Data da apresentação: 24 de abril de 2017
Texto (AUTOR. Título):

AZANHA, J. M. P. Uma reflexão sobre a formação do  professor da escola básica.  Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n.2, 2004, p. 369-378.



Obra de arte: Apresentação Powerpoint 2007 obra-de-arte-texto-AZANHA.pptx
Reflexões do grupo:

Obras de arte:

  • Imagem 1 - Chardin, Jean – Baptiste Siméon. A Jovem Professora, 1736. National Gallery, Londres.

Fonte: http://artesteves.blogspot.com.br/2011/02/jean-baptiste-simeon-chardin-jovem.html

  • Imagem 2 - Albert Samuel Anker (1831 – 1910). The village school of 1848.

Fonte: http://viticodevagamundo.blogspot.com.br/2011/01/mid-19th-century-school-escola-do-sec.html

  • Imagem 3 - As realizações da Primeira República: A instrução (1910).

Fonte: http://disciplina-de-historia.blogspot.com.br/2010/11/as-realizacoes-da-primeira-republica.html

  • Desenho Animado Pateta (Disney) "Professor também é gente"

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=pRUl6lpjggE

  • Campanha do site "Educar para Crescer" da Abril, publicada em 2013, em homenagem ao dia dos professores

Fonte: https://www.facebook.com/pg/educarcrescer/photos/?tab=album&album_id=10151093394592717

  • Imagem 4 - The difference between theory and practice. Autor desconhecido.

Fonte: https://sylviamoessinger.files.wordpress.com/2011/10/theory_practice.jpg

Reflexões do grupo:

A primeira imagem mostra a relação preceptorial entre o professor (aquele que ensina) e o aluno (aquele que aprende). Trata-se de uma relação pedagógica elitista, não escolar, estabelecida “(...) na casa, no convento, no castelo.” (AZANHA, 2003, p 371-372).

Já a segunda imagem apresenta a transição do modelo de relação pedagógica, a qual o professor deixa o ensino individualizado e passa a ensinar para o coletivo, e nessa imagem especificamente, alunos de diferentes idades.

A terceira imagem revela a aplicação do modelo preceptorial à escola contemporânea: uma ficção (AZANHA, 2004 ,p 371) e a tentativa de “transplantar” a relação pedagógica preceptorial entre o professor e um aluno, para o “preceptorado coletivo”, o qual se dá entre o professor e seus alunos (AZANHA, 2004, p 372).

O desenho animado do Pateta (Disney) “Professor também é gente” traz uma questão que o Azanha (2004) aponta e critica, que é o fato da educação ser vista apenas pela relação aluno-professor. Isto porque, no desenho o Pateta, que faz o papel de um professor num dia de aula, está sozinho e é o único que aparece na escola. E é ele quem também faz tudo, como ajudar as crianças  a atravessar a rua, ministrar aulas, resolver problemas indisciplinares, atender os pais e até limpar a escola no final do dia. Por essa situação, achamos que o desenho passa e mostra a visão que as pessoas têm do professor como sendo o único agente escolar  responsável pela educação e aprendizagem, sendo que, pelo menos atualmente, isso não é verdade pois, como afirma Azanha (2004), hoje a escola contemporânea tem muito mais coisas envolvidas como a direção escolar, a coordenação, os funcionários e principalmente a própria questão institucional e política a qual ela está envolvida.

O desenho mostra também a concepção que o autor coloca sobre a relação pedagógica baseada em uma relação entre dois - aquele que ensina e aquele que aprende- abstraída do contexto institucional. Citamos inclusive uma fala do narrador do desenho que diz: "Aquele em cuja os ombros pousa a responsabilidade pela educação é o verdadeiro herói: "o professor"".

Também encontramos no desenho a ideia de figura individual do professor, a ideia de "professor ideal", que detém certos saberes, certas competências, características e qualidades. Para isso destacamos as seguintes falas do narrador: "Ele (o professor) deve ser justo, honesto, compreensivo e inteligente." e  "Ele deve saber lidar com cada situação com a maior dignidade." Acreditamos que nessas falas, aparece um conceito de um ideal de formação, apresentando uma "fórmula para ser um professor", e que o Azanha (2004) critica e diz não existir.

