Programação
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Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de Ciência Política
FLS 6477
as artes de não ser governado: por ocasião dos 150 anos da Comuna de Paris
Jean Tible
Quartas-feiras, 19h30-22h30
https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=90708
Justificativa e objetivos
A Comuna de Paris: uma curtíssima experiência política, de 72 dias, de março a maio de 1871, com longas sobrevidas. Nas análises “a quente” de uma série de participantes, atores e pensadores políticos (Bakunin, Marx, Morris, Reclus, Kropotkin, Michel), que continuam até hoje a ser lidas, debatidas e criticadas. Nas influências em inúmeras obras das ciências humanas (Gustave Le Bon, Sigmund Freud ou Elias Canetti, por exemplo) sobre o papel das massas, multidões, corpos em movimentos nas ruas e espaços públicos que retomam antigas polêmicas do pensamento político. Em uma forma-comuna, plural, reivindicada por uma miríade de organizações políticas contemporâneas.
As poucas semanas da Comuna são precedidas por uma guerra, mas sobretudo por uma efervescência. As reuniões populares fervilham a partir de 1868, quando o Segundo Império relaxa um pouco suas leis repressivas e abranda a censura. Embora os sindicatos fossem proibidos, a partir da década de 1860 cai o delito de coalizão e se permite as associações de trabalhadores. Vai se formando um corpo coletivo contestatário, em greves (legalizadas em 1864), em restaurantes em regime de cooperativa e em espaços como salões de danças, sala de concertos e armazéns onde se juntavam multidões ávidas por rebelião. Nesses clubes, as “colmeias zumbidoras” espraiam a ideia de uma comuna social nas classes perigosas. A polícia (e seus numerosos espiões) sempre estudiosa das sementes da oposição vai acompanhar isso de perto – um fervoroso adversário da Comuna vai chamar as reuniões públicas de “Collège de France da insurreição”, percebendo essa escola de elaboração coletiva desobediente.
Daí se encarna um notável experimento político na forma de um conjunto de atos de destituição do Estado e suas instituições burocráticas por homens e mulheres comuns. Por isso, um dos seus principais trunfos ser sua existência mesma. Não decreta nem proclama o fim do Estado e do sistema capitalista, mas agencia ambos com medidas concretas que ali se esboçam, como a supressão do exército permanente e do caráter político da polícia, substituindo-os pela população em armas. Seus conselheiros municipais são eleitos pelo sufrágio universal, com mandatos imperativos e permanentemente revogáveis e o mesmo ocorre com os demais funcionários públicos – como magistrados e juízes – que passam a receber salários de operários. O financiamento público da Igreja é cortado e seus bens expropriados. As fábricas e oficinas abandonadas são transformadas em cooperativas. Institui-se a liberdade de imprensa e a moratória dos alugueis, expulsões e dívidas. O casamento passa a ser livre e a Comuna adota as crianças não reconhecidas e torna gratuita e para todos a educação, além de organizar cursos noturnos e salas de leituras em hospitais e creches nos bairros operários.
Como essa experiência se compreende em determinados momentos históricos e como se insere no presente? O que dizem sobre as ideias e práticas de autogoverno, federação, democracia? Em que sentidos nos dão ferramentas ou não para nos situar num contexto de contundente questionamento da legitimidade dos sistemas políticos, alta desconfiança da representação e gravíssima crise civilizacional-ambiental?
Esse curso propõe estudar uma certa tradição política (autogoverno) a partir da Comuna de Paris. Isso envolve três momentos, começando por se debruçar sobre o experimento político de março a maio de 1871, suas ações, contextos, significados e ressonâncias. Em seguida, nos dedicamos à análise de quatro momentos-chave, nos quais esse princípio político estava em operação, cada um com suas especificidades e particularidades. Enfim, trabalhamos e refletimos sobre experiências contemporâneas de autogoverno que dialogam indireta ou diretamente com o gesto inaugural communard, tecendo alguns fios históricos, espaciais e políticos.
Avaliação
Trabalho de fim de curso, seminários/participação e textos curtos ao longo do semestre
Programa
Referências:
Prosper-Olivier Lissagaray. Históira da Comuna de 1871. São Paulo, Expressão Popular, 2021 [1896].
John Merriman. A Comuna de Paris: 1871 origens e massacre. Rio de Janeiro, Anfiteatro, 2015 [2014].
Bakunin. A Comuna de Paris e a ideia do Estado, 1871.
