Avaliação semestral
AVALIAÇÃO SEMESTRAL DA DISCIPLINA: “INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DO TRABALHO”, 2º
SEMESTRE DE 2023
Escolha 1 das questões propostas a seguir, e desenvolva-a na forma de um ensaio. É aconselhável cruzar a questão escolhida com outra, uma ou mais de uma, das que foram propostas (seis ao todo), a fim de prover um quadro compreensivo do conjunto dos problemas e reflexões que trabalhamos ao longo do último semestre.
O tamanho do ensaio deve estar contido em um número máximo de páginas: cinco (5) páginas. Mas, relembro que a avaliação prezará sobretudo a capacidade de 1) síntese; 2) emprego da literatura proposta no curso (seja ela explícita no programa da disciplina ou apenas mencionada durante as aulas), e 3) acrescentar uma preocupação original ou particular ao corpus dos argumentos dos autores, de modo a fugir das repetições e de acrescentar uma reflexão própria, fora do coletivo do seminário inclusive.
A data máxima de entrega é o dia 21 de Janeiro de 2024, e será feita unicamente mediante a plataforma online disponível (e-disciplinas da Usp). Entregas antecipadas serão (muito) bem-vindas, pois elas desafogarão a fila lá na frente.
A propósito: haverá, sim, recuperação para as notas abaixo de cinco (5,0) e maiores do que dois e meio (2,5). Sinceramente, não cogito possibilidade de trabalhos abaixo desse patamar (2,5), dado o nível de nossas discussões em sala.
L.
QUESTÕES
QUESTÃO Nº 1: Segundo o texto de Leôncio Martins Rodrigues, o corporativismo teve uma longa fortuna entre nós, devido às características da formação social brasileira. No entanto, não existe apenas 1 tipo de corporativismo, mas vários. Identifique a tipologia elaborada por Rodrigues, explicite a sua pertinência ou não para a conjuntura atual, e explique por que algumas daquelas conceituações de corporativismo propostas pelos autores que ele discute estariam eventualmente ultrapassadas, ou se, ao contrário, elas mantêm atualmente mais força do que nunca. É aconselhável cotejar o texto de Rodrigues com os trabalhos de David Harvey e Gøsta Esping-Andersen, vistos por nós no curso. Solicita-se também que seja acrescentada uma consideração sobre o fascismo em sua relação com o corporativismo, tendo em vista o debate levado a cabo pela mídia política nos últimos anos.
QUESTÃO Nº 2: A divisão sexual do trabalho é a maneira como os estudos do trabalho (o qual inclui um amplo leque de disciplinas acadêmicas), em geral, lida com as questões postas pelas lutas feministas, pelas teorias da reprodução social, e pela crítica do marxismo clássico como teoria social emancipatória. Diante de um quadro tão amplo de problemas, situe como o salário, o contrato de trabalho, a formalidade no mercado de trabalho, ou a relação salarial – esses termos são relativamente intercambiáveis na literatura sociológica – impacta no tratamento do trabalho feminino quando se trata de analisar o trabalho nas amplas formas em que este se manifesta? Ademais, discuta o princípio metodológico de tomar sempre o par feminino/masculino ou homem/mulher quando se trata de analisar o trabalho das mulheres. Qual o papel da sociologia do trabalho nessa discussão? que evidências você pode trazer para embasar a sua resposta? Note que o caminho para essa última não está apenas nos textos do curso, mas também nas discussões que fizemos em sala de aula...
QUESTÃO Nº 3: Hannah Arendt é a autora que ficou conhecida por estabelecer didaticamente, para um público intelectual e informado, a distinção entre Trabalho e Labor (na verdade, ela fala em “trabalho”, “labor” e “ação”, mas vamos nos circunscrever às duas primeiras apenas). A distinção é útil, na medida em que ela permite que façamos uma incursão do pensamento sobre o significado do artesanato e da profissão como marcos materiais necessários para certa identidade social, historicamente determinada. Baseado nisso, solicito que seja feita uma discussão sobre a série de equivalências entre profissão-corporação-exclusão, comparando-a com a série de equivalências entre proletarização-mercado-inclusão. Em primeiro lugar, explicite ambas as séries de equivalência, explicando por que os termos estão associados entre si; eventualmente, conteste, se assim o entender, a construção dessas séries e suas equivalências recíprocas em cada caso. Em seguida, forneça elementos que dêem respaldo a sua posição. Por fim, relacione cada uma dessas séries ao par conservadorismo versus modernidade, discutindo a sua pertinência até os dias de hoje – a idéia aqui é acrescentar o elemento político em cada um dos pares “trabalho” e “labor”.
QUESTÃO Nº 4: Baseada na apresentação dos painéis dos bancos de dados sobre o mercado de trabalho brasileiro e sua aferição dos níveis de emprego/desemprego, além das aulas sobre o trabalho doméstico e o emprego feminino – em que pudemos falar sobre a classificação e medição dos tipos de desemprego – pede-se que o/a estudante 1) reconstrua, descrevendo, os nossos (do Brasil) instrumentos de medida da situação do mercado de trabalho disponíveis hoje para o pesquisador, e 2) localize as posições, dentro daquele mercado, que possam caracterizar uma situação de precariedade? Note que eu não mencionei precariedade laboral nem precariedade social, deixando, de propósito, em aberto tal noção, para que o respondente reflita sobre se um predicado é automaticamente sinônimo do outro. Em outras palavras: pode haver situações de precariedade laboral sem precariedade social? Ou, por outra: é possível verificarmos situações de precariedade social sem precariedade laboral? Especule sobre essas possibilidades classificatórias utilizando como suporte textos de nosso curso. Relembro que não tivemos nenhuma aula específica sobre precariedade/precarização. Por fim,3) discuta sobre o papel da informalidade na construção de indicadores sobre o mercado de trabalho.
QUESTÃO Nº 5: Discuta, de maneira ampla, as implicações entre Taylorismo/Fordismo e Democracia. Em seguida, aplique o mesmo tipo de raciocínio para o Brasil: há similitudes entre a forma ampla, genérica, e a forma “nacional”/nativa de aplicação do Taylorismo/Fordismo? Forneça evidências, fatos históricos e argumentos teóricos para embasar a sua posição.
QUESTÃO Nº 6: O just-in-time oriundo do sistema Toyota de produção, por um lado, e a produção em fluxo descrita por Jean-Pierre Durand, por outro lado, têm muito em comum. Poderia descrever quais são esses elementos? Enfatize sobretudo as diferenças com o sistema anterior, o Taylorismo-Fordismo.