Programação
-
Paisagem (conceito + atividade)
Textos
MACHADO DE ASSIS. Memorial de Aires. Rio de Janeiro: Ed. W.M. Jackson, 1957, p. 31-33.Exemplo de atividade com a Geografia
Obá!
Oi criançada, chega aqui ó
Vem cá Daniel
Vem cá Estevão
Vamo contar uma história aqui óHavia um papagaio que chamava Reginaldo
Com uma vida natural no meio do pantanal
Amigo da graúna, tartaruga, do tatu
Vaga-lume, da cotia, jacaré e jaburuTinha flores, tinha frutos, tudo era uma beleza.
Todo mundo em equilíbrio com a mamãe natureza
E na árvore na montanha, tinha um galho
E no galho Reginaldo fez seu ninho
Oh, que ninho, lindo ninho
Ai, ai, ai que amor de ninho
O ninho no galho, o galho na árvoreE a árvore na montanha, olê, iaô!
A árvore na montanha, olê, iaô!
A árvore na montanha, olê, iaô!
A árvore na montanha, oh-oh!Mas um dia Reginaldo conheceu um novo bicho
Que surgiu tão de repente, meio feio e esquisito
Pois andava em duas patas, tinha boca sem ter bico
Quem será esse intruso, que parece um chimpanzé?
Será que come papagaio, o que será que ele quer?
Perguntou ao vaga-lume: como chama esse bicho?
Esse bicho chama homem, chama humano, chama gente
Chama moço, chama cara, chama como se quiser
Que será que ele quer?Reginaldo viu que o homem era sem educação
Pois cortou a sua árvore sem nenhuma explicação
E cortou aquele galho, nem ligou que tinha um ninho
O seu ninho bonitinho, feito com o maior carinho
Reginaldo não gostou e foi falar com aquele moço
Por um triz que o machado não cortou o seu pescoço
Mas a vida continua, foi fazer sua malinha
Deu adeus à sua casa, foi dormir com as andorinhas
Que arrumaram uma caminha, toda feita de peninha
Ai, ai, ai, mas que amiguinhas! Bonitinhas!Quando todos já dormiam, acordaram de repente
Era um fogo que queimava o que via pela frente
Um barulho, gritaria!
Jacaré pra todo lado
Tatu de rabo queimado
E a tartaruga que pedia uma ajuda pra correr
E a graúna procurava alguma água pra beberReginaldo assustado bateu asas e voou
Quase morre sufocado na fumaça que soprou
Só voltou de manhãzinha para ver o que restava
Onde estavam seus amigos e a floresta que ele amava?
Que foi feito do seu mundo?
Oh, que mundo, vasto mundo
Ai, ai, ai que amor de mundo! Mundo mudouReginaldo ali sozinho, bem quietinho ele chorou
Tudo tinha se perdido, o seu mundo acabou
Sentado numa pedra um barulho ele escutou
Quando viu já era tarde era cocô que desabava
De um bumbum de boi malhado que agora ali pastava
Quase enterra Reginaldo de maneira mais bisonha
Mas que boi mais sem vergonha!Ainda veio com esse papo
Que lugar de papagaio é em cima de um galho
Ai meu galho, lindo galho!
Onde foi parar meu galho?
O galho na árvoreE a árvore na montanha olê, iaô!
A árvore na montanha, oh-oh!Mas o fato é que a floresta virou um imenso pasto
E o pasto é um vazio com os bois comendo mato
Sem contar com o cupim e um monte de carrapato
Reginaldo desolado foi voando assim sem rumo
E falou para si mesmo: tudo bem, eu me acostumo
Quando então ó que surpresa um pau reto ele avistou
Mas que estranho objeto, era um poste de concreto
E no alto desse poste ele fez um novo ninho
Oh que ninho bonitinho!
Ai, ai, ai que amor de ninho!
O ninho no poste, o poste no pastoReginaldo relaxou e até que ficou legal
Cantava pra esquecer como era o pantanal
E ali se acostumou com os bois parados de bobeira
Comendo capim verde pra acabar na churrasqueira
Mas vejam só a peça que o destino lhe pregou
Foi comer um grão de bico, uma arapuca o pegouReginaldo foi caçado por um homem bem matreiro
E vendido na gaiola para um grande fazendeiro
E aprendeu falar palavras, repetir tantas bobagens
Pra quê serve um papagaio aprender nossa linguagem?
E cortaram sua asa, suas penas bem no meio
Pra que ele não voasse e vivesse num puleiro
Ai, ai, ai mas que fuleiro!
O puleiro no galho, o galho da árvoreE a árvore na montanha, olê iaô!
A árvore na montanha, olê iaô!
A árvore na montanha, olê iaô!
A árvore na montanha, olê iaô! (Vamo cantar pro Reginaldo)A árvore na montanha, olê iaô! (Todo mundo)
A árvore na montanha, olê iaô!
A árvore na montanha, olê iaô!
A árvore na montanha, olê iaô!A árvore na montanha, olê iaô!
A árvore na montanha, olê iaô!
A árvore na montanha, olê iaô!
A árvore na montanha, olê iaô!A árvore na montanha, olê iaô!
A árvore na montanha, olê iaô!
A árvore na montanha, olê iaô!
A árvore na montanha, olê iaô!