Referências sobre memória e metodologia de entrevistas
Coloque duas referências sobre memória e entrevistas, acompanhadas de comentários sobre elas.
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A não história da dança ou a historiografia dos restosEste trecho do livro da professora e dançarina Andreia Nhur - pertencente ao programa de Pós Graduação da ECA-USP, aborda uma pespectiva diferente e descentralizada em que contrapõe uma história da dança brasileira, baseada em um tradicional e hegemônico modelo europeu, baseada na história da Arte, com a história da não dança. Ou seja, como método utilizada os "restos", conforme Benjamin trata as reminiscências. Para além de recobrar um percurso historiográfico da dança que contemple os silenciados, ela trabalha com a ideia de arquivo como um lugar de poder, ressignificando-o, principalmente do ponto de vista da memória. Introduz a história oral como recurso de transformação desse panorama e prioriza a noção de testemunho. | ||
A oralidade como fonte para a escrita das Histórias Indígenas (vários)TEXTO 2 COMENTÁRIOS: A indicação deste texto vem de encontro com meu objeto de pesquisa no mestrado em História Social (Jogos dos Povos Indígenas) , mas achei importante indicá-lo pensando na diversidade de temáticas que os demais colegas postaram aqui no moodle. O artigo, publicado na revista Tellus, constrói uma breve reflexão sobre caminhos teóricos e metodológicos para a escrita das Histórias Indígenas, especialmente no que tange à utilização da tradição oral como fonte de pesquisa histórica, demonstrando a necessidade de aproximar a história oral da etnografia no que diz respeito aos trabalhos de campo do historiador com populações indígenas (como é o meu caso). Aqui destacamos como a História Oral, de encontros aos procedimentos consagrados pela historiografia, torna-se instrumento para acessar as histórias indígenas e também possibilita escrevê-la junto dos seus protagonistas indígenas, desafiando a concepção novecentista de tratar os indígenas como povos sem escrita e por tanto ahistóricos. Reflexões como está nos permitem extrapolar um pouco de nosso olhar cartesiano acadêmico e pensar na possibilidade de reconhecer outras formas de expressão da oralidade e também da própria historicidade, de si e do grupo enquanto sujeito coletivo da história, debates que vão de encontro à perspectiva decolonial, ou do que um historiador mexicano (Navarrete Linares) chamou de Cosmohistória. REFERÊNCIA: BARBOSA, João Mitia Antunha; MEZCASA, Joseline; FAGUNDES, Marcelo Gonzales Brasil. A oralidade como fonte para a escrita das Histórias Indígenas. In Tellus, Campo Grande, MS, ano 18, n. 37, p. 121-145, set./dez. 2018. Citado por Caio Reina Lotufo | |
Angariamento de referências sobre memória social e entrevistasComentário para o Texto 1: "No jogo das adequações: questões sobre a construção da memória em entrevistas", de Sandra Cristina Pereira, André Mendes e Rodrigo Cerqueira. Comentário do texto 2: “A memória é a matéria essencial das entrevistas: Entrevista com José Carlos Sebe Bom Meihy”, de Agnes Francine de Carvalho Mariano O presente texto traz a importância que conceitos tais como tempo,
historicidade, temporalidade, memória e
história oral de vida tem ganhado dentro das discussões em ciências
humanas, o que garante à História, como campo de saber, e a sua metodologia
própria um lugar privilegiado na construção do pensamento em ciências humanas e
comunicação. Como se trata de uma entrevista, vemos aqui a junção de forma e
conteúdo na criação de um sentido. O texto faz uma aproximação entre a história
oral e o jornalismo, tendo por perspectiva norteadora a centralidade do gênero ‘entrevista’.
O entrevistado foi o historiador José
Carlos Sebe Bom
Meihy, professor titular
aposentado do Departamento
de História da
Universidade de São
Paulo, que atualmente trabalha como professor da Unigranrio e é um
grande pesquisador do campo da história oral. A entrevistadora é a autora do
artigo, Agnes Francine Mariano, Professora permanente do Programa de
Pós-graduação em Comunicação e Temporalidades da Universidade Federal de Ouro
Preto e da graduação em Jornalismo. Em sua entrevista feita com o professor Meihy, Mariano procurou atualizar uma entrevista feita com o mesmo professor 12 anos antes. Meihy defende que a história oral precisa ser feita com preocupação ética e cuidado com os entrevistados, assumindo que o entrevistado é um colaborador para a pesquisa, e nunca só uma pessoa que “informa” sobre algo, que depois será plenamente entendido pelo pesquisador em sua solidão. Dessa forma, a ideia de colocar o entrevistado como “objeto de pesquisa” é problematizada. Ele também defende que toda a pesquisa deve ser elaborada tendo por base um projeto cujos “propósitos e critérios (...) guiarão a definição das redes de colaboradores que participarão do projeto e o destino final do material produzido.”. (MARIANO, p.4, 2020). A pesquisa deve servir como ferramenta para ampliar o diálogo com a sociedade, de modo que o impacto que a produção científica terá sempre deverá ser considerado. Um ponto interessante que Mariano destaca da fala de Meihy é a relação da memória com o esquecimento, uma vez que eleger narrativas é também uma forma de criar sentidos. Dessa forma, os oralistas estariam particularmente interessados nos atropelos, na contagem não-cronológica, nas imprecisões, uma vez que o que se busca não é o fato histórico per se, mas as versões subjetivadas desses fatos. Comentários feitos por Laryssa Frezze e Silva nº USP 7613455 | ||