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Esta disciplina pretende discutir a materialidade e a memória das crises (fome, escassez, epidemias) nas sociedades da bacia do Mediterrâneo na Idade Média, em vários níveis. Em primeiro lugar, a maneira como as crises são registradas em fontes escritas (crônicas, anais, fontes literárias, mas também documentos práticos, como documentos e registros paroquiais). A precisão dos números, mas também o vocabulário utilizado, geram inúmeras dificuldades de interpretação para o historiador, que precisa desenvolver uma leitura sutil dos textos. Em segundo lugar, a noção de memória também se refere à maneira pela qual as sociedades retêm ou perdem a memória das soluções adotadas no contexto de uma crise e são capazes de mobilizar respostas antigas. Por fim, este curso abordará os sinais deixados pelas crises nas sociedades mediterrâneas, por meio da presença de vestígios da cultura material ou de cemitérios e locais de sepultamento que criam "lugares de memória" que ancoram o excesso de mortalidade na experiência vivida. As respostas, materiais e memoriais, das comunidades mediterrâneas medievais diante dos eventos de crise são a questão essencial que abordaremos ao longo deste curso.
- Docente: Marcelo Candido da Silva
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