Programação

  • Destaque

    Prezados,

    Este quizz será realizado presencialmente na data de 24/10/2023, nos primeiros 30 minutos de aula. 

    Abaixo estão algumas questões para que vocês treinem seus conhecimentos.


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     Inúmeras espécies forrageiras são utilizadas na formação de pastagens, seja para pastejo direto ou para produção de volumosos conservados, e são representadas, principalmente, por gramíneas e leguminosas. Cada uma delas, além de características particulares de crescimento e desenvolvimento, apresentam variações qualitativas entre espécies ou cultivares, mas também, seu valor nutritivo varia segundo diferentes partes da planta, estádio de desenvolvimento (idade/maturidade), condições edafoclimáticas e de manejo as quais estão submetidas.

     

    Em diversos trabalhos publicados, são descritas algumas características de pastagens de capim-marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu) no verão, as quais são destacadas na tabela abaixo. As pastagens foram mantidas sob lotação contínua com diferentes alturas (intensidades de pastejo): 10, 20, 30 e 40 cm, sendo que o intuito era identificar como o manejo afeta o valor nutritivo e a qualidade das pastagens.

     


    Com base nos resultados apresentados na tabela, assinale verdadeiro ou falso nas afirmações abaixo:


    I. __________A qualidade da forragem obtida nas pastagens manejadas a 10 cm de altura é a menor dentre as estratégias de manejo avaliadas.

    II. __________O valor nutritivo da forragem obtida nas pastagens manejadas a 10 cm de altura é o maior dentre as estratégias de manejo avaliadas.

    III. _________Considerando que as pastagens estavam sob a mesma fertilidade de solo e submetidas às mesmas condições climáticas, o principal fator determinante das diferenças em qualidade da forragem foi o manejo. A pior qualidade de forragem obtida nos pastos de 40 cm deve-se à existência de perfilhos mais velhos, os quais possuem maior proporção de tecidos de sustentação, que apresentam paredes espessas e lignificadas, o que causa aumento nos teores de carboidratos estruturais (porção indigestíveis da fibra ou FDN) e lignina, e redução no conteúdo celular, o que invariavelmente proporcionará redução na digestibilidade.

    IV. _________Considerando que as pastagens estavam sob a mesma fertilidade de solo e submetidas às mesmas condições climáticas, o principal fator determinante das diferenças em qualidade da forragem foi o manejo, o qual afetou proporcionalmente mais o consumo do que o valor nutritivo. A pior qualidade de forragem obtida nos pastos de 10 cm deve-se às restrições no consumo de forragem decorrentes da estrutura do dossel limitante, resultando no fato de que esses pastos não foram capazes de atender às exigências nutricionais para alto desempenho animal.

    V. _________Considerando que as pastagens estavam sob a mesma fertilidade de solo e submetidas às mesmas condições climáticas, o principal fator determinante das diferenças em qualidade da forragem foi o manejo. A melhor qualidade da forragem obtida nos pastos de 10 cm deve-se à existência de perfilhos mais jovens, cujas estruturas morfológicas são de menor tamanho, mas menor proporção de bainhas e colmo verdadeiro, e a proporção de tecidos de assimilação é alta. Tecidos de assimilação são ricos em cloroplastos, e apresentam células com paredes delgadas e não lignificadas.

    VI. _________Manejos que favorecem a renovação da população, tais quais aquele promovido pelos pastos mantidos a 40 cm, resultam em maior proporção de perfilhos jovens, o que também favorece o valor nutritivo do material vegetal disponível para o animal em pastejo. Isso explica o maior desempenho dos animais mantidos nessas pastagens.

    VII. _________Pela definição na Nutrição Animal, a qualidade de uma forragem depende de diversos fatores, parte deles relacionados à planta sendo outra parte dependente da interação da planta com o animal. A qualidade da forragem pode ser definida como a sua capacidade de suprir as necessidades de nutrientes dos animais e, para tal, precisa possuir aceitabilidade, precisa ser adequadamente consumida e digerida e, uma vez digerida, fornecer os nutrientes necessários para atender aos seus requerimentos nutricionais. Assim, a qualidade só pode ser avaliada quando: a) a forragem disponível (em quantidade e valor nutritivo) não é limitante, b) o potencial genético do animal não é limitante; c) os animais não recebem suplementação de energia ou proteína e d) deve estar associada às medições de desempenho animal.

