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LE

Autor

por Lucy Eri Ikeda - terça-feira, 25 jun. 2013, 17:01
 

"Foucault distinguia dois problemas, freqüentemente confundidos pelos historiadores: por um lado, a
análise sócio-histórica do autor como indivíduo social e as diversas questões que se vinculam a essa perspectiva (por exemplo a condição econômica dos autores, suas origens sociais, suas posições e trajetórias no mundo social ou no campo literário etc.), e, por outro lado, a própria construção do que chama a “função-autor”, isto é, “o modo pelo qual um texto designa explicitamente esta figura [a do autor] que se situa fora dele e que o antecede”."

 

Disponível em: http://www.revistatopoi.org/numeros_anteriores/Topoi01/01_debate01.pdf

 

TC

Inteligência Coletiva

por Talita Carvalho da Mota e Silva - terça-feira, 25 jun. 2013, 17:22
 

    Nada mais metafórico do que o conceito de inteligência coletiva, utilizado por Pierre Lévy. Qual seria a imagem da inteligência coletiva? A partir das idéias estudadas, fomos compreendendo que a informática comunicante seria a infra-estrutura de um cérebro coletivo que poderá ampliar-se e desenvolver-se através da escrita digital de maneira recíproca, pois a inteligência coletiva não é um conceito exclusivamente cognitivo. Inteligência deve ser compreendida aqui como a expressão “trabalhar em comum acordo”, ou no sentido de entendimento com o inimigo. “[...] Em uma época que carece de perspectivas, assumo o risco de propor um norte, uma direção, algo como uma utopia”.
    Lévy considera o aprendizado recíproco como a possibilidade de mediação das relações entre os homens. Assim, o outro passa a representar uma fonte de enriquecimento de nossos próprios saberes, na medida em que atuamos melhor juntos do que separados, associando nossas competências. A inteligência coletiva passa a ser então um espaço de troca de saberes impagável para todos os aprendizes.
    Este novo momento da comunicação deveria possibilitar-nos compartilhar nossos conhecimentos e esta é a “condição elementar da inteligência coletiva” (Lévy, 1998, p. 18). “A inteligência coletiva, lembremos, é uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada e mobilizada em tempo real”. Por outro lado, é preciso estar atento para não confundi-la com projetos “totalitários” de subordinação dos indivíduos.
    O formigueiro exemplifica o contrário da inteligência coletiva. Esta última não é fixa nem programada, nem resultado mecânico de atos cegos e automáticos. No coletivo inteligente, os atos são coordenados e avaliados em tempo real, de acordo com critérios constantemente reavaliados. Por isso, não se trata de fundir as inteligências individuais numa espécie de magma indistinto e sim de um processo de crescimento, de diferenciação e de retomada recíproca das singularidades.

FONTES:
Lewgoy, Alziera; Arruda, Marina. Da escrita linear à escrita digital: atravessamentos profissionais-  Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 2, ano II, dez. 2003

Lévy, Pierre. Inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Loyola, 1998.

 

RM

Texto

por Rafaela Maria Cossielo De Martins - terça-feira, 25 jun. 2013, 18:28
 

O texto é definido como um espaço de dimensões múltiplas, em que se 
misturam escritas variadas,mas nenhuma original (+tecido+de+citações/+signos). O
papel do autor se reduz ao de variar as escritas,sem se apoiar a nenhuma delas, não
passando de um dicionário composto. Assim, as palavras se explicam através de 
outras, indefinidamente.

O+texto+diferente+da+obra,+não+é+um+objeto+que+pode+ser+computado+ou+
classificado.+A+obra+é+um+fragmento+de+substância+e+o+texto+é+um+campo+
metodológico.+A+distinção+é+entre+realidade+e+real.+A+obra+é+uma+realidade,+
display+que+pode+ser+visto,+segurado+nas mãos.+Já+o+texto+é+real,+um+
processo+de+demonstração+que+só+pode+ser+“segurado”+pela+linguagem.+
Por+fim,+o+texto+não+é+a+decomposição+da+obra.

