Um trajeto: o objeto e a cidade
Como sinaliza o nome da disciplina – O Teatro de Objetos e o Objeto no Teatro –, o primeiro termo indica mais especificamente o Teatro de Objetos Documental. Já o segundo, lança olhares para o objeto para além desse campo específico. Dessa forma, convido vocês a performarem um trajeto tendo como foco exercer o olhar para o objeto e a cidade: como ele afeta o seu corpo em atos cotidianos, como sinaliza ações corporais nos deslocamentos pela urbe, o que o objeto (não diz), que possibilidades apresenta como instauradores de teatralidades, de interpelações etc. etc. etc. Fiquem à vontade para ir sozinho/a ou em duplas.
Trajeto: escolher um local qualquer para iniciar o deslocamento e dirigir-se até a Galeria Ponte, situada à rua Mourato Coelho, 751 – Pinheiros. Do local escolhido para iniciar o trajeto até a alcançar a entrada da galeria, temos o primeiro movimento. Esta etapa relaciona-se ao seu corpo quanto aos possíveis afetos que objetos provocam, as “manipulações” corporais, como, por exemplo, quando um sinal de pedestre te diz: Pare! Espere! Ande!
Chegando à galeria inicia-se o segundo momento. “Autoacusação” é uma exposição elaborada pela atriz Bárbara Paz, cujo título remonta à peça homônima de Peter Handke. Por intermédio de diversos objetos - vidro, agulha de sutura, ataduras que cobrem a cabeça, bolsas de soro, fotos, arquivos, documentos que recupera com o médico que a operou, objetos que não mais existem fisicamente restando apenas a memória ou uma fotografia, a artista organiza uma exposição sobre um acidente de automóvel que sofreu na década de 1990. Nessa ambiência, a proposta seria observar como a atriz articula os objetos para realizar o que poderíamos talvez pensar como uma “instalação dramatúrgica” nessa visita que faz trinta anos depois do acontecimento.
Observação: A exposição abre às 14 horas e encerra às 17 horas, de quinta a sábado. Finaliza dia 17 de junho.