Esta disciplina pretende exercitar o pensamento sociológico em relação a algumas das principais perspectivas teóricas e metodológicas que a disciplina, ao longo de sua história na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil, produziu acerca da vida cotidiana como objeto de conhecimento. Trata-se de um fenômeno social de difícil definição justamente por sua apenas aparente obviedade e ubiquidade empíricas. Nem por isso, entretanto, a sociologia deixou e deixa de se debruçar - com mais ou menos desprezo, é verdade, – sobre o assunto, o que abre espaço para a possibilidade de uma reflexão sociológica sobre tal história e, assim, para que o(a) aluno(a) desnaturalize a (sua própria) vida de todo dia como fenômeno social. Para tanto, cabe em particular empreender uma sociologia do conhecimento de natureza mannheimiana (Mannheim, [1929] 1968: 31) acerca do próprio conhecimento sociológico sobre o tema nos três cenários acadêmicos anteriormente mencionados. Isso se traduz em problematizar, na diacronia que vai de meados do século XIX à segunda década do século XXI, a “situação histórico-social” relativa notadamente às influências intelectuais que impregnam conceituações específicas de vida cotidiana que hoje em dia integram o patrimônio da disciplina como exemplares de originalidade teórica e metodológica na maneira de abordar tal fenômeno social.