Kropotkin. A Comuna de Paris, 1871.
Karl Marx. A guerra civil na França. São Paulo, Boitempo, 2011 [1871].
Karl Marx e Friedrich Engels. Prefácio à nova edição do Manifesto Comunista, 1872.
Walter Benjamin. Paris, capital do século XIX, 1935.
Alexandre Samis. Negras tormentas: o federalismo e o internacionalismo na Comuna de Paris. São Paulo, Hedra, 2011.
Jacques Tardi e Jean Vautrin. O grito do povo. São Paulo, Conrad, 2005.
Grigori Kozintsev e Leonid Trauberg. A nova Babilônia (1929).
Sólveig Anspach. Louise Michel, a rebelde (2009).
Sessões:
18 de agosto
Apresentação: a explosão do autogoverno e da democracia
Peter Watkins. La Commune (Paris, 1871), 2000. (5h45)
parte 1
a comuna inaugural: Paris, 1871 e suas sobrevidas
25 de agosto
Leituras de Brecht: Os dias da Comuna
com Sérgio de Carvalho (ECA)
Bertold Brecht. Os dias da Comuna, 1948-1949.
1 de setembro
luxo comunal
Kristin Ross. Luxo comunal: o imaginário político da Comuna de Paris. São Paulo, Autonomia Literária, 2021 [2015]. Introdução, Além do “regime celular de nacionalidade” (cap. 1) e Luxo comunal (cap. 2).
complementar:
Michael Löwy e Olivier Besancenot. O Caderno azul de Jenny: a visita de Marx à Comuna de Paris. São Paulo, Boitempo, 2021.
8 de setembro
o princípio de associação: anarquia na comuna de paris
com Acácio Augusto (Unifesp)
Kristin Ross. Luxo comunal: o imaginário político da Comuna de Paris. São Paulo, Autonomia Literária, 2021 [2015]. A literatura nórdica (cap. 3), As sementes sob a neve (cap. 4) e Solidariedade (cap. 5).
complementar:
Louise Michel. Tomada de posse. São Paulo, sobinfluencia e Autonomia Literária, 2021 [1890].
parte 2
momentos decisivos, experiências limites
22 de setembro
Serra da Barriga, século 17
com Fábio Nogueira (UNEB)
Beatriz Nascimento. “Historiografia do Quilombo” (1977) e “O conceito de Quilombo e a Resistência Cultural Negra” (1985). Em Possibilidade nos dias de destruição (intelectual e quilombola). Organizada pela União dos Coletivos Pan-Africanistas. Diáspora Africana, Editora Filhos da África, 2018.
Clovis Moura. “Quilombos e Guerrilhas” e “República de Palmares”. Em Rebeliões da Senzala: quilombos – insurreições – guerrilhas. São Paulo, Anita Garibaldi, 2014 [1959].
Richard Price. “Palmares como poderia ter sido” em João José Reis e Flávio dos Santos Gomes (orgs.). Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1996.
complementar:
Abdias Nascimento. “Documento n.7: O quilombismo”. Em O quilombismo: documentos de uma militância pan-africanistaI. São Paulo, Perspectiva, 2019 [1980].
Denise Ferreira da Silva. “O evento racial ou aquilo que acontece sem o tempo” (2016). Em Adriano Pedrosa et. al. (orgs.) Histórias afro-atlânticas vol.2 Antologia. São Paulo, MASP, 2018.
29 de setembro
Catalunha, 1936
com Margareth Rago (Unicamp)
Martha A. Ackelsberg. Mulheres livres: a luta pela emancipação feminina e a Guerra Civil Espanhola. São Paulo, Elefante, 2019 [1991]. [conclusão].
Margareth Rago e Maria Clara Pivato Biajoli (orgs.). Mujeres libres da Espanha. São Paulo, Terra Livre, 2017. [introdução (m. rago); o grupo; depoimentos].
complementar:
George Orwell. Hommage to Catalonia. London, Penguin, 2000 [1938].
Diego Abad de Santillán. Organismo econômico da revolução: a autogestão na Revolução Espanhola. São Paulo, Brasiliense, 1980 [1936].
6 de outubro
Chile, 1970-1973
com Joana Salém (Casper Libero)
Frank Gaudichaud. Poder Popular y Cordones Industriales: testimonios sobre el movimiento popular urbano, 1970-1973. Santiago, LOM Ediciones, 2004. [presentación general e “Las expresiones de 'poder popular' y el sistema de participación de los trabajadores en el Área de Propriedad Social”].
