• Paisagem (conceito + atividade)

    Textos

    SANTOS, Milton. Paisagem e espaço. In: SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988. p. 21-25.

    SOUSA NETO, Manoel Fernandes de. Sentidos. In: SOUSA NETO, Manoel Fernandes de. Aula de Geografia e algumas crônicas. 2. ed. Campina Grande: Bagagem, 2007, p. 67-69.

    MACHADO DE ASSIS. Memorial de Aires. Rio de Janeiro: Ed. W.M. Jackson,  1957, p. 31-33.

    Exemplo de atividade com a Geografia


    Obá!
    Oi criançada, chega aqui ó
    Vem cá Daniel
    Vem cá Estevão
    Vamo contar uma história aqui ó

    Havia um papagaio que chamava Reginaldo
    Com uma vida natural no meio do pantanal
    Amigo da graúna, tartaruga, do tatu
    Vaga-lume, da cotia, jacaré e jaburu

    Tinha flores, tinha frutos, tudo era uma beleza.
    Todo mundo em equilíbrio com a mamãe natureza
    E na árvore na montanha, tinha um galho
    E no galho Reginaldo fez seu ninho
    Oh, que ninho, lindo ninho
    Ai, ai, ai que amor de ninho
    O ninho no galho, o galho na árvore

    E a árvore na montanha, olê, iaô!
    A árvore na montanha, olê, iaô!
    A árvore na montanha, olê, iaô!
    A árvore na montanha, oh-oh!

    Mas um dia Reginaldo conheceu um novo bicho
    Que surgiu tão de repente, meio feio e esquisito
    Pois andava em duas patas, tinha boca sem ter bico
    Quem será esse intruso, que parece um chimpanzé?
    Será que come papagaio, o que será que ele quer?
    Perguntou ao vaga-lume: como chama esse bicho?
    Esse bicho chama homem, chama humano, chama gente
    Chama moço, chama cara, chama como se quiser
    Que será que ele quer?

    Reginaldo viu que o homem era sem educação
    Pois cortou a sua árvore sem nenhuma explicação
    E cortou aquele galho, nem ligou que tinha um ninho
    O seu ninho bonitinho, feito com o maior carinho
    Reginaldo não gostou e foi falar com aquele moço
    Por um triz que o machado não cortou o seu pescoço
    Mas a vida continua, foi fazer sua malinha
    Deu adeus à sua casa, foi dormir com as andorinhas
    Que arrumaram uma caminha, toda feita de peninha
    Ai, ai, ai, mas que amiguinhas! Bonitinhas!

    Quando todos já dormiam, acordaram de repente
    Era um fogo que queimava o que via pela frente
    Um barulho, gritaria!
    Jacaré pra todo lado
    Tatu de rabo queimado
    E a tartaruga que pedia uma ajuda pra correr
    E a graúna procurava alguma água pra beber

    Reginaldo assustado bateu asas e voou
    Quase morre sufocado na fumaça que soprou
    Só voltou de manhãzinha para ver o que restava
    Onde estavam seus amigos e a floresta que ele amava?
    Que foi feito do seu mundo?
    Oh, que mundo, vasto mundo
    Ai, ai, ai que amor de mundo! Mundo mudou

    Reginaldo ali sozinho, bem quietinho ele chorou
    Tudo tinha se perdido, o seu mundo acabou
    Sentado numa pedra um barulho ele escutou
    Quando viu já era tarde era cocô que desabava
    De um bumbum de boi malhado que agora ali pastava
    Quase enterra Reginaldo de maneira mais bisonha
    Mas que boi mais sem vergonha!

    Ainda veio com esse papo
    Que lugar de papagaio é em cima de um galho
    Ai meu galho, lindo galho!
    Onde foi parar meu galho?
    O galho na árvore

    E a árvore na montanha olê, iaô!
    A árvore na montanha, oh-oh!

    Mas o fato é que a floresta virou um imenso pasto
    E o pasto é um vazio com os bois comendo mato
    Sem contar com o cupim e um monte de carrapato
    Reginaldo desolado foi voando assim sem rumo
    E falou para si mesmo: tudo bem, eu me acostumo
    Quando então ó que surpresa um pau reto ele avistou
    Mas que estranho objeto, era um poste de concreto
    E no alto desse poste ele fez um novo ninho
    Oh que ninho bonitinho!
    Ai, ai, ai que amor de ninho!
    O ninho no poste, o poste no pasto

    Reginaldo relaxou e até que ficou legal
    Cantava pra esquecer como era o pantanal
    E ali se acostumou com os bois parados de bobeira
    Comendo capim verde pra acabar na churrasqueira
    Mas vejam só a peça que o destino lhe pregou
    Foi comer um grão de bico, uma arapuca o pegou

    Reginaldo foi caçado por um homem bem matreiro
    E vendido na gaiola para um grande fazendeiro
    E aprendeu falar palavras, repetir tantas bobagens
    Pra quê serve um papagaio aprender nossa linguagem?
    E cortaram sua asa, suas penas bem no meio
    Pra que ele não voasse e vivesse num puleiro
    Ai, ai, ai mas que fuleiro!
    O puleiro no galho, o galho da árvore

    E a árvore na montanha, olê iaô!
    A árvore na montanha, olê iaô!
    A árvore na montanha, olê iaô!
    A árvore na montanha, olê iaô! (Vamo cantar pro Reginaldo)

    A árvore na montanha, olê iaô! (Todo mundo)
    A árvore na montanha, olê iaô!
    A árvore na montanha, olê iaô!
    A árvore na montanha, olê iaô!

    A árvore na montanha, olê iaô!
    A árvore na montanha, olê iaô!
    A árvore na montanha, olê iaô!
    A árvore na montanha, olê iaô!

    A árvore na montanha, olê iaô!
    A árvore na montanha, olê iaô!
    A árvore na montanha, olê iaô!
    A árvore na montanha, olê iaô!