Em relação à Campanha do site "Educar para Crescer" da Abril, publicada em 2013, em homenagem ao dia dos professores, apesar da campanha não ser diretamente uma obra de arte, trouxemos porque achamos que ilustra bem a crítica trazida pelo autor do texto sobre a ideia de "fórmula ideal de/ para ser um bom professor", que também apareceu no desenho animado.

A campanha traz imagens com desenhos e frases dizendo "Um bom professor é...." e então lista qualidades que os professores têm que possuir, ou deveriam, para serem bons profissionais.

A campanha, além de trazer desenhos estereotipados e falsos da realidade escolar (como poucos alunos para ensinar, muitos e diversos recursos materiais para utilizar nas aulas, etc.) parece colocar a "missão de ensinar" apenas para os professores, esquecendo questões institucionais e políticas, retirando algumas questões externas que tanto interferem nesse processo educativo. A questão mais preocupante analisada na campanha pelo grupo e, fazendo uma ligação com a crítica de Azanha (2004), é que a campanha parece trazer “requisitos” para ser um bom professor, como se fosse uma exigência que bons  professores tenham certas características, e essas que ao nosso ver, sequer tem caráter profissional e sim mais pessoal e de personalidade, como ter bom humor, ser acessível, ser criativo, ter uma boa relação com os alunos, entre outras.

Destacamos a frase que diz "Um bom professor faz qualquer aluno aprender", a qual faz ligação com a crítica de Azanha (2004), apresentada logo no início do texto, sobre a ideia de Comênio (Didática Magna, 1657) de haver um método que possibilita ensinar tudo a qualquer pessoa, onde " o bom professor seria aquele capaz de dominar a "arte de ensinar tudo a todos." (AZANHA, 2004, p. 369).

A ideia da campanha, essa que podemos considerar recente, mostra que a visão do  ensino atual ainda está associada com o formato antigo de ensino que se baseava na relação entre o preceptor (professor) e o aluno. Assim, consequentemente, o professor é, muitas vezes, colocado como total responsável pelo processo de ensino e aprendizagem e culpado de qualquer resultado negativo que ele possa gerar.

Por fim, a última imagem mostra a integração entre a teoria e a prática, a qual o autor cita inúmeras vezes no artigo. Essa imagem mostra que a teoria em conjunto com a prática, leva ao conhecimento, em que na imagem está identificado como aprendizado. O artigo também aborda que, na formação de professores, não é possível “pegar” a teoria e aplicá-la simples e diretamente na prática, já que, de acordo com Azanha (2004), derivar regras práticas a partir das teorias desconsidera diversas complexidades, as quais estão implícitas no caminho entre o conhecimento dos fatos e as possíveis regras que se baseiam na aplicação desse conhecimento e, por isso, seria necessária uma avaliação mais abrangente.( AZANHA, 2004, p 370) Além disso, a teoria nunca seria suficiente para compreender a situação da instituição de ensino e a formação do educador. No entanto, também não é possível que a prática esteja desvinculada da teoria, e um exemplo o qual Azanha (2004) coloca como um problema de integração entre a teoria e a prática seria o desaparecimento dos cursos de licenciatura não integrados a uma universidade, devido ao aumento de número de horas práticas de um curso, que pode ocasionar um raleamento da teoria sem nenhuma conquista, sendo necessária uma revisão sobre o que é prática, a qual tem de ser abrangente e incluir o próprio conceito de relação pedagógica. (AZANHA, 2004, p 376).

Nomes completos dos participantes:

  • Ana Beatriz Forteza Usatai

  • Juliana Sant’Anna

  • Laís Graziella Gomes dos Santos

  • Letícia Teodoro da Silva

  • Paola Izidoro Colozza