Ao estudar os principais autores da chamada crise do drama (Ibsen, Tchékhov, Strindberg, Maeterlinck, Hauptmann), que inauguram e dão os fundamentos para o modernismo teatral, há de se notar que são todos oriundos da periferia europeia. O presente curso tomará um deles como objeto de estudo: Henrik Ibsen.
Dentro de um franco processo de melhoramento e modernização da vida espiritual da Noruega, inicia-se a carreira de Ibsen. Para tanto ele atuará na formação de um teatro nacional independente, sobretudo, da então hegemônica Copenhague, embora seja daí mesmo que importará formas e procedimentos modernizantes, entre eles a peça-bem-feita e a técnica de atuação dos atores. Mais à frente, como se sabe, Ibsen de certo modo romperá com essa atitude construtiva e, em sua obra, se voltará à vida contemporânea burguesa. Começa a chamada fase realista e uma extraordinária sequência de 12 peças fundamentais (de 1877 a 1893, de Um inimigo do povo a Quando nós, os mortos, despertamos) para o teatro moderno, que serão o foco deste curso. Trata-se de estudar, entre outros aspectos, a armação da dramaturgia ibseniana em que se conjugam o dramático e o épico, sem deixar de levar em conta o processo de acumulação e importação das formas.
- Docente: Anderson Gonçalves da Silva