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Esta disciplina pretende analisar de maneira crítica os caminhos escolhidos pela elite governante do Brasil para a abolição da escravidão. Para isso, o programa se propõe a discutir a questão abolicionista de forma ampla, abrangendo pontos como a legitimação da escravidão, os discursos que sustentaram a criação das principais leis abolicionistas no Brasil do século XIX, além de examinar as consequências dessas leis para a população que esteve submetida à escravidão.
Com essa abordagem, busca-se questionar duas visões que permeiam o senso comum quando o tema é tratado. A primeira delas é a percepção equivocada de linearidade no projeto abolicionista oficial, que muitas vezes é entendido como um processo homogêneo, sem mudanças ou confrontos entre as elites políticas. Na realidade, houve intensos debates, tanto na política institucional quanto na sociedade, sendo que diferentes perspectivas e projetos foram politicamente derrotados por motivos diversos.
Outra questão que esta disciplina visa problematizar é o ideal de glorificação das leis abolicionistas e a heroificação de alguns abolicionistas, como Joaquim Nabuco. Esse processo gera uma visão positivada da abolição, propagando a ideia de que ela representou uma ruptura total com o passado escravista. Essa disciplina busca demonstra que as legislações abolicionistas tiveram consequências sociais complexas e variadas, já que foram permeadas por continuidades que impediram a completa emancipação da população que havia sido escravizada.
Diante desses objetivos, esta disciplina tem como propósito garantir uma análise crítica, que permita aos estudantes compreender as nuances e contradições do processo abolicionista no Brasil, bem como os impactos duradouros desse processo nas estruturas sociais e econômicas do país.
- Docente: Alexandre Almeida Marcussi
- Docente: Gabriel Felipe Silva Bem
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