O+texto+não+pode+estar+contido+na+boa+literatura,+nem+classificado+na+
mesma.++Isso+ocorre+porque+há+uma+certa+experiência+com+os limites, ou+
seja,+há+as+classificações+pressupõe+uma+espécie+de+interpretação+geral+ou+
final+que não+pode+ser+aplicada+ao+texto,+por+ele+ser+sempre+paradoxal.

O+texto+pode+constituir+uma+experiência+em+relação+ao+signo,+já+a+obra+
tem+um+significado+fechado.A+obra+representa+uma+categoria+
institucional+do+signo.+O++texto+por+outro+lado+adia+o+significado,+com+o+
objetivo+de+o+significante+ser+de+alguma+forma+interativo+(+papel+de+jogo)+
e+não+inominável.+A+interação+tem+a+intenção+de+gerar+um+significante+
perpétuo,+devido+ao+movimento+de+variações,+sobreposições+e+
desconexões

O trabalho de Barthes tenta sempre classificar as formas de se comunicar. E isso é uma contradição em si, pois ele mesmo dá o caráter de inclassificável ao texto. 

BARTHES, Roland. "A morte do autor; Da obra ao texto." O rumor da língua(2004): 65-78.

 

RM

Obra

por Rafaela Maria Cossielo De Martins - terça-feira, 25 jun. 2013, 18:32
 

A+obra+está+contida+em+um+processo+de+filiação:+a+determinação,+a+
seqüência+e+a+conformidade+das+obras.+O+autor+é+dono+e+proprietário+da+
obra,+e+detém+suas+intenções+declaradas.+O+texto+está+contido+em+um+
network,+que+se+estende+por+si+só.+O+texto+não+precisa+da+herança+
hereditária+do+autor,+como+ocorre+com+a+Bíblia.++Quando+o+autor+tenta+
voltar+ao+texto,+ele+já+não+é+o+mesmo+que+escrevera.+Portanto,+ele+se+torna+
um+autor+de+papel,+quase+que+um+personagem+do+texto.


A+obra+é+um+objeto+de+consumo,+que+se+é+possível+medir+em+termos+de+
qualidade+ou+gosto.+Assim,+separa6se+o+ativo+que+escreve+o+texto+e+o+
passivo+que+lê,+ou+seja,+recebe/+consome+o+produto.+O+texto+vai+
exatamente+ao+contrário+deste+conceito.+Ele+tenta+não+separar+o+ato+de+
escrever+do+de+ler.+A+redução+do+leitor+a+consumidor+impede+com+que+o+
leitor+brinque+com+o+texto,+seja+ativo,+afinal.

BARTHES, Roland. "A morte do autor; Da obra ao texto." O rumor da língua(2004): 65-78.

 

RM

Scriptos

por Rafaela Maria Cossielo De Martins - terça-feira, 25 jun. 2013, 18:39
 

O scriptor é ao autor, que nasce ao mesmo tempo que o texto. Não há outro tempo para a enunciação. Não é origem, e nem destino.

Quando autor entra em sua morte é que a escrita começa.+Em+sua+argumentação,+
Barthes+retrata+a+valorização+do+autor+na+concepção+moderna,+por+isso+há+sempre+a+
tentativa+de+se+procurar+uma+explicação+para+a+obra+nas+particularidades+do+autor.+Em+
contraponto+a+isso,+tem6se+exemplo+de+escritores+que+não+se+sentem+sujeito+e+deixam+a linguagem+“performar”,+como+Mallarmé,+Valéry+e+Proust.

Mais+adiante,+ele+entra+no+afastamento+do+autor+como+aquele+que+diz+“eu”,+mas+é+
apenas+um+sujeito+e+não+uma+pessoa,+somente+para+dar+suporte+a+linguagem.Barthes+define+que+o+escritor,+aqui+tratado+com+scripto por causa desta explicação, nasce ao mesmo+tempo+que+seu+ texto.+Portanto,+não+existe+outro+tempo+para+além+da+enunciação.