Eder Sader. “'Cordón Cerrillos' e Poder Proletário no Chile em 1972”. Les Temps Modernes, n. 347, junho de 1974.
Joana Salém Vasconcelos. “Dilemas agrários da Unidade Popular: conflitos rurais na via chilena ao socialismo (1967-1973)”. Em: Adriane Vidal Costa e Elisa de Campos Borges. Os 50 anos da Unidade Popular no Chile: um balanço historiográfico. Belo Horizonte, Fino Traço, 2020.
complementar:
Elisa de Campos Borges. “¡Con la Unidad Popular ahora somos Gobierno! Experiência dos Cordones Industriales no Chile de Allende”. Anais do XI Encontro Internacional da ANPHLAC, 2014.
Márcia Cury. O protagonismo popular - experiências de classe e movimentos sociais na construção do socialismo chileno (1964-1973). Campinas, Unicamp, 2017. [capítulo 5].
Patricio Guzmán. A batalha do chile (terceira parte: o poder popular), 1979.
13 de outubro
O movimento de 77: Do you remember (counter)revolution?
com Augusto Jobim (PUC-RS) e Salvador Schavelzon (Unifesp)
Traficantes de Sueños (org.). El Movimiento de '77. Madri, Traficantes de Sueños, 2007. Franco Berardi “Bifo”, “El año en el que el futuro se acabó” e Paolo Virno, “Do you remember counterrevolution?”
complementar:
Nanni Balestrini e Primo Moroni. La horda de oro 1968-1977: un gran ola revolucionaria y creativa, política y existencial. Madri, Traficantes de Sueños, 2006 [1997]. El Movimiento de '77 (capítulo 10).
parte 3
comunas contemporâneas
27 de outubro
Autonomias e autogovernos zapatistas em Chiapas, México
com Fábio M. Alkmin (USP) e Leila Saraiva (UnB)
EZLN. “Lei Revolucionária de Mulheres” (1993), “Lei Agrária Revolucionária” (1993) e “Sexta Declaração da Selva Lacandona” (2005). Em: Mariana Lacerda e Peter Pál Pelbart (orgs.). Uma baleia na montanha. São Paulo, n-1, 2021.
Jérôme Baschet. “A autonomia é a própria vida do povo: a construção da autonomia nos territórios zapatistas”. Em: A experiência zapatista: rebeldia, resistência, autonomia. São Paulo, n-1, 2021.
Los 25 años del EZLN: la vigencia de sus demandas (10’12”). Revista Processo, 31/12/18.
complementar:
Fábio M. Alkmin. Por uma geografia da autonomia: a experiência de autonomia territorial zapatista em Chiapas, México. São Paulo, Humanitas, 2017. [capítulo 3].
Gloria Muñoz Ramírez. EZLN: el fuego y la palabra. Buenos Aires, Tinta Limón, 2004.
Ana Paula Massadar Morel. “A luta pela terra na cosmopolítica do movimento zapatista”. Revista Estudos Libertários (UFRJ), vol.1, primeiro semestre de 2019.
Yvon Le Bot e Subcomandante Marcos. El sueño zapatista. México, Plaza y Janés, 1997.
3 de novembro
Rojava
com Alessia (Movimiento de Mujeres de Kurdistán)
Comitê de Solidariedade à Resistência Popular Curda. Şoreşa Rojavayê: Revolução, uma palavra feminina. São Paulo, Terra Livre, 2016.
Mylène Sauloy. Syrie: Rojava, la révolution par les femmes (ARTE Reportage), 2018 (com legendas em espanhol).
complementar:
Dilar Dirik et al. A Revolução Ignorada – Liberação da mulher, democracia direta e pluralismo radical no Oriente Médio. São Paulo, Autonomia Literária, 2017.
10 de novembro
Retomadas
com Joelson Ferreira (ATL, Teia dos Povos)
Joelson Ferreira e Erahsto Felício. Por terra e território: caminhos da revolução dos povos no Brasil. Arataca, Teia dos Povos, 2021.
17 de novembro
Terra e democracia
Habitantes da ZAD, Notre-Dame-des-Landes. Tomar a terra. São Paulo, Glac, 2021 [2019].
Luiz Henrique Eloy Amado. “O despertar do povo Terena para os seus direitos: movimento indígena e confronto político em Mato Grosso do Sul”. MovimentAção, Dourados, v.4 n.6, 2017.
