A interdependência e a variabilidade caracterizam as grandes crises ambientais contemporâneas, que demandam um princípio de explicação mais rico do que a simplificação. Em sintonia com desafios atuais vinculados à emergência climática, e fundamentada no trabalho de Bruno Latour - em diálogo com outros autores (como Aílton Krenak, Alberto Acosta, Buyng-Chul Han, Davi Kopenawa, Eliane Brum, John Dryzek e Pierre Bourdieu, entre outros), esta disciplina objetiva: a) discutir como a desinformação e o negacionismo climático estão ligados à desregulamentação e ao aumento das desigualdades; b) abordar a relação intrínseca entre ciência, discurso e representação; c) debater por que é preciso superar o mito do conhecimento objetivo e aterrar a produção e a comunicação dos diversos saberes; d) discutir as contribuições de uma abordagem dialógica da comunicação para a comunicação pública da ciência e a participação democrática; e) apresentar boas práticas no âmbito da comunicação para engajamento e mobilização socioambiental e debater seus limites e desafios; f) apresentar a institucionalização do campo da educomunicação e as convergências epistemológicas com a educação ambiental crítica, analisando como elas se materializam em políticas públicas; g) avançar na reflexão teórica sobre as convergências epistemológicas e empíricas dos campos da educação ambiental e da educomunicação, especialmente no que se refere a problemáticas chave como a tensão entre complexidade e redução, estratégia e tática, territorialização e virtualidade, limites e aceleração.