Programação

  • Encontro 1, 21/03, Histórico das correntes em Agricultura de Base Ecológica no século XX

    Nos últimos 150 anos houve uma profunda mudança no modo como a agricultura é praticada. Essas mudanças, iniciadas em meados dos 1800 na Europa Ocidental, tiveram um desenvolvimento inicialmente lento, mas aos poucos foram se expandindo para outras regiões. Essencialmente, elas consistiram na adoção de fertilizantes minerais, máquinas, variedades melhoradas de plantas e animais, produtos químicos para o controle de pragas e doenças e, mais recentemente, transgênicos. 

    Nas últimas décadas dos 1900, esse modo de produção agrícola foi chamado de "agricultura moderna", pelos que viam nele uma resposta aos recorrentes problemas de abastecimento alimentar da humanidade. Esse modo de produção resultou na elevação sem precedentes do rendimento físico das culturas e criações e da produtividade do trabalho humano. Em toneladas por hectare, o rendimento de cereais passou de 2-3  a 6-8, e a área que podia ser conduzida por uma trabalhador em tempo integral passa ser contada de 1 a e hectares a várias centenas de hectares.  Ao nível do planeta, essas mudanças resultaram numa produção crescente de alimentos com um número decrescente de agricultores, o que compõe um quadro positivo.

    Contudo, essa modernização também resultou em aspectos negativos. A agricultura, antes relativamente autosuficiente em insumos, passou a ser totalmente dependente da indústria para conduzir cada safra. E parte considerável desses insumos provém de fontes não renováveis, tais como as reservas de rochas fosfatadas. Os danos ambientais associados à agricultura, antes majoritariamente circunscritos às cercanias dos campos de cultivo, hoje atingem todo o planeta. Os resíduos de venenos agrícolas são encontrados nos organismos pólo norte (focas, ursos polares, populações inuítes) ao pólo (pinguins), e nos próprios humanos, ao largo de todo o planeta. 

    Como contraponto a esses efeitos indesejados da agricultura moderna, surgem movimentos orientados para sua superação, a partir da segunda década dos 1900, em distintas regiões do planeta. Tais movimentos compartilham a crítica à agricultura moderna, rebatizada de "convencional", mas tem particularidades associadas à cultura, antropologicamente falando, e à agricultura da região onde se desenvolveu. É sobre o histórico e caracterização desses movimentos, suas convergências e particularidades, que trataremos nesse encontro.

    Para se informar com mais detalhes, vejam os primeiros capítulos dos textos de Gliessman e de Khatounian.

    Um texto dedicado inteiramente a esse tópicos é "Agricultura Sustentável", de Eduardo Ehlers. Recomendo.




  • Encontro 2, 28/03, Breve histórico ambiental e sócio-cultural da alimentação no Brasil. planta e fatores ambientais: temperatura, chuva e umidade

    Para esse encontro, teremos texto principal um artigo que avança sobre a temática biológica focalizada no encontro anterior, mas posicionado no encontro de agricultura, ecologia, história e sociologia. É um passeio histórico sobre a evolução de nossa alimentação, escrito para a Revista Agrária, mas, devido a sua dimensão em número de páginas, acabou publicado apenas em parte. Aqui vocês têm o texto completo. É um texto denso, mas leve, que creio vocês lerão com mais facilidade. Pelas manifestações do grupo, creio que será do interesse de vocês.

    Faça uma leitura ativa do texto, anotando os pontos principais e/ou que chamaram sua atenção e carregue o arquivo no ícone de tarefa que aparece logo abaixo. Isso nos garantirá melhor qualidade na discussão, porque vocês terão lido e eu poderei tentar explorar melhorar as perspectivas de vocês. 

    Boa leitura!

  • Encontro 3, 11/04. A legislação e a proteção de florestas no Brasil

    Nesse encontro, trataremos de um dos mais cruciais aspectos da preservação de florestas no Brasil: a legislação. 

