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História oral e procedimentos.

O livro "História oral: possibilidades e procedimentos" de Sonia Maria Freitas é um verdadeiro guia de história oral, partindo do conceito de história oral, passando pela história da ferramenta, método para projeto de coleta e análise, chegando ao ponto essencial, que é a preservação das memórias, das raízes e da identidade daquela pessoa que é a titular do conteúdo narrado.    

Segundo a autora, por meio da entrevista de História Oral e da análise do discurso ali contido, é possível reconstruir a memória histórica de conteúdos pessoais e coletivos, cujas "reminiscências trazem em si informações que enriquecem e efetivamente contribuem para uma melhor compreensão dos temas e pessoas pesquisados" (Freitas, 2006, p. 118).

Um importante destaque da obra ora colacionada, é o capítulo denominado "Metodologia de Coleta e Utilização da História Oral", que contempla desde o projeto para definição do tema e os propósitos da pesquisa de História Oral, detalhando o roteiro, a entrevista e estratégias de condução e tratamento das memórias coletadas, até as técnicas para armazenamento e catalogação do material registrado.

A autora, na linha do exposto na apresentação do livro, oferece sua "reflexão teórico-metodológica à prática do trabalho de campo; da entrevista e transcrição ao arquivamento e conservação" como produto de larga experiência de trabalho com fontes orais, contribuindo com a metodologia que permite ao leitor aprender, fazendo.

Freitas, Sônia Maria de História oral: possibilidades e procedimentos / Sônia Maria de Freitas. 2. ed. – São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 2006. 142 p. ISBN 85-98292-93-1.



História oral e velhice: educação não formal e turismo rural.

 O artigo traz reflexões sobre uma experiência concreta da aplicação da história oral como estratégia de fomento ao turismo social e educacional voltado a pessoas idosas, tendo dois enfoques em especial: primeiro, a função social da velhice na sociedade e, segundo, a exploração cultural de fazendas históricas integrantes do projeto em Políticas Públicas denominado “Patrimônio Cultural Rural Paulista” da região central do Estado. A proposta da pesquisa foi trabalhar uma visão de educação patrimonial não formal no contexto rural, valendo-se do método de história oral para gerar a compreensão da propriedade imaterial de modo abrangente, incluindo a “história da propriedade, os itens lendas e causos, festas e comemorações, culinária típica da fazenda, atividades musicais, de artesanato e remédios caseiros feitos à base de plantas”. Os turistas idosos participantes da pesquisa compartilham os espaços e utensílios dessas fazendas e se apropriam da cultura contada diretamente por aqueles que a viveram. Após a visita, foram aplicadas entrevistas por meio de um roteiro que buscou apreender o impacto da viagem na qualidade de vida dos participantes. A pesquisadora explica que o turismo cultural desencadeia “um processo entre passado e presente, com testemunhas vivas, o que foi verificado nessas fazendas históricas, tendo por meta a interpretação sociocultural das histórias contadas segundo o método da história oral. O texto aborda conteúdos teóricos, conceituais e metodológicos aplicados à história oral, como, por exemplo, distinguindo os tipos de narrativas. Descreve “o depoimento, a história de vida e o relato de vida”, indicando que o estudo aplicou o relato de vida aos moradores das fazendas e o depoimento oral aos turistas, com descrição dos métodos aplicados ao longo de todo o processo da pesquisa.

Referência:

LIMA, Lívia Morais Garcia. Turismo, história oral e velhice: o contexto do patrimônio cultural rural paulista. Turismo & Sociedade (ISSN: 1983-5442). Curitiba, v. 8, n. 2, p. 218-233, maio-agosto de 2015. Disponível em https://revistas.ufpr.br/turismo/article/view/37567/26474 Acesso em 21/4/2022 (http://dx.doi.org/10.5380/tes.v8i2.37567)

Aluna especial: Kathya Beja Romero
nº USP 687848


HISTÓRIA PLURAL

Em sua tese de doutorado, no capítulo 3, Deborah Barbosa apresenta de uma abordagem de pesquisa que ela denominou de "história plural". A história plural, na prática de pesquisa da autora, consistiu em uma articulação entre a nova história cultural, a concepção marxista de história e a história oral, com vistas a apreender o objeto histórico em um enfoque multifatorial. Ao tecer o método de sua pesquisa, a autora apresenta esta contribuição, tomando a história oral como um diferencial à pesquisa em história da Psicologia ao articular, na mesma investigação, fontes historiográficas documentais e bibliográficas e fontes documentais orais. A pesquisa dela trás entrevistas com alguns dos principais atores da história da Psicologia Educacional e Escolar, que compõem um quadro complexo da história recente do campo a partir de documentos e memória.

Citado por Renato Batista da Silva.