Micro ata da reunião de 08/10 (elaborada por Beatriz) : Nesta reunião, abordamos diferentes problematizações que irromperam da leitura de “El zorro de arriba y el zorro de abajo”, de José María Arguedas. Entre outras questões, compartilhamos impressões sobre a estrutura do texto e o entrecruzamento de formas que, em certos momentos, apresentam uma estrutura de um diário pessoal que, por vezes, também se aproximam de uma linguagem mais ensaística e, em outro momentos, são intercalados por fragmentos narrativos. Além disso, discutimos especialmente acerca da definição de “lugar” que, como tal, mostrou-se muito produtiva quando colocada em relação aos conceitos da psicanálise abordados na outra leitura tratada neste encontro: “Imigrantes. Incidências subjetivas das mudanças de língua e país”, de Charles Melman e Contardo Calligaris. O “lugar” desde o qual se enuncia o narrador de Arguedas joga luz sobre a não conformação do sujeito no interior do que se considera “pátria”, polarizando tanto com os espaços – a saber, a serra (“de arriba”) e a cidade (“de abajo”) –, como com as construções identitárias – o elemento indígena e o elemento espanhol – que constituem essa identidade nacional. Nesse sentido, mais do que o “lugar”, observamos que o texto opera desde uma perspectiva de “não-lugar”.