Tinta sobre papel: técnicas de escrita e de representações de ilusões
Autores: Valdir Barzotto, Débora Trevizo, Rafael Barreto do Prado e Rita Maria Decarli Bottega (USP)
Resumo
Este texto objetiva discutir questões a respeito ao ensino da disciplina de Língua Portuguesa, a partir de algumas posições defendidas por Geraldi e paulatinamente descoladas do contexto e dos compromissos que as motivaram. Pesquisadores em diferentes momentos de sua formação, orientados pelo prof. Valdir Barzotto, conduzem com ele a discussão, abordando os seguintes pontos: a produção de conhecimento na universidade e a relação com os saberes já produzidos, na qual se afirma a necessidade da curiosidade criativa por parte do pesquisador, que favorece a ultrapassagem do legado de conhecimentos já produzidos e socializados; a perspectiva defendida por Geraldi que colocava o texto como centro das aulas de Língua Portuguesa foi paulatinamente golpeada, já que os compromissos que a alavancavam foram redimensionados, permanecendo mais o registro linguístico do que a formação de sujeitos capazes de questionar as bases da sociedade que explora o seu trabalho; a incorporação do termo “produção de textos” no lugar de “redação” nos discursos dos professores pode ser sinal de uma transmutação de propostas de trabalho; a reflexão acerca de aspectos da escrita na universidade permite que se entrevejam formas limitadas de domínio de escrita que são ensinadas, exercitadas e validadas na universidade; a percepção da vinculação da modalidade de língua convencionada como culta, os controles sociais e assujeitamentos permite que esta variedade seja representante das relações de poder, mas também de subversão.