    Para isso, utilizaremos como base da discussão a tese de doutorado de Carlos Castro, "Gestão florestal no Brasil colônia". Mas todo estudo de caso sempre traz consigo a pergunta de em que medida os fatores aí envolvidos ocorrem em outras situações. Para testar isso, incluímos outra leitura, "A republica de Veneza", um capítulo do livro "A forest journey: the story of wood and civilization", de John Perlin. Esse texto focaliza a gestão de florestas pelo governo da República de Veneza, durante o final da Idade Média e início da Moderna. Boa leitura.


  • Encontro 4, 18/04 Origens da agricultura e domesticação de plantas e animais

    A agricultura é uma atividade de natureza biológica, mas que se desenvolve no contexto civilazacional, aí incluídos aspectos culturais, socio-econômicos e tecnológicos. Para entender esse contexto, examinem o capítulo 2 de História das Agriculturas no Mundo, de Mazoyer e Roudart, páginas 97 a 126.

    Na prática da agricultura como atividade biológica, é preciso entender os organismos envolvidos e suas relações com o meio ambiente. As necessidades e o comportamento  das plantas e animais domésticos em cultivo ou criação resultam do seu processo evolutivo, transcorrido ao milhões de anos. Essas características já estavam selecionadas e incorporadas intimamente nesses organismos quando eles foram submetidos à domesticação, no período de iniciado 10 a 12 mil anos atrás e concluído aproximadamente 5 mil anos trás. A domesticação submeteu esses organismos a um processo adicional de seleção, que consistiu no crescimento dos órgãos ou partes do organismo de maior interesse humano, fossem eles grãos, frutos, folhas, ou partes de um animal. Para entender a lógica biológica nesses organismos, veja o capítulo 3 da Reconstrução Ecológica da Agricultura, de minha lavra, páginas 91 a 126.

    Ambos os textos estão disponíveis na página da disciplina. Bom divertimento!

  • Encontro 5, 25/04. O ambiente da planta: chuva e temperatura

    Dando continuidade à nossa trajetória, trataremos nesse encontro de doi temas. 

    O primeiro será o uso de agrotóxicos no Brasil. Para esse tema, o texto de base será a reportagem "Por que a produção brasileira depende tanto de agrotóxicos", disponível em: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/10/07/por-que-a-producao-rural-depende-tanto-de-agrotoxicos.ghtml. 

    O segundo ponto será uma incursão no campo da Ciência Agrícola, para melhor entender as plantas. Ao longo de sua evolução, cada espécie vegetal precisou se adaptar às condições do ambiente existentes no local onde havia nascido. E essa adpatação teve de ser muito mais profunda e íntima do que a dos animais, simplesmente porque as plantas não se movem. Para poder fazer o melhor aproveitamento possivel de cada espécie vegetal, com o mímino de recursos artificiais, precisamos entender a planta como organismo vivo, que evoluiu para e necessita de determinadas condições ambientais para realizar seu ciclo vital. Nessa aula focalizaremos a planta e dois fatores ambientais: a temperatura e o binômio chuva/umidade. O texto de base é o livro Agroecologia, de Steve Gliessman, disponível no mercado editorial em português. Há um pdf da versão em castelhano na internet. Nesse pdf, o texto vai da pág 59 a 86.

    Acredito que tanto a reportagem quanto a leitura serão de mais fácil estudo do que os materiais das aulas anteriores. 

    Faça anotações sobre os pontos que lhe parecerem mais relevantes para orientar nossa discussão, e carrege essas anotações no Moodle.

    Bom divertimento!

  • Encontro 6, 02/05. A planta e fatores ambientais: vento, solo, água no solo

    Para o nosso sexto encontro, estudem por favor os capítulos referentes ao vento, ao solo e à água no solo, no livro do Stephan Gliessman. 

    Vejam também o video Agroflorestar  https://www.youtube.com/watch?v=rU9W_FBHwvA

    É um vídeo curto, um tanto promocional, mas que poderá embasar um boa reflexão sobre o tema.

    Os comentários sobre o vídeo e o texto podem ser inseridos logo abaixo. 

    Boa sorte!