Barthes+salienta+que+por+mais+que+o+scripto(tente+se+aperfeiçoar+em+relação+a+sua+forma,+isso+é+inútil+porque+sua+mão+é+desligada+de+sua+voz.+Portanto+o+que+ele+realiza+é+
um+gesto+de+inscrição+e+não+e+expressão.+A+origem+não+está+relacionada+ao+autor+e+sim
a+própria+linguagem.

BARTHES, Roland. "A morte do autor; Da obra ao texto." O rumor da língua(2004): 65-78.

 

RM

Leitor

por Rafaela Maria Cossielo De Martins - terça-feira, 25 jun. 2013, 18:42
 

O leitor é aonde o texto converge; seu destino, mesmo sendo este impessoal (homem sem história)
– “é apenas esse alguém que tem reunidos num mesmo campo todos os traços que constituem o
escrito.”

Como+o+sentido+está+aberto,+a+origem+da+voz se+encontra+na+leitura.+Por+fim,+
aonde+o+texto+se+converge+é no+leitor.O+foco+não+é+na+origem,+em+seu+sentido+mais+
semântico,+e+sim+no+destino.+O+destino+é+desconhecido,+ou+seja,+pode+ser+qualquer+um.+
Surge,+assim,+a+característica+da+impessoalidade+do+texto,+pois+o+leitor+é+um+homem+
sem+história.+Por+fim,+morre+o autor+e+nasce+o+leitor.

BARTHES, Roland. "A morte do autor; Da obra ao texto." O rumor da língua(2004): 65-78.

 

MM

Anonimidade

por Mateus Machado - quarta-feira, 26 jun. 2013, 01:31
 

"Ao contrário do mundo não mediado, na rede telemática pouco importa quem sou, desde que eu satisfaça as necessidades do meio: esteja conectado, esteja extraindo prazer e/ou possa ser útil a meus objetivos e/ou a meu interagente. Noções como classe, localização física, círculo de amizades, aparência física, etc. perdem o sentido. Posso apresentar ou representar a identidade que mais me agrada ou me é útil em determinada situação, uma vez que as referências ou regras de sociabilização do espaço geofísico são constantemente suplantadas por novos paradigmas, nem sempre estáveis." (p.89)  

“A efemeridade de minha existência está mesmo muito próxima de minha anonimidade. É esta que, de certa forma, condiciona aquela. Posso desaparecer porque não sou condição para o funcionamento do sistema. No sistema tradicional de produção de conteúdo, os autores e artistas costumam ser parte de uma cadeia; possuem contratos com editoras,gravadoras,distribuidoras,marcas- anunciantes,redes de TV, etc. Os seus desaparecimentos são em geral lembrados por décadas.” (p.93) 

Em seu livro "Do autor tradicional ao agenciador cibernético: do biopoder à biopotência" (2009) , Alemar Silva Araújo Rena escreve sobre autoria de conteúdos digitais, relacionando a nova forma de produção, anônima e coletiva, com a produção tradicional, autoral e centralizada. 

Rena apresenta o conceito de ANONIMIDADE,  no contexto em que se dá a produção de mensagens em redes telemáticas, que é quando o locutor é anônimo e sua identidade real não é importante para a comunicação.

Este modelo, oferecido por um modelo de comunicação cibernética, propõe a participação ativa da massa a partir da democratização das ferramentas de comunicação. Neste modelo, de construção coletiva, cada indivíduo participa da produção e é co-autor daquele produto de comunicação. Este modelo reforça a propriedade coletiva e se opõe ao grande poder de influência que alguns segmentos possuem sobre as massas. 

