Programação
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AUH 5859 – PROJETO MODERNO: HISTORIOGRAFIA E CRITICA
Prof. Dr. José Tavares Correia de Lira
1º Semestre de 2017/ Quinta-feiras, das 14 às 18hs
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
A disciplina se propõe a situar a formação do campo historiográfico em arquitetura, mapeando algumas de suas matrizes teóricas fundamentais, seu processo de especialização no âmbito das disciplinas da história e da arquitetura, bem como suas filiações críticas, interpretativas e ideológicas.
Partindo do debate historiográfico contemporâneo em arquitetura, o foco de análise é o cruzamento entre a produção da historiografia do movimento moderno como discurso histórico e suas leituras da modernidade e do modernismo, em chaves nacional e internacional.
Nessa edição do curso, em particular, irá privilegiar inflexões recentes da ensaística no campo em meio à emergência nas últimas décadas de novas coordenadas teórico-críticas em arquitetura, como o marxismo, a psicanálise, o feminismo e os estudos culturais.
OBJETIVOS
Apresentar e refletir sobre algumas das coordenadas teórico-filosóficas mais influentes da constituição da historiografia de arquitetura; Situar tradições analíticas da historiografia da arquitetura entre os séculos XIX e o presente, focalizando especialmente a gênese e os desdobramentos da historiografia da arquitetura moderna e suas inflexões contemporâneas, no Brasil e no exterior; Analisar inflexões da crítica e da historiografia contemporânea e algumas das problemáticas do projeto histórico-crítico; identificar algumas coordenadas recentes da produção acadêmica em história da arquitetura, no Brasil e no exterior. -
Apresentação do programa + turma
Introdução ao problema e montagem do campo conceitual -
Gêneses da historiografia de arquitetura - séculos XIX e XX
Bibliografia de referência:
David Watkin. The Rise of Architectural History. London: The Architectural Press, 1980;
Dana Arnold et alli. Rethinking Architectural Historiography. Nova York: Routledge, 2006. -
Inflexões historiográficas contemporâneas - meados do XX ao presente
Bibliografia de referência:
Panayotis Tournikiotis. The Historiography of Modern Architecture. Cambridge: MIT Press, 1999.
Anthony Vidler. Histories of immediate present: inventing architectural modernism, Cambridge, Mass: MIT Press, 2008. -
Entre tradição e pura visualidade
Seminários:
Carlo Ginzburg, “De A. Warburg a E.H. Gombrich: notas sobre um problema de método”, in Mitos, Emblemas, Sinais: morfologia e história, São Paulo: Companhia das Letras, 1989, pp. 41-93.
Anthony Vidler, "Introduction", in: Histories of immediate present: inventing architectural modernism. Cambridge, Mass: MIT Press, 2008, pp. 1-17.
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Entre teoria, projeto e destino
Seminários:
Giulio Carlo Argan (1953), “A arquitetura moderna”, in: Projeto e Destino. São Paulo: Atica, 2001, pp. 161-173.
Reyner Banham (1960), “Conclusão: funcionalismo e tecnologia”, in: Teoria e Projeto na Primeira Era da Máquina. São Paulo: Perspectiva, 1979, pp. 499-515.
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Da crítica operativa à história crítica
Seminários:
Manfredo Tafuri, “The historical project”, in Oppositions, n.17, Nova York, 1979, pp.55-75.
Kenneth Frampton, “Towards a critical reagionalism: six points for an architecture of resistance”, in: FOSTER, Hal, The Anti-aesthetic: essays on post-modern culture, Port Townsend, WA: Bay Press, 1983, pp. 16-30
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Arquitetura, matéria e produção
Seminários:
Michael Baxandall, “O objeto histórico: a ponte do rio Forth de Benjamin Baker”, in: Padrões de Intenção, São Paulo: Companhia das Letras, 2006, pp. 45-79.
Sergio Ferro, “O ‘material’ em Le Corbusier”, in Arquitetura e Trabalho Livre,
e Trabalho Livre, São Paulo: Cosac & Naify, 2006, pp. 241-251. -
Técnica, cultura e poder
Seminários:
Gwendolyn Wright, “Building global modernisms”, in: Grey Room, n.7, 2002, pp. 124-134.
Jiat-Hwee Chang, “Building a colonial technoscientific network: tropical architecture, building science and the politics of decolonization”, in: LU, Duanfang (org.), Third World Modernism: architecture, development and identity, Londres: Routledge, 2011, pp. 211-235.
Jean-Louis Cohen, “Total mobilisation, from the factory to the kitchen”, in Architecture in Uniform, Montrel: CCA, 2011, pp. 55-79.
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Corpo, subjetividade, socialidade
Seminários:
Anthony Vidler, “Homes for Cyborgs”, in The Architectural Uncanny, Cambridge, Mass, The MIT Press, 1992, pp. 147-164.
Richard J. Williams, “Communal living”, in Sex and buildings: modern architecture and the sexual revolution, Londres: Reaktion Books, 2013, pp. 64-83
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Gênero, sexualidade e biopolítica
Seminários:
Joan Ockman (1996), “Mirror images: technology, consumption and the representation of gender in American architecture since World War II”, in EGGENER, Keith (org). American Architectural History, Nova York: Routledge, 2004, pp. 342-351.
Beatriz Preciado, “Striptease: undressing domesticity”, in Pornotopia: an essay on Playboy’s architecture and biopolitics, Nova York: Zone Books, 2014, pp. 67-81. -
Historiografia e crítica de arquitetura no Brasil e América Latina: gênese e tendências
Seminários:
Carlos Alberto Ferreira Martins (1999), “’Há algo de irracional…’ notas sobre a historiografia da arquitetura brasileira”, in GUERRA, A. (org.), Textos fundamentais sobre a história da arquitetura moderna brasileira_parte 2, São Paulo, Romano Guerra, 2010, pp. 131-168.
Jorge Francisco Liernur (1999), “The south american way: o milagre brasileiro, os Estados Unidos e a Segunda Guerra Mundial – 1939-1943, in GUERRA, A. (org.), Textos fundamentais sobre a história da arquitetura moderna brasileira_parte 2, São Paulo, Romano Guerra, 2010, pp. 169-218. -
Rumos recentes da reflexão sobre a crítica de arquitetura no Brasil:
Juliana Braga, “Flavio Motta, da crítica de arte à arquitetura”
Marina Grinover, “Lina Bo Bardi, da escrita crítica ao projeto” -
Rumos recentes da reflexão sobre a crítica de arquitetura no Brasil:
Paula Dedecca, “A crítica da arquitetura moderna nas revistas especializadas de São Paulo”
Marcos Faccioli Gabriel, “Mário Pedrosa e a arquitetura, passagens da teoria à crítica” -
Balanço e estabelecimento das monografias de curso