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    Barcellos et al. (2008) discorreram acerca do uso de leguminosas. Segundo os autores:

    “As leguminosas forrageiras, em face da capacidade de fixação simbiótica do nitrogênio atmosférico e a sua contribuição para a produção animal, são essenciais para incrementar a produtividade e constituem um caminho na direção da sustentabilidade de sistemas agrícolas e pecuários. O conjunto de cultivares de leguminosas forrageiras no mercado é significativo, embora não tenha propiciado a adoção na dimensão pretendida por aqueles envolvidos no desafio de desenvolver e recomendar o seu uso. A pequena tradição no uso de leguminosas forrageiras tropicais, combinada com a limitada adoção, por vezes mal-sucedida, restringe a capacidade de autopromoção da tecnologia.”

    Nesse sentido, Pereira (2009) argumentaram que,

    “das leguminosas tropicais em uso, pouquíssimas têm caraterísticas que conferem elevada resistência ao pastejo. Assim, é importante encontrar formas de melhorar o manejo da consorciação visando agregar persistência à leguminosa ou definir estratégias que consideram outras formas de utilização das leguminosas com potencial produtivo, mas inadequadas para consorciação direta com as gramíneas disponíveis.”

    Diante do exposto, das leguminosas com potencial produtivo, mas consideradas inadequadas para uso em pastejo direto, seja em cultivo exclusivo ou consorciado para uso em lotação contínua ou lotação intermitente, quais seriam as leguminosas e quais as outras possíveis formas de utilização dessas opções em sistemas de produção animal baseados em pastagens?


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          Um produtor de Pirassununga possui uma área de integração lavoura-pecuária para terminação de bovinos. O sistema adotado é constituído de três áreas (ver diagrama abaixo), uma de milho – utilizado na forma de silagem na época seca; uma de soja, utilizada como cultura de grãos; e um módulo de pastos de capim Tanzânia manejados de forma intensiva (adubado, mas sem irrigação), sendo que a rotação nas áreas de milho e soja ocorre a cada 3 anos. Contudo, a partir de março até o final da seca a produção de forragem no módulo da pastagem não consegue manter produção para assegurar desempenho adequado dos animais. O produtor não dispõe de recursos para implantação de irrigação no módulo ocupado pela pastagem. Recomende DUAS estratégias para sanar o problema do produtor, descrevendo as vantagens e desvantagens de cada uma delas e identificando corretamente as espécies forrageiras a serem utilizadas. Refaça o diagrama, incluindo suas as intervenções e recomendações de implantação e manejo:

    15/Nov

    15/Dez

    15/Jan

    15/Fev

    15/Mar

    Abr

    Mai

    Jun

    Jul

    Ago

    Set

    Out

    Milho

    silagem

    Milho

    silagem

    Milho

    silagem

    Milho

    silagem

    Corte

    Nabo

    Forr.

    Nabo

    Forr.

    Nabo

    Forr.

    Nabo

    Forr.

    Nabo

    Forr.

    Nabo

    Forr.

    Nabo

    Forr.

    Prep. Solo

     

     

    Prep. solo

     

    Soja grãos

     

    Soja grãos

     

    Soja grãos

     

    Soja grãos

     

    Colheita

     

    -

     

    -

     

    -

     

    -

     

    -

     

    -

     

    Pasto intensivo

     

    Pasto intensivo

     

    Pasto intensivo

     

    Pasto intensivo

     

    Pasto intensivo

     

    -

     

    -

     

    -

     

    -

     

    -

     

    -

     

    -

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     Indique uma gramínea forrageira tropical perene (nome comum) adequada a cada uma das situações descritas abaixo:

    a)       Indicadas para áreas declivosas, uma vez que suas características de crescimento e estrutura morfológica atuam na agregação e cobertura do solo, diminuindo os riscos de erosão. Embora sejam tolerantes a pastejos intensos, são consideradas espécies exigentes em fertilidade e não toleram solos encharcados.


    b)       Exigente em fertilidade de solo, mas possui elevado valor nutritivo e produção de forragem. Seu estabelecimento se dá exclusivamente por via vegetativa, não é tolerante ao frio e a solos mal drenados. Sua utilização na forma de feno é restrita, embora possa ser feita com o manejo adequado da secagem. Mais utilizado sob pastejo direto, embora possa ser utilizada para ensilagem.


    c)       Gramínea tropical perene altamente produtiva, mas exigente em fertilidade de solo. Mais utilizada em regime de pastejo sob lotação intermitente. Sua utilização exclusiva não é recomendada para equídeos e, em função do porte elevado, não se recomenda sua utilização para ovinos.


    d)       Gramínea considerada tolerante a solos ácidos e de baixa fertilidade. Bastante utilizada sob pastejo direto, sendo considerada a planta mais adequada para diferimento.


    e)       Gramínea mais indicada para condições de solos úmidos ou alagamento temporário. É tolerante a cigarrinha das pastagens, mas seu valor nutritivo não é elevado e, portanto, não é recomendada para animais de elevada exigência nutricional.