 

 

 

MM

Descentralização

por Mateus Machado - quarta-feira, 26 jun. 2013, 01:41
 

“O país “Web”, emcontraposição, progride no caos, no espaçoliso da errância. No “paísenquantoinstituiçãopolítica, aoscidadãos se impõemidentificação, (…) Obviamente, , nessepaís, aquelesnosquaistaisfixaçõesformaisnãosãolevadas a cabo com sucesso, sejapordificuldade de se adaptaremàordem, sejaporestratégia de renúnciaàordem dada. Mas essessãoconsiderados, pelocomando, marginaisou outsiders, estãofora do sistemaprevisto e, teoricamente, desejadopelamaioria.” (p.92) 

“Something this big seems like it should require managers, a budget, a formal work-flow process. Without those things how could it possibly work? The simple but surprising answer is: spontaneous division of labor. Division of labor is usually associated with highly managed settings, but it's implemented here in a far more unmanaged way. Wikipedia is able to aggregate individual and often tiny contributions, hundreds of millions of them annually, made by millions of contributors, all performing different functions.” (p.118) 

 

Em seu livro "Do autor tradicional ao agenciador cibernético: do biopoder à biopotência" (2009), Alemar Silva Araújo Rena apresenta o conceito de DESCENTRALIZAÇÃO da produção de comunicação. Este conceito é reforçado por Clay Shirky no livro "Here Comes Everybody: The power of organizing without organizations" (2008). 

Este conceito representa a democratização da produção de comunicação. Rena acredita em uma produção de comunicação que tem como base meios cibernéticos. Acha que a descentralização da produção contribui para democratizar a mensagem, e suplantar o que ele chama de “sociedade do controle”. Para ele, a partir do momento em que ferramentas possibilitam ao interlocutor participar ativamente da construção da mensagem, as multidões passaram a possuir a potência inventiva. 

Em uma dinâmica de comunicação em rede, o CAOS e a falta de hierarquia são a melhor forma de organização e facilitam a associação de pessoas a papéis nos quais elas se sentem mais confortáveis para produzir. 


 

 

MM

Agenciamento

por Mateus Machado - quarta-feira, 26 jun. 2013, 01:51
 

“A pergunta a ser feita seria: a inteligência coletiva e conectiva conformada pelas redes informatizadas está servindo de suporte para os anseios de produção de uma multidão representativa de uma resistência (enquanto biopotência) que se recusa a refletir os dispositivos de comando encarnados pelo Estado e os modelos da indústria do grande capital?” (p. 94)

“Haveria, na refração do ciberagenciador, uma recusa a se “imaginar no lugar da mercadoria”? Tal recusa explicaria igualmente a refração à propriedade intelectual e uma adesão maciça à cópia não autorizada, ao software livre, ao código aberto, às novas formas de autoria, à colaboração artística, à criação coletiva, etc.” (p. 95)

“O agenciador prefere ter participação potencialmente no todo, no grande texto e assim sentir que o todo lhe pertence (ao mesmo tempo que a ninguém pertence) do que ter ao seu alcance para uso alguns poucos produtos intelectuais dos quais é proprietário.” (p. 95)

Em seu livro "Do autor tradicional ao agenciador cibernético: do biopoder à biopotência" (2009), Alemar Silva Araújo Rena escreve sobre autoria de conteúdos digitais, relacionando a nova forma de produção, anônima e coletiva, com a produção tradicional, autoral e centralizada. 

Rena apresenta o conceito de AGENCIAMENTO, que é quando a produção ganha maior autonomia e não pertence a um agente específico.

O resultado da  produção coletiva  não possui um dono, um autor. Pertence a todos e é produzido por todos com o auxílio da tecnologia. É nesta condição que se cria a motivação para a participação da massa na produção do conteúdo. O fato de pertencer a todos cria uma sensação de pertencimento e ao mesmo tempo de trabalhar para o bem coletivo e não para uma instituição específica. 

