GEOGRAFIA MÉDICA

A Geografia Médica tem Hipócrates como precursor e vigeu até meados do Século XX, quando foi desestimulada. O objeto da Geografia Médica era, e é, o espaço geográfico das doenças, sendo especialmente interessante à identificação de áreas de risco de doenças (zonas, territórios, regiões etc.). Recentemente, com a popularização dos mapas digitais, a Geografia Médica ressurgiu das cinzas, recebendo o aporte teórico da geografia e a instrumentalização advindas das tecnologias de informação.

LEMOS e LIMA (2002) publicaram uma artigo muito interessante sobre a Geografia Médica, citando a definição dada por LACAZ (1972):

"... a disciplina que estuda a geografia das doenças, isto é, a patologia à luz dos conhecimentos geográficos. conhecida também como Patologia geográfica, Geopatologia ou Medicina geográfica, ela se constitui em um ramo da Geografia humana (antropogeografia) ou, então, Biogeografia."


Ainda no mesmo artigo, admitiram, os autores, a definição de PESSÔA (1960):

"A Geografia Médica tem por fim o estudo da distribuição e da prevalência das doenças na superfície da Terra, bem como de todas as modificações que nelas possam advir por influência dos mais variados fatores geográficos e humanos."


Percebe-se, nas distintas, mas não muito diferentes, definições de Geografia Médica, que existe um componente objetivo, que é o espaço físico, a superfície da Terra, e um componente subjetivo, que é a atividade humana sobre o componente objetivo. Trata-se da caracterização da geografia física e  da geografia humana, cujas definições refletem grande importância nos encontros teóricos da Medicina e da Epidemiologia com a Geografia.

Estes conceitos ajudarão na compreensão do fenômeno da territorialização da Atenção Primária à Saúde, sendo especialmente viável seu uso no apoio das atividades de vigilância sanitária, de vigilância epidemiológica, da Estratégia de Agentes comunitários de Saúde e da Estratégia de Saúde da Família.