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         O Pesquisador João José Assumpção de Abreu Demarchi comentou em seu artigo “Sorgo para pastejo - estratégia para enfrentar a estacionalidade de produção das plantas forrageiras sem conservar forragens”:

     

    ...surge como estratégia interessante a adoção do sorgo para pastejo ou ensilagem, tanto em áreas de reforma de pastagens quanto em plantio direto sobre as pastagens em período de safrinha, visando o prolongamento do período de pastejo e aumento da quantidade de forragem para a seca. Temos notado em algumas experiências, um ganho de produtividade animal por área, menor período de estacionalidade de pastagens e menor oscilação da lotação de pastagens. Precisamos intensificar essas estratégias e aumentar nosso know-how sobre as mesmas, visando primariamente uma redução da degradação de pastagens, aumento da produtividade animal e melhoria da rentabilidade dos sistemas de produção, seja carne ou leite.

     

    a)           Baseado nessa afirmação, você indicaria a utilização do sorgo silageiro como cultura acompanhante em um consórcio com Brachiaria decumbens na safrinha? Como deveria ser realizado o estabelecimento e manejo do sorgo? Como poderia ser utilizada a pastagem após a colheita do sorgo?

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    1.    A escolha da espécie forrageira a ser implantada depende apenas das características climáticas da região, uma vez que as condições de solo podem ser manipuladas por meio de práticas agronômicas.

    (F)

    2.    A fertilidade do solo não é o único parâmetro que deve nortear a escolha da espécie forrageira. Características do relevo, como a proporção de áreas planas ou irregulares, bem como a deficiência de drenagem, os recursos disponíveis (maquinário, mão-de-obra e disponibilidade financeira para investimentos) e os objetivos do sistema de produção (exigência nutricional e potencial genético dos animais, hábitos de pastejo), também devem ser levadas em conta.

    (V)

    3.    Áreas com deficiência de drenagem não devem ser cultivadas com pastagens para pastejo direto, uma vez que as espécies forrageiras não toleram encharcamento do solo.

    (F)

    4.    Para áreas sujeitas a alagamento prolongado recomenda-se a implantação de capim tangola (Brachiaria arrecta x Brachiaria mutica) ou capim-tannergrass (Brachiaria arrecta).

    (V)

    5.    Os capins tannergrass e angola são considerados plantas anfíbias, ou seja, podem sobreviver tanto em terra firme quanto na água. Apresentam colmos ocos, que facilitam a difusão do oxigênio para suas raízes e também auxiliam na flutuação da planta em ambientes alagados. São nativos de locais encharcados e margens de lagos e rios na África tropical.

    (V)

    6.    O capim setária pode ser utilizado em áreas sujeitas a alagamento temporário, sendo uma espécie de maior exigência em fertilidade comparado às braquiárias do brejo.  Todavia, apresenta teores elevados de oxalato em seus tecidos, especialmente quando as plantas são jovens.

    (V)

    7.    A braquiária humidicola é recomendada para áreas sujeitas a alagamento temporário e com restrições em fertilidade de solo, sendo considerada uma espécie de médio a baixo valor nutritivo.

    (V)

    8.    A grama estrela roxa possui adaptação a solos mal drenados e sujeitos a curtos períodos de alagamento. É considerada uma espécie exigente em fertilidade de solo, mas possui elevado valor nutritivo, sendo seu estabelecimento é feito por mudas.

    (V)

    9.    Em solos de elevada fertilidade, mal drenados e sujeitos a curtos períodos de alagamento, a grama estrela roxa pode ser consorciada com leguminosas estoloníferas como o amendoim forrageiro.

    (V)

    10.  Entre as leguminosas recomendadas para áreas com deficiência de drenagem e sujeitas a alagamento temporário, a puerária (Pueraria phaseoloides) é considerada uma boa opção, inclusive para consorciações com braquiária humidicola.

    (V)

    1)                  https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=xs_fJIXRs_E

    2)                  https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=TMRP6pFDLP0

    3)                  https://www.beefpoint.com.br/formacao-e-manejo-de-pastagens-de-pueraria-4875/