GEOGRAFIA MÉDICA

Geografia humana


Sem negar a validade da Geografia física, mas questionando sua coerência absoluta, pensadores da Geografia refletiram que em determinadas situações a causalidade do espaço físico não seria completamente coerente. Usando a Aids para fazer uma analogia, a geografia física não pode contribui com a causalidade da transmissão do HIV, porque ninguém será infectado pelo agente etiológico somente por proximidade ao doente ou portador; então, a premissa da Geografia física não tem toda a coerência de outras situações, pois o que conta, de fato, para a transmissão do HIV é o comportamento humano.

A Geografia humana, então, é ramo do pensamento geográfico que considera a ação do Homem sobre o espaço físico como determinante daquilo que acontece, e não apenas a determinação do espaço físico. Observe-se que a geografia humana não descredibiliza as premissas da Geografia física, mas a relativiza, criando uma composição de fatores determinantes de natureza física (território) e de natureza humana, sociológica, política, cultural etc.

A Geografia Humana é fundamento teórico para a abordagem da intersetorialidade na Atenção Primária, pois permite agregar a ideia de multiterritorialidade, cujos território podem ser delimitados ou identificados por meio de critérios relacionados à historicidade, cultura, convivência social, lideranças locais, práticas sociais etc., que nem sempre estarão vinculados ao território da geografia física.