Programação

  • Inovação e Desenvolvimento Econômico e Social

    Professor Responsável: Glauco Arbix

    Carga Horária: 4 horas semanais

    1o Semestre de 2016

    Desde o esgotamento do ciclo desenvolvimentista que o Brasil procura novos caminhos para crescer. Ainda que a experiência histórica brasileira, confirmada pela de vários outros países, tenha demonstrado que embora o crescimento econômico não diminui automaticamente as desigualdades, nem leva mecanicamente à superação de distorções e disparidades estruturais que sustentam o atraso brasileiro, é quase um consenso a visão de que o crescimento econômico permite o equacionamento desses problemas e que, sem crescimento, sua superação torna-se, simplesmente, wishful thinking. As condições atuais são distintas do passado, em que o Brasil cresceu rápida e intensamente por décadas. O mundo mudou, as sociedades se transformaram. O Brasil mudou muito. Diminuiu desigualdades sociais e diversificou ainda mais seu parque produtivo e de serviços. No entanto, a economia do pais não consegue manter seu crescimento e o país vive uma combinação de crises – políticas, econômicas e institucionais – de proporções inéditas. Alternativas? É o que muitos buscam ou propõem. Mas sem levar em conta que a afirmação de economias baseadas em commodities, como a brasileira, estreitou-se dramaticamente, é praticamente impossível voltar a crescer de modo mais duradouro e sustentável. Nesse sentido, é essencial o esforço para diminuir a distância que separa a nossa produção de Ciência, Tecnologia e Inovação da fronteira do conhecimento, assim como facilitar o avanço das empresas brasileiras na direção das práticas mais competitivas, de modo a dinamizar a economia e gerar empregos de qualidade. Este curso discutirá algumas das questões, obstáculos e constrangimentos estruturais candentes que o Brasil - e os países emergentes – enfrenta para crescer, a começar pelo desafio de melhorar a competência de seu sistema produtivo e aumentar a qualidade e o impacto econômico e social do conhecimento que produzimos.

  • Aula 01: Abertura (15.02)

    Quais são os elementos-chave que estruturam e incentivam a geração de conhecimento novo. Como os países e instituições trabalham para produzir Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I)? A Diversidade como fundamento da criação de conhecimento.

    Apresentação do curso: Objetivos, Funcionamento, Critérios de avaliação, Trabalhos


  • Aula 2. Ascensão e queda dos Sistemas Científicos (22.02)

    A construção dos sistemas científicos dominantes, sua trajetória e as razões de sua involução. Impactos do mundo pós-guerra fria sobre a produção científica. Retração dos Estados Unidos? Avanço dos BRICs? Da Índia e China? Ou só da China?

    Leitura Obrigatória

    Hollingsworth, Rogers & Gear, David “The rise and decline of hegemonic systems of scientific creativity”. In Robinson, Andrew, Exceptional Creativity in Science and Technology: Individuals, Institutions, and Innovations, Templeton Press, 2013 (P 25-52) - Xerox

    Textos de apoio

    • Hollingsworth, Rogers, Müller, K. and Hollingsworth, E. “The end of the science superpowers”. Nature, Vol 454|24 July 2008 - Digital

    • Jorgenson, Dale e Vu, Khuong. “The Rise of Developing Asia and the New Economic Order”. Cambridge: Harvard Un. Paper, 2012 – Digital


  • Aula 3: Trajetória do desenvolvimento brasileiro (29.02)

    1. Como se deu a industrialização brasileira? A América Latina e a experiência do desenvolvimentismo? Que resultados colheu? As contradições e impasses estrutrurais? Qual o lugar reservado à Educação, Ciência e Tecnologia?

      Leitura Obrigatória

    2. Ricardo Bielschowsky “Estruturalistas, desenvolvimentistas e o Estado” e “O pensamento desenvolvimentista”. In R. Bielschowsky Pensamento Econômico Brasileiro 1930-1964. (pp. 77 – 101; pp. 103 – 127; pp. 127 - 162) Rio de Janeiro: Ed. Contraponto, 1996 – Xerox

      Textos de Apoio

      • John Martinussen, capítulo 6 (pp. 73-84) e capítulo 16 (pp. 219-236). In J. Martinussen Society, State & Market. A guide to competing theories of development. London: Zed Books, 1997. – Xerox

      • Peter Evans “Estados e Transformação Industrial”. In Autonomia e Parceria: Estados e Transformação Industrial. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. (pp. 27 – 47) - Xerox


  • Aula 04: A estruturação da Ciência moderna (07.03)

    1. Vannevar Bush e o relacionamento dicotômico entre ciência básica e aplicada. O questionamento de Donald Stokes e a crítica ao “modelo linear da inovação”. O impulso decisivo de experiências internacionais marcantes, como o Projeto Manhattan, o Projeto Apollo. A disseminação de laboratórios nacionais e a origem das agências de fomento, como a National Science Foundation (NSF, nos Estados Unidos) e o CNPq no Brasil.