    Sobre encontros anteriores: também nesse encontro, exploraremos mais dois vídeos (surpresa!) e concluiremos a discussão pendente sobre agrotóxicos. Em relação à discussão sobre a convivência da civilização com florestas, um vídeo interessante é "Como o agro brasileiro se beneficia do desmatamento?" promovido pelo instituto escolhas: https://www.youtube.com/watch?v=UwaRxEizBU0   É um vídeo longo, pouco mais de duas horas, mas muito ilustrativo das idéias, argumentos e fatos na discussão atual. Seria muito interessante tentar ver o vídeo sem a preocupação de quem está certo na discussão, mas sim entender as idéias. Seria um bom exercício de revisão da discussão anterior.



  • Encontro 7, 09/05, A planta e fatores ambientais: fogo e fatores bióticos, o complexo ambiental1

    Continuamos com o estudo do ambiente da planta, agora focalizando o fogo e fatores bióticos, e finalizando com uma visão integradas de todos os fatores, bióticos e abióticos. Elabore um resumo dos pontos mais importantes dessa aula com duas a três páginas.

    Ainda nesse encontro finalizaremos a discussão sobre agrotóxicos. 

    Bom estudo e até logo mais.

  • Encontro 08, 16/05. Capacidade de suporte do planeta

    Uma das questões centrais do século XX é o abastecimento de alimentos para uma população humana crescente. No século XXI, agregou-se a esse desafio a mudança de hábitos de consumo de uma parcela crescente da humanidade, particularmente com o aumento de consumo de produtos de origem animal na China e na Índia. É nesse quadro geral que os profissionais da área agrícola terão de atuar. Para construir mentalmente esse quadro, discutiremos no próximo encontro o texto de William Rees, "Revisiting the carrying capacity concept". Esse texto, produzido na virada do século, fez o lançamento do conceito de pegada ecológica, central nas discussões sobre produção e consumo. 

  • Encontro 09, 23/05. Agricultura de base ecológica e alimentação mundial

    A leitura anterior explorava o conceito de capacidade de suporte e introduzia o de pegada ecológica, chaves para a refelexão sobre a relação entre o dimensão do consumo humano e a capacidade do planeta de gerar biomassa e processar resíduos.

    A leitura dessa é um artigo de Bradgley e Perfecto em que as autoras exploram a questão do abastecimento global de alimentos por meio de modelos se simulação. É uma simulação difícil, que elas decidiram enfrentar. Encontra-se na internet grande número de comentários sobre esse texto. Vejam o texto, e depois explorem na internet os comentários que ele suscitou, a favor e contra.

    Boa leitura!

  • Encontro 10, 30/05. Uma fazenda de café em meados dos 1800 na província do Rio de Janeiro

    Esse texto é um retrato de como instalar e conduzir uma fazenda de café em meados do século XIX na então província de Rio de Janeiro. Foi escrito como um manual de pai para filho, o que lhe confere grande confiabilidade. Além dos aspectos agrícolas, o texto documenta as percepções de um produtor de café a base de mão de obra escrava, e do panorama alimentar dos senhores e escravos na época. Muito ilustrativo. Acredito que trará novidades a vocês. Bom divertimento. 

  • Encontro 11, 20/06. Qualidade dos alimentos: orgânicos x convencionais

    Um dos grandes debates atuais é como os métodos de produção de alimentos interferem na sua qualidade. Os proponentes da agricultura orgânica sustentam que a qualidade dos alimentos orgânicos é superior à dos convencionais, apelo esse que, em certa medida, justificaria seu preço mais elevado no mercado. Por sua vez, os setores envolvidos na produção convencional, por motivos igualmente fundados no mercado, sustentam que não há diferenças de qualidade entre esses dois tipos de alimentos. Naturalmente, esse debate pode ter consequências de longo alcance, o que justifica o envolvimento, de um lado, de governos e grandes empresas do complexo agro-industrial (sustentando que não há diferenças) e  de organizações associadas à produção orgânica (pregando que há diferenças). 

    Nesse encomntro, discutiremos um artigo de Baranski et al. (2015) , que é a última grande revisão publicada focando essa questão. 



  • Encontro extra 26/06 Visita a iniciativas de produção de base ecológica

    Olá minhas Amigas,

    Nesse encontro visitaremos três iniciativas de produção de base ecológica, uma comercial, uma religiosa e uma para consumo doméstico.

