O objetivo da disciplina é o de reconstruir, em três momentos, o percurso da crítica literária produzida no Brasil a partir da criação das primeiras universidades do país, a saber, a Universidade do Brasil e a Universidade de São Paulo. Assim, parte-se das polêmicas com a crítica dita impressionista e dos primeiros estudos de Afrânio Coutinho e Antonio Candido, com foco, sobretudo, na obra de Candido, produzida ao longo dos anos 1950 e início dos 1960. O segundo momento é o da consolidação da crítica universitária, nos anos 1970, com os doutorados (no Brasil e no exterior) dos primeiros críticos-scholars, que vão se tornar professores e formadores de quadros docentes nos cursos de letras das universidades brasileiras; entre eles, destacam-se Alfredo Bosi, Silviano Santiago, Luiz Costa Lima e Roberto Schwarz. O terceiro momento, de 1980 em diante, pode ser entendido como o da crise da crítica, apesar da expansão dos estudos literários no país, com a criação de novas pós-graduações em literatura. A crise, a ser examinada e discutida, decorre tanto perda de importância dessa crítica no debate público, quanto da crise do próprio objeto, a literatura, que perde espaço para outras artes. Por outro lado, no mesmo período, críticos e críticas literárias vão se sentir mais livres para explorar outros objetos, de onde surgirão outras disputas em torno da legitimidade.
- Docente: Jefferson Agostini Mello