    Leitura Obrigatória

    Bush, Vannevar. Science: Endless Frontier. A report to the Presidente on a Program for Postwar Scientific Research. Washington, DC: NSF, 1945 (5-157) – Xerox

    Texto de Apoio

    • Donald Stokes, “Enunciando o Problema” e “O Surgimento do Paradigma Moderno”, capítulos 1, 2 (pp. 15-96). In D. Stokes, O Quadrante de Pasteur. A Ciência Básica e a Inovação Tecnológica. Campinas: Editora Unicamp, 2005 - Xerox

    • Ruttan Vernon W. Is War Necessary for Economic Growth? Military Procurement and Technology Development. New York, NY: Oxford University Press, 2006 (P 21-32, 91-114 e 115-129) - Xerox


  • Aula 5: A grande divisão entre Pesquisa Básica e Aplicada (14.03)

    1. As razões que levaram à formação de estruturas institucionais e legais para a geração de C&T. Como se estrutura a pesquisa científica no pós II Guerra Mundial?

      Leitura Obrigatória

    2. Donald Stokes, “Transformando o Paradigma”, capítulos 3 (pp. 96-140). In D. Stokes, O Quadrante de Pasteur. A Ciência Básica e a Inovação Tecnológica. Campinas: Editora Unicamp, 2005 - Xerox


  • Aula 6: C&T, Economia e Crescimento (21.03)

    As relações (nem sempre evidentes) entre C&T e crescimento econômico. Como os economistas lidam com Ciência e Tecnologia: fator endógeno ou exógeno? Após a formulação de Robert Solow, o conhecimento passou a ganhar cada vez mais importância nas teorias sobre o crescimento econômico. Em 1987, com Paul Romer, o esforço para incorporar o conhecimento como variável explicativa do crescimento econômico ganhou contornos novos.

    Leitura Obrigatória

    • Stephan, Paula, How Economics Shapes Science, Cambridge: Harvard

      Un Press, 2012 (Caps 1, 9 – P 203-227) – Xerox

    • Rubens Guimarães de Moura e Hélio Nogueira da Cruz “Teoria do Crescimento Endógeno e a Inovação Tecnológica no Brasil”. São Paulo: RAI, 2013, vol 10, no 3, jul-set de 2013, pp.230-250 - Digital

      Textos de Apoio

    • Solow, Robert, Growth Theory, An Exposition. New York, NY: Oxford University Press, 2000, pp. ix-xxvi - Digital

    • Romer, Paul. “Arc of Sciences”. Stanford: mimeo s/d - Digital


  • Aula 7: CT&I no Brasil (28.03)

    A formação das instituições de CT&I no Brasil. Lugar das Universidades e Institutos, seu funcionamento e gargalos. Como desenvolver mecanismos permanentes de prospecção científico-tecnológica?

    Leitura Obrigatória

    • Brito Cruz, Carlos Henrique, “Ciência fundamental: desafios para a competitividade acadêmica no Brasil”. Parcerias Estratégicas, v. 15, n.31, 2010 - Digital

    • Pena, Sergio, “O estado da ciência no Brasil: como dar um salto de qualidade?”. Parcerias Estratégicas, v. 15, n.31, 2010 - Digital

      Texto de apoio

    Viotti, Eduardo, “A formação de doutores no Brasil: uma política de Estado em busca de maior integração com o Sistema Nacional de Inovação”. Parcerias Estratégicas, v. 15, n. 31, 2010 – Digital


  • Aula 8: O salto do Japão e da Coréia (04.04)

    O Japão ressurgiu das cinzas da II Guerra Mundial para despontar como uma das economias mais avançados do planeta. Sua experiência, que mescla de modo particular Estado e Mercado, serviu de guia para o avanço dos Tigres Asiáticos. A Coréia, o modelo seu desempenho excepcional de hoje.