Complementar:
Grupo de Trabajo CLACSO Pueblos indígenas autonomías y derechos colectivos. Boletín Autonomías hoy. Pueblos indígenas en América Latina, Año 1 – Número #1, Julio 2021.
Silvia Federici. “Mulheres, lutas por terra e globalização: uma perspectiva internacional” (2004). Em: O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo, Elefante, 2019.
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Referências:
Prosper-Olivier Lissagaray. Históira da Comuna de 1871. São Paulo, Expressão Popular, 2021 [1896].
https://teoriadoespacourbano.files.wordpress.com/2013/04/lissagaray-a-comuna-de-pais-1877.pdfJohn Merriman. A Comuna de Paris: 1871 origens e massacre. Rio de Janeiro, Anfiteatro, 2015 [2014].
versão na íntegra em português na internet
Bakunin. A Comuna de Paris e a ideia do Estado, 1871.
https://www.marxists.org/portugues/bakunin/1871/06/23.pdf
Kropotkin. A Comuna de Paris, 1871.
http://www.fafich.ufmg.br/~luarnaut/Kropotkin_Comuna%20de%20Paris.pdf
Karl Marx. A guerra civil na França. São Paulo, Boitempo, 2011 [1871].
https://www.marxists.org/portugues/marx/1871/guerra_civil/index.htm
Karl Marx e Friedrich Engels. Prefácio à nova edição do Manifesto Comunista, 1872.
https://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunista/prefacios.htm
Walter Benjamin. Paris, capital do século XIX, 1935.
Alexandre Samis. Negras tormentas: o federalismo e o internacionalismo na Comuna de Paris. São Paulo, Hedra, 2011.
Jacques Tardi e Jean Vautrin. O grito do povo. São Paulo, Conrad, 2005.
Grigori Kozintsev e Leonid Trauberg. A nova Babilônia (1929).
https://www.youtube.com/watch?
v=Y42Q6DbI9C0 Sólveig Anspach. Louise Michel, a rebelde (2009).
https://www.youtube.com/watch?v=EUtKjSiqrvI&t=35s
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18 de agosto
Apresentação: a explosão do autogoverno e da democracia
Peter Watkins. La Commune (Paris, 1871), 2000. (5h45)
primeira parte: https://www.youtube.com/watch?v=rxKPxG3MmkM
segunda: https://www.youtube.com/watch?v=-46HsSq2jyc -
25 de agosto
Leituras de Brecht: Os dias da Comuna
com Sérgio de Carvalho (ECA)
Bertold Brecht. Os dias da Comuna, 1948-1949.
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1 de setembro
luxo comunal
Kristin Ross. Luxo comunal: o imaginário político da Comuna de Paris. São Paulo, Autonomia Literária, 2021 [2015]. Introdução, Além do “regime celular de nacionalidade” (cap. 1) e Luxo comunal (cap. 2).
https://fpabramo.org.br/publicacoes/wp-content/uploads/sites/5/2021/05/Luxo-Comunal.pdf
complementar:
Michael Löwy e Olivier Besancenot. O Caderno azul de Jenny: a visita de Marx à Comuna de Paris. São Paulo, Boitempo, 2021.
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8 de setembro
o princípio de associação: anarquia na comuna de paris
com Acácio Augusto (Unifesp)
Kristin Ross. Luxo comunal: o imaginário político da Comuna de Paris. São Paulo, Autonomia Literária, 2021 [2015]. A literatura nórdica (cap. 3), As sementes sob a neve (cap. 4) e Solidariedade (cap. 5).
complementar:
Louise Michel. Tomada de posse. São Paulo, sobinfluencia e Autonomia Literária, 2021 [1890].
na íntegra em francês: https://fr.wikisource.org/wiki/Prise_de_possession/Texte_entier
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22 de setembro
Serra da Barriga, século 17
com Fábio Nogueira (UNEB)
Beatriz Nascimento. “Historiografia do Quilombo” (1977) e “O conceito de Quilombo e a Resistência Cultural Negra” (1985). Em Possibilidade nos dias de destruição (intelectual e quilombola). Organizada pela União dos Coletivos Pan-Africanistas. Diáspora Africana, Editora Filhos da África, 2018.
Clovis Moura. “Quilombos e Guerrilhas” e “República de Palmares”. Em Rebeliões da Senzala: quilombos – insurreições – guerrilhas. São Paulo, Anita Garibaldi, 2014 [1959].
