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Inteligência Coletiva

por Talita Carvalho da Mota e Silva - terça-feira, 25 jun. 2013, 17:22
 

    Nada mais metafórico do que o conceito de inteligência coletiva, utilizado por Pierre Lévy. Qual seria a imagem da inteligência coletiva? A partir das idéias estudadas, fomos compreendendo que a informática comunicante seria a infra-estrutura de um cérebro coletivo que poderá ampliar-se e desenvolver-se através da escrita digital de maneira recíproca, pois a inteligência coletiva não é um conceito exclusivamente cognitivo. Inteligência deve ser compreendida aqui como a expressão “trabalhar em comum acordo”, ou no sentido de entendimento com o inimigo. “[...] Em uma época que carece de perspectivas, assumo o risco de propor um norte, uma direção, algo como uma utopia”.
    Lévy considera o aprendizado recíproco como a possibilidade de mediação das relações entre os homens. Assim, o outro passa a representar uma fonte de enriquecimento de nossos próprios saberes, na medida em que atuamos melhor juntos do que separados, associando nossas competências. A inteligência coletiva passa a ser então um espaço de troca de saberes impagável para todos os aprendizes.
    Este novo momento da comunicação deveria possibilitar-nos compartilhar nossos conhecimentos e esta é a “condição elementar da inteligência coletiva” (Lévy, 1998, p. 18). “A inteligência coletiva, lembremos, é uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada e mobilizada em tempo real”. Por outro lado, é preciso estar atento para não confundi-la com projetos “totalitários” de subordinação dos indivíduos.
    O formigueiro exemplifica o contrário da inteligência coletiva. Esta última não é fixa nem programada, nem resultado mecânico de atos cegos e automáticos. No coletivo inteligente, os atos são coordenados e avaliados em tempo real, de acordo com critérios constantemente reavaliados. Por isso, não se trata de fundir as inteligências individuais numa espécie de magma indistinto e sim de um processo de crescimento, de diferenciação e de retomada recíproca das singularidades.

FONTES:
Lewgoy, Alziera; Arruda, Marina. Da escrita linear à escrita digital: atravessamentos profissionais-  Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 2, ano II, dez. 2003

Lévy, Pierre. Inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Loyola, 1998.

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