    Diferente dos demais encontros, será presencial e o dia todo, na próxima segunda-feira, 26 de junho. Para a produção comercial, iremos à Cordeirópolis, ao "Meu Quintal: Orgânicos". Eles mantêm espaço na internet. Faça uma visita.

    Para a produção de consumo doméstico, visitaremos a minha própria casa. Durante a pandemia fiz uma apresentação num evento virtual, que pode lhes dar uma boa visão daquilo que verão presencialmente.  Se tiverem a oportunidade de assistir a apresentação, poderão levantar questões mais específicas. São dois links, cada um com cerca de 1 hora. 

    https://drive.google.com/file/d/1oEeOeS8yr3OpAgt5cv3gqNC7vXmJMARn/view?usp=sharing

    https://drive.google.com/file/d/1J3dIPuyIs4Ky3GFiqa6VG_c_5kNxRm_j/view?usp=sharing

    A iniciativa de natureza religiosa está vinculada a uma seita de origem japonesa, de orientação semelhante à da Igreja Messiânica. 


  • Encontro 12, 27/06. Duas abordagens contrastantes sobre Sistemas Agroflorestais


    O termo sistemas agroflorestais ("safs") tem recebido grande atenção do segmento da população mundial preocupado com questões ambientais. Sua principal diferença em relação ao padrão agrícola predominante no planeta é a valorização das árvores como elementos indispensáveis na estrutura e no funcionamento dos agroecossistemas. Abordada sob a ótica do tipo de plantas que compõem o sistema, a agricultura pode ser entendida como a exploração do estrato herbáceo, predominantemente de ervas de ciclo curto, como são ao milho, o feijão, o arroz, o trigo etc. Essa foi e continua sendo a principal causa do decaimento do potencial de produção dos terrenos convertidos à agricultura.

    A introdução nos agroecossistemas de plantas perenes, especialmente arbóreas, lhes confere maior robustez, melhorando-os sob vários aspectos biológicos. Ao nível mundial, a escola de agricultura orgânica conhecida como permacultura foi a que mais intensa e profundamente tratou desse tema. No Brasil, o pioneiro e maior maior expoente em agroflorestas é o suiço Ernst Goetsch, a partir de sua iniciativa de produção de cacau para empresas suíças na Bahia.  Sua abordagem tem sido amplamente divulgada no Brasil, gerando um número de entusiastas, predominantemente advindos de espaços urbanos, sem experiência rural nem dependência dos resultados econômicos das agroflorestas.

    Esse contexto produziu um cenário de muitas inciativas, na maioria dos casos pouco duradouras. Mas sua vida curta não advém de uma relação inadequada com a natureza ou ou recursos naturais. Efetivamente, a maioria dos safs, mesmo aqueles com baixa densidade técnica, são ambientalmente positivos. Seu insucesso está na esfera econômica e no baixo rendimento do trabalho, e que por isso mereceriam melhor e mais profunda abordagem.

    Para nosso próximo encontro, trabalharemos com os capítulos 11 e 14 do livro "Agrofloresta, ecologia e sociedade", que reuniu distintas pesquisas conduzidas na inciativa florestal conhecida como "Cooperafloresta", nos municípios  de Adrianópolis - PR e Barra do Turvo - SP. Os textos não focalizam e economia e o rendimento do trabalho em safs, mas as tangenciam essas debilidades, em duas abordagens distintas.

    Tendo em vista que os dois textos abordam a mesma realidade, explore em que medida ou aspectos eles apresentam quadros convergentes e em que medidas divergentes.

    Bom divertimento.  

  • Encontro 13, 04 /07 Estudo de caso de duas modalidades de produção de leite orgânico

    Minhas  Amigas,

    A agricultura orgânica comporta muitas variações em termos das técnicas de produção. Nesse encontro, discutiremos duas formas de condução de produção orgânica de leite no Estado de São Paulo. Embora ambas se enquadrem nas normas de produção orgânica, as estratégias de uso do solo e da força de trabalho são muito distintas e resultam em também distintos impactos sobre o meio ambiente. Preste especial atenção às modalidades de planejamenteo forrageiro.


    Bom divertimento!

  • Encontro 14, data a determinar. Monografias

    Aqui discutiremos as monografias produzidas por cada participante, em sua área de interesse, e relacionada com Agroecologia.