Documentos das transformações


Tempo geológico e os documentos sobre a transformação


Para reconstruir o passado da Terra, não só é necessário que ocorram transformações, mas a dinâmica terrestre deve deixar marcas ou evidências dessas mudanças. Essas marcas seriam as formas fixadas, que já comentamos anteriormente. Em termos históricos, deve haver uma constância documental para compreendermos os processos de transformação.

O primeiro a interpretar os documentos relativos às transformações geológicas foi Nicolas Steno, na obra Prodomus, de 1669. Esse médico e naturalista criou o conceito de Estrato como antigos depósitos de sedimentos acumulados pouco a pouco, e neles se depositavam os “restos parecidos a corpos de animais”, ou seja, os fósseis. Nessa interpretação, os estratos são documentos ou arquivos que nos falam do passado. Para Steno, através da interpretação dos arquivos históricos (estratos e fósseis), pode-se reconstituir a história geológica de um local.

Essa foi uma transformação essencial no pensamento geológico e possibilitou a criação de um conceito estruturante da geologia. Se as rochas passaram a ser interpretadas como documentos que contêm, em seu interior, informações e condições sobre o momento em que se originaram, o trabalho do geólogo é encontrar elementos de interpretação, critérios e técnicas que permitam inferir as condições e o momento da formação.