 

 

MM

Collaborative Production

por Mateus Machado - quarta-feira, 26 jun. 2013, 02:05
 

“Collaborative production, where people have to coordinate with one another to get anything done, is considerably harder than simple sharing, but the results can be more profound. New tools allow large groups to collaborate, by taking advantage of nonfinancial motivations and by allowing for wildly differing levels of contribution.” 

“By this measure, most contributors to Wikipedia are lazy. The majority of contributors edit only one article, once, while the majority of the effort comes from a much smaller and more active group. (The two asphalt articles, with a quarter of the work coming from six contributors, are a microcosm of this general phenomenon.) Since no one is being paid, the energetic and occasional contributors happily coexist in the same ecosystem.” 

Em seu livro: "Here Comes Everybody: The power of organizing without organizations"(2008), no capítulo 5, Clay Shirky discorre sobre a Wikipedia como uma forma de produção coletiva, buscando entender as motivações de seus autores. 

Neste capítulo apresenta o conceito de Produção Colaborativa, onde não necessariamente todos os agentes que produzem estão contribuindo de uma mesma forma.

O autor ilustra com o exemploda Wikipedia:

Os usuários da Wikipedia convivem em um ECOSSISTEMA construído de maneira completamente descentralizada. Cada usuário escreve sobre aquilo que gosta de escrever, o quanto sentir a necessidade de escrever. É o grande número de usuários que torna a produção possível. Por isso, sistemas como esse só pode ser criados a partir da democratização do acesso a ferramentas de comunicação digital. 

  

 

FK

Identidade autoral

por Fabio Kuniyoshi - sábado, 6 jul. 2013, 11:40
 

De forma subjetiva, pode representar num primeiro momento, a identidade daquele que escreve, mas também pode ser o produto da reflexão a que se leva o conteúdo das páginas do livro, que por vezes, passa a ser uma representação mais consistente da identidade do próprio escritor.

Porém, o texto não precisa ter, obrigatoriamente, um autor. Ter um signatário ou redator, não significa que o autor desempenha um papel fundamental para o texto. Por vezes, o conteúdo ou a finalidade sobrescrevem a importância daquele que escreve.

...o nome do autor funciona para caracterizar um certo modo de ser do discurso: para um discurso, o fato de haver um nome de autor, o fato de que se possa dizer "isso foi escrito por tal pessoa", ou "tal pessoa é o autor disso", indica que esse discurso não é uma palavra cotidiana, indiferente, uma palavra que se afasta, que flutua e passa, uma palavra imediatamente consumível, mas que se trata de uma palavra que deve ser recebida de uma certa maneira e que deve, em uma dada cultura, receber um certo status.

Consequentemente, poder-se-ia dizer que há, em uma civilização como a nossa, um certo número de discursos que são providas da função "autor", enquanto outros são dela desprovidos. Uma carta particular pode ter um signatário, ela não tem autor; um contrato pode ter um fiador, ele não tem autor. Um texto anônimo que se lê na rua em uma parede terá um redator, não terá um autor. A função-autor é, portanto, característica do modo de existência, de circulação e de funcionamento de certos discursos no interior de uma sociedade.

 

Entretanto, sempre há um sujeito implícito com maior ou menor grau por trás daquilo que se escreve, e por vezes, a grandiosidade do escritor se faz pela capacidade em fazer com que seu livro, seus personagens e suas palavras falem por si mesmos, ao mesmo tempo em que o livro passa a representar esse autor.

(...)Mas aquele que escreve tem uma identidade mais fraca e, ao mesmo tempo, mais forte que os outros. Mais fraca porque, se há alguém que não poderia responder à pergunta: quem é você?, é ele mesmo. Os maiores dos escritores esperam que suas personagens falem por eles. Os mais frívolos esperam que seus leitores respondam a sua pergunta e digam quem eles são. Mas o verdadeiro escritor espera sua identidade de seu livro. O livro responde por ele. Escreve‑se porque não se sabe quem é e porque se pensa que se saberá um pouco melhor, depois de algumas páginas enegrecidas, rasuradas, retomadas.(...)

 


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