Richard Price. “Palmares como poderia ter sido” em João José Reis e Flávio dos Santos Gomes (orgs.). Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1996.
complementar:
Abdias Nascimento. “Documento n.7: O quilombismo”. Em O quilombismo: documentos de uma militância pan-africanistaI. São Paulo, Perspectiva, 2019 [1980].
https://baobavoador.noblogs.
org/files/2016/01/O- QUILOMBISMO-Abdias-Do- Nascimento.pdf Denise Ferreira da Silva. “O evento racial ou aquilo que acontece sem o tempo” (2016). Em Adriano Pedrosa et. al. (orgs.) Histórias afro-atlânticas vol.2 Antologia. São Paulo, MASP, 2018.
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29 de setembro
Catalunha, 1936
com Margareth Rago (Unicamp)
Martha A. Ackelsberg. Mulheres livres: a luta pela emancipação feminina e a Guerra Civil Espanhola. São Paulo, Elefante, 2019 [1991]. [conclusão].
Margareth Rago e Maria Clara Pivato Biajoli (orgs.). Mujeres libres da Espanha. São Paulo, Terra Livre, 2017. [introdução (m. rago); o grupo; depoimentos].
complementar:
George Orwell. Hommage to Catalonia. London, Penguin, 2000 [1938].
https://limpidsoft.com/ipad10/homagecatalonia.pdf
em português disponível na internet
Diego Abad de Santillán. Organismo econômico da revolução: a autogestão na Revolução Espanhola. São Paulo, Brasiliense, 1980 [1936].
https://afavordarua.webnode.com.br/_files/200000034-1a1a01b140/Organismo%20Econ%C3%B4mico%20da%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20-%20Autogest%C3%A3o%20e%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20na%20Guerra%20Civil%20Espanhola.pdf
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6 de outubro
Chile, 1970-1973
com Joana Salém (Casper Libero)
Frank Gaudichaud. Poder Popular y Cordones Industriales: testimonios sobre el movimiento popular urbano, 1970-1973. Santiago, LOM Ediciones, 2004. [presentación general e “Las expresiones de 'poder popular' y el sistema de participación de los trabajadores en el Área de Propriedad Social”].
Eder Sader. “'Cordón Cerrillos' e Poder Proletário no Chile em 1972”. Les Temps Modernes, n. 347, junho de 1974.
https://www.marxists.org/portugues/sader/1973/08/cordon.htm
Joana Salém Vasconcelos. “Dilemas agrários da Unidade Popular: conflitos rurais na via chilena ao socialismo (1967-1973)”. Em: Adriane Vidal Costa e Elisa de Campos Borges. Os 50 anos da Unidade Popular no Chile: um balanço historiográfico. Belo Horizonte, Fino Traço, 2020.
complementar:
Elisa de Campos Borges. “¡Con la Unidad Popular ahora somos Gobierno! Experiência dos Cordones Industriales no Chile de Allende”. Anais do XI Encontro Internacional da ANPHLAC, 2014.
http://antigo.anphlac.org/sites/default/files/Elisa%20de%20Campos%20Borges.pdf
ou tese completa: https://www.historia.uff.br/stricto/td/1319.pdf
Márcia Cury. O protagonismo popular - experiências de classe e movimentos sociais na construção do socialismo chileno (1964-1973). Campinas, Unicamp, 2017. [capítulo 5].
http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/280317/1/Cury_MarciaCarolinadeOliveira_D.pdf
Patricio Guzmán. A batalha do chile (terceira parte: o poder popular), 1979.
https://www.youtube.com/watch?v=HQLVik-khus
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13 de outubro
O movimento de 77: Do you remember (counter)revolution?
com Augusto Jobim (PUC-RS) e Salvador Schavelzon (Unifesp)
Traficantes de Sueños (org.). El Movimiento de '77. Madri, Traficantes de Sueños, 2007. Franco Berardi “Bifo”, “El año en el que el futuro se acabó” e Paolo Virno, “Do you remember counterrevolution?”
complementar:
Nanni Balestrini e Primo Moroni. La horda de oro 1968-1977: un gran ola revolucionaria y creativa, política y existencial. Madri, Traficantes de Sueños, 2006 [1997]. El Movimiento de '77 (capítulo 10).
