente e de suas operações cotidianas, em todos. É um modo de legitimar as reivindicações dele para o inconsciente em um nível universal. O deslize perturba o texto autorizado em seus níveis mais elementares, esses da palavra e da letra. Pode mostrar como um texto se aproxima, se afasta, circula ao redor, de outros. O deslize pode evidenciar as estruturas da escrita que explicitamente se constitui como analítica e critica da escrita de outros, das palavras citadas, emprestadas.
Fonte: Deslizes freudianos, Mary Gossy In: Mulher, a escrita, a língua estrangeira. Michigan UP, Ann Arbor, 1995. (Fragmentos em tradução livre de Artur Matuck). | ||||
TC | Discurso, por Foucault | |||
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O discurso, em nossa cultura (e, sem dúvida, em muitas outras), não era originalmente um produto, uma coisa, um bem; era essencialmente um ato - um ato que estava colocado no campo bipolar do sagrado e do profano, do lícito e do ilícito, do religioso e do blasfemo. Ele foi historicamente um gesto carregado de riscos antes de ser um bem extraído de um circuito de propriedades.
FONTE:FOUCAULT, Michel. O que é um Autor? Lisboa: Vega, 1992. | ||||