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O curso pretende elaborar uma interrogação sobre o trágico na literatura brasileira, concentrando-se em textos produzidos a partir de 1970, na tentativa de qualificar as formas do trágico num corpus expressivo da moderna prosa de ficção do país.
De um lado, trata-se de identificar uma constelação de obras que debatem conflitos acerca da finitude humana, do abismo entre a ideia de Deus e do homem, das intersecções entre o mal e a morte, e da cisão entre existência e linguagem. De outro, tenta-se reconhecer a indeterminação das fronteiras entre o trágico e o cômico, focando em particular o incerto estatuto do tragicômico por meio de tópicas como a beleza convulsiva, as metamorfoses do corpo e a ciência do erro.
Serão examinadas diferentes estratégias literárias, desde a intensidade encontrada na prosa de Cornélio Penna e Raduan Nassar até a ambivalência escorregadia entre presença e ausência do trágico em obras de Hilda Hilst, Dalton Trevisan, Nelson Rodrigues ou Sergio SantAnna. Interessa investigar também se, na produção mais recente, questões raciais, sexuais e de gênero emergem para revelar expressões trágicas, contrapostas aos disfarces alegres, paródicos e burlescos de parte expressiva da literatura modernista.
- Docente: Eliane Robert Moraes