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27 de outubro
Autonomias e autogovernos zapatistas em Chiapas, México
com Fábio M. Alkmin (USP) e Leila Saraiva (UnB)
EZLN. “Lei Revolucionária de Mulheres” (1993), “Lei Agrária Revolucionária” (1993) e “Sexta Declaração da Selva Lacandona” (2005). Em: Mariana Lacerda e Peter Pál Pelbart (orgs.). Uma baleia na montanha. São Paulo, n-1, 2021.
http://www.dhnet.org.br/direitos/blocos/questaozapatista/asleisrevolucionarias.html
https://enlacezapatista.ezln.
org.mx/2005/06/30/sexta- declaracao-da-selva-lacandona/ Jérôme Baschet. “A autonomia é a própria vida do povo: a construção da autonomia nos territórios zapatistas”. Em: A experiência zapatista: rebeldia, resistência, autonomia. São Paulo, n-1, 2021.
Los 25 años del EZLN: la vigencia de sus demandas (10’12”). Revista Processo, 31/12/18.
complementar:
Fábio M. Alkmin. Por uma geografia da autonomia: a experiência de autonomia territorial zapatista em Chiapas, México. São Paulo, Humanitas, 2017. [capítulo 3].
https://drive.google.com/file/
d/1PteBUnDV2lj8xx- AD9JVqhkWV9avR79-/edit Gloria Muñoz Ramírez. EZLN: el fuego y la palabra. Buenos Aires, Tinta Limón, 2004.
https://www.tintalimon.com.ar/
public/ staff4egjhc6rwvfrr7m2x2c7gda/ pdf_987-21689-1-1.pdf
Ana Paula Massadar Morel. “A luta pela terra na cosmopolítica do movimento zapatista”. Revista Estudos Libertários (UFRJ), vol.1, primeiro semestre de 2019.
https://revistas.ufrj.br/
index.php/estudoslibertarios/ article/download/20812/13167 Yvon Le Bot e Subcomandante Marcos. El sueño zapatista. México, Plaza y Janés, 1997.
https://www.iberopuebla.mx/
sites/default/files/bp/ documents/el_sueno_zapatista. pdf
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3 de novembro
Rojava
com Alessia (Movimiento de Mujeres de Kurdistán)
Comitê de Solidariedade à Resistência Popular Curda. Şoreşa Rojavayê: Revolução, uma palavra feminina. São Paulo, Terra Livre, 2016.
Mylène Sauloy. Syrie: Rojava, la révolution par les femmes (ARTE Reportage), 2018 (com legendas em espanhol).
https://www.arte.tv/fr/videos/
084989-000-A/syrie-rojava-la- revolution-par-les-femmes/
complementar:
Dilar Dirik et al. A Revolução Ignorada – Liberação da mulher, democracia direta e pluralismo radical no Oriente Médio. São Paulo, Autonomia Literária, 2017.
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10 de novembro
Retomadas
com Joelson Ferreira (ATL, Teia dos Povos)
Joelson Ferreira e Erahsto Felício. Por terra e território: caminhos da revolução dos povos no Brasil. Arataca, Teia dos Povos, 2021.
https://drive.google.com/file/d/1HFkGbFHFo6hTBfzKumW6rA_PxTFZoUUK/view
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17 de novembro
Terra e democracia
Habitantes da ZAD, Notre-Dame-des-Landes. Tomar a terra. São Paulo, Glac, 2021 [2019].
https://lundi.am/ZAD
(tradução em curso)
Luiz Henrique Eloy Amado. “O despertar do povo Terena para os seus direitos: movimento indígena e confronto político em Mato Grosso do Sul”. MovimentAção, Dourados, v.4 n.6, 2017.
https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/movimentacao/article/view/7674/4999
tese na íntegra: https://apiboficial.org/2019/09/13/vukapanavo-o-despertar-do-povo-terena-para-os-seus-direitos-movimento-indigena-e-confronto-politico/
Complementar:
Grupo de Trabajo CLACSO Pueblos indígenas autonomías y derechos colectivos. Boletín Autonomías hoy. Pueblos indígenas en América Latina, Año 1 – Número #1, Julio 2021.
https://www.clacso.org/boletin-1-autonomias-hoy-pueblos-indigenas-en-america-latina/
Silvia Federici. “Mulheres, lutas por terra e globalização: uma perspectiva internacional” (2004). Em: O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo, Elefante, 2019.
http://coletivosycorax.org/wp-content/uploads/2019/09/Opontozerodarevolucao_WEB.pdf