    Leitura Obrigatória

    • Chalmers Johnson, Japan: who governs? NY:Norton, 1995, pp. 21-68 - Xerox

    • Heo, Yoon “Development strategy in Korea reexamined: as interventionist perspective”. The Social Science Journal, 38 (2001), pp. 217-231 - Digital


  • Aula 9: Prova (11.04)

  • Aula 10: Brasil: em busca do desenvolvimento (18.04)


    1. Desenvolvimento e política industrial. Primeira industrialização. Mudanças de ambiente. Dificuldades do Desenvolvimento Sustentável.

      Leitura Obrigatória

      • Arbix, G. Inovar ou Inovar. A indústria brasileira entre o passado e o futuro. SP: Ed. Papagaio-Sociologia USP, 2007 (Introdução e Capítulo 1 – pp. 19-65) - Xerox

      • Dani Rodrik “Green industrial policy”. Oxford Review of Economic Policy, Volume 30, Number 3, 2014, pp. 469–491 - Digital

        Textos de apoio

        Rodrik, Dani. "Industrial policy: dont ask why, ask how." Middle East Development Journal. Demo Issue, 2008 - Digital


  • Aula 11: O vôo do dragão (25.04)

    Como a China se transformou na oficina do mundo. E como prepara um avanço ainda mais ambicioso rumo a uma economia puxada pela inovação.


    Leitura Obrigatória

    • Xue Lan and Nancy Forbes, “Will China Become a Science and Technology Superpower by 2020?”. Cambridge: innovations, Fall 2006 – Digital

    • Mei-Chih Hua and John A. Mathews. “China’s national innovative capacity”. Research Policy 37 (2008) 1465–1479


  • Aula 12: Inovação e Produtividade (02.05)

    A polêmica sobre Inovação e produtividade. Serão destacados os programas e as tentativas federais, estaduais e municipais de estimular a competitividade. Como avaliar seus impactos. O peso da qualificação da força de trabalho e o lugar especial da qualificação da mão de obra e da educação.


    1. Leitura Obrigatória

      De Negri, Fernanda e Cavalcante, “Os dilemas e os desafios da produtividade no Brasil”. In De Negri, F. e Cavalcante, R. Produtividade no Brasil. Desempenho e determinantes. Brasília: ABDI-Ipea, 2014 (P 15- 51) - Xerox

      Texto de Apoio

    2. Jorgenson, Dale, Ho, Mun & Samuels, Jon, “Information technology and U.S. productivity growth: evidence from a Prototype Industry Production Account. In Mas, Matilde & Stehrer, Robert (eds.), Industrial Productivity in Europe: Growth and Crisis. Northanpton: Edward Elgar, 2012 - Digital


  • Aula 13: Estratégias de Inovação e Desenvolvimento (09.05)

    A inovação como nó da questão da produtividade e sustentabilidade do crescimento. Neste modulo serão apresentados os principais dilemas da economia brasileira, sua baixa produtividade e seus impactos na competitividade. Trajetórias do setor privado brasileiro e o peso do protecionismo.


    Leitura Obrigatória

    • De Negri, Fernanda, e Squeff, Flávia H. S. "Investimentos em P&D do governo norte-americano: evolução e principais características". Radar Tecnologia, Produção e Comércio Exterior, no. 36. Ipea, Brasília, 2014 – Digital

    • Miranda, Zil e Mirra, Evando. "Trajetórias do Desenvolvimento no Brasil". Revista da USP. Dossiê Inovação, no. 93 – Digital

      Textos de apoio

    Gertner, Jon, The Idea Factory: Bell Labs and the Great Age of American Innovation, NY: Penguin Books, 2013 (Introdução, cap 19 e 20 – P 1-5 e 330-360) – Xerox


  • Aula 14: Conexão com o futuro (23.05). Entrega do Trabalho Final (por email)

    Como articular e desenvolver um tripé científico e tecnológico para as áreas de Energia, Agricultura e Saúde, de modo a viabilizar um salto do país e elevar a qualidade, o padrão e o impacto social da geração de conhecimento. A começar pela revitalização e alteração da estrutura produtiva da indústria brasileira, em geral de baixo dinamismo?

    Leitura Obrigatória

    • Arbix, G. e De Negri, J. “Chega de Saudade”. Folha de S. Paulo, 02.06.2014, p.3 - Digital

    • Stiglitz, Joseph, Creating a Learning Society: a new approach to growth, development, and social progress. NY: Columbia Un Press, 2014 (cap 12 – P 369-400) - Xerox


  • Aula 15: (06.06) Entrega das Notas (Indicação do tema do trabalho de recuperação)