FLS5230- Corpo, substância, pessoa. Leituras de etnologia ameríndia

Disciplina: FLS 5230 Corpo, Substância, Pessoa. Leituras de Etnologia Ameríndia

Body, substance, person. Readings in Amerindian Ethnology

Segundo Semestre de 2021

Período Noturno

Crédito Aula: 8

Crédito Trabalho: 0

Carga Horária Total: 120 horas

Tipo: Semestral

Objetivos: Apresentar uma introdução ao debate contemporâneo da etnologia das terras baixas sul-americanas sobre as noções de pessoa, corporalidade e substância.

Conteúdo: O curso focaliza a produção da etnologia americanista das últimas três décadas, tomando como guia os temas da noção de pessoa maussiana e da corporalidade. O corpo, eleito “idioma simbólico focal” das populações ameríndias (A. Seeger, Roberto Da Matta e E. Viveiros de Castro 1979), fornece privilegiada via de acesso às concepções e práticas nativas. O debate mais recente sobre a noção de pessoa múltipla e corporalidade abre-se para as dimensões éticas, estéticas e políticas das filosofias ameríndias.

Programa Resumido

São conhecidos os comentários de Claude Lévi-Strauss sobre a obra de Marcel Mauss na famosa introdução de 1950: o quanto o pensamento de Mauss inovava o campo de estudos da antropologia e das ciência modernas ao refletir sobre as técnicas do corpo. No campo de estudos da etnologia indígena, dois manifestos (Overing Kaplan 1977; Seeger et all 1978) prepararam nova fase dos estudos ameríndios baseados em etnografias comprometidas com as concepções e práticas dos povos indígenas. O corpo naquele contexto foi eleito “idioma simbólico focal” (Seeger et all 1979), para no final da década de 1990, sob o impacto da reflexão de M. Strathern (1988), torna-se foco do descentramento e da pessoa múltipla. A partir de tais marcos conceituais, a disciplina reflete sobre a produção etnográfica das três últimas décadas relativa à Amazônia e as Terras Baixas Meridionais.

O curso volta-se para estudos monográficos realizados junto a povos indígenas do continente sul-americano que refletiram sobre o tema da pessoa das últimas três décadas, destacando trabalhos recentes de pensadores indígenas, sobre a geração do parentesco e a definição da humanidade; os dispositivos rituais na fabricação do corpo e da alteridade; a comensalidade e os cuidados cotidianos dos corpos.

Forma de avaliação: Apresentação de um seminário (50%) ao longo do semestre e elaboração de um trabalho final (50%), que pode ser um ensaio bibliográfico sobre as questões da pesquisa individual ou um verbete para a Enciclopédia de Antropologia (conferir as normas editoriais da EA em: http://antropologia.fflch.usp.br/enciclopedia-de-antropologia).

Método: leituras orientadas, aulas teóricas e seminários.