OBJETIVOS: Treinar os/as alunos/as nos diferentes métodos e abordagens interpretativas possíveis no estudo geoarqueológico de depósitos antropogênicos.

 JUSTIFICATIVA: A geoarqueologia é uma das disciplinas com maior potencial resolutivo no estudo dos processos de formação de sítios arqueológicos. Conhecer os processos humanos e naturais que atuaram e ainda atuam na formação e transformação dos sítios é fundamental para contextualizar e validar as análises dos diferentes tipos de achados (e.g. artefatos, esqueletos humanos, fauna, macro e micro-restos botânicos, amostras de carvão ou sedimento para datação etc.). Os depósitos antropogênicos são especialmente ricos em informação sobre culturas humanas por se tratarem de elementos formados, muitas vezes inteiramente, pela ação antrópica no passado. Esta ação pode ser consequência de: estratégias de construção de elementos visíveis na paisagem (como sambaquis monumentais, geoglifos, cerritos, earthen mounds, tesos, plataformas cerimoniais etc.); ocupações recorrentes em um mesmo lugar, ou efêmeras, mas de grande aporte sedimentar (e.g. sítios em cavernas ou abrigos rochosos, aldeias, sambaquis, terras pretas amazônicas, micro-relevos etc.); ou inclusive de atividades específicas que deixam marcas peculiares e reconhecíveis no terreno e no substrato (e.g. estruturas de combustão, fossas funerárias, cremações, fornos etc.). Ao longo do curso, serão apresentados diferentes exemplos de depósitos antropogênicos nos quais o estudo geoarqueológico trouxe informações inéditas para entender a dinâmica humana e natural envolvida na formação dos sítios. Serão discutidos artigos científicos publicados em revistas internacionais que representam as abordagens mais contemporâneas na geoarqueologia de depósitos antropogênicos. Os/as alunos/as serão capazes, no final do curso, de discriminar as problemáticas que a geoarqueología é capaz de resolver de acordo à natureza e às características de diferentes tipos  de depósitos antropogênicos, assim como de propor as ferramentas de análise (métodos e técnicas) com potencial para resolver esses problemas.



O encontro da arqueologia com as comunidades e populações tradicionais tem sido fundamental para o desenvolvimento das práticas e dos conhecimentos arqueológicos. Ao longo da história da disciplina, os arqueólogos sempre se utilizaram de dados etnográficos para elaborar suas interpretações sobre os materiais arqueológicos. Primeiramente, se apropriando dos dados produzidos por outrem (p.ex. viajantes, naturalistas, antropólogos, missionários, funcionários estatais, etc) e, posteriormente, se utilizando dos dados obtidos a partir de suas próprias observações etnográficas. Nesta disciplina pretendemos compreender esta faceta da prática arqueológica, analisando como as diferentes formas de apropriação e/ou obtenção de dados etnográficos (p.ex. analogia etnográfica, etnoarqueologia, arqueologia experimental, arqueologia do presente, etnografia arqueológica, etnografia da arqueologia) são reveladoras das transformações teórico-metodológicas da disciplina ao longo do tempo, e do modo como ela tem compreendido a materialidade arqueológica e a sua relação com diferentes coletivos humanos.
Oferecer aos alunos conhecimentos em um conjunto de tópicos vinculados a perspectivas teóricas ligadas ao estudo da complexidade propondo a reflexão sobre as relações estabelecidas entre comunidades científicas e comunidades originárias e tradicionais considerando aspectos ligados aos conflitos sociais complexos. Refletir sobre a percepção e sua relação com a construção da objetividade e sobre os modos de geração de conhecimento. Apresentar aos alunos aspectos práticos e teóricos necessários a abordagem de sistemas complexos abertos.
1. Apresentar e discutir questões contemporâneas relativas à problemática da educação em museus de arqueologia; 2. Possibilitar aos alunos o contato com a bibliografia pertinente à área de intersecção entre o conhecimento arqueológico e a musealização da arqueologia; 3. Ampliar a discussão em torno do tema do patrimônio arqueológico e a especificidade da abordagem educacional no âmbito específico dos museus de arqueologia; 4. Discutir a relação entre representação, identidades, discursos expositivos e atuação educacional em museus de arqueologia; 5. Problematizar e conceituar as diferentes perspectivas de trabalho desenvolvidas no âmbito da Educação Patrimonial e da Arqueologia Pública.
Este curso pretende discutir as correntes teóricas que têm embasado os trabalhos arqueológicos desde o século XIX até os dias atuais. Isto será realizado a partir da leitura e discussão de textos teóricos e de trabalhos arqueológicos que exemplificam a relação entre a teoria e a interpretação dos dados arqueológicos
A partir dos dados gerados na última década pelo campo da arqueogenética apresentar os principais eventos de dispersão humana pelo globo desde o surgimento da espécie há 300 mil anos atrás.
Oferecer aos alunos conhecimentos introdutórios referentes ao processo de produção de dados empíricos e de construção de inferências e interpretações em contextos funerários arqueológicos, bem como aos processos tafonômicos relacionados a sepulturas humanas, ao reconhecimento e identificação óssea humana, às técnicas de estimativa de sexo e idade em esqueletos e às técnicas de escavação e coleta de remanescentes esqueléticos humanos, fornecendo conhecimento técnico-metodológico relacionado à escavação e à interpretação de estruturas funerárias.
1. Apresentar uma revisão detalhada da anatomia comparada hominóide (a superfamília Hominoidea incluí humanos, grandes símios e as respectivas linhagens extintas desde o último ancestral comum); 2. Discutir o potencial interpretativo dessa diversidade anatômica em relação a comportamento, gesto, função, ontogenia e filogenia; 3. Revisar o registro fóssil hominíneo (a tribo Hominini inclui humanos e respectivas linhagens ancestrais, mas excluí grandes símios) – de 7 milhões de anos atrás até o presente – de forma crítica a partir dos conhecimentos aprendidos com ênfase nas principais transições culturais que ocorreram ao longo desse período.