Ementa do Curso
Introdução aos Estudos Literários II
2º semestre de 2023
Profa. Dra. Cláudia Maria de Vasconcellos
Apresentação: O curso visa apresentar os gêneros narrativos, notadamente o conto e o romance modernos, por meio de abordagens teórica e histórica, amparadas por ampla gama de exemplos literários. Busca-se assim, por meio de bibliografia crítica - da canônica à mais recente -, capacitar os alunos a abordarem eficazmente narrativas longas e breves, atentos a seu contexto histórico e aspectos formais relevantes. A ideia é que possam no trabalho final enfrentar a tarefa de praticar seu conhecimento por meio de um ensaio.
1) Gêneros Literários e Formas Simples
a) Sobre os Gêneros Literários
Ø Aristóteles; Poética, Lisboa: Imprensa Nacional, Casa da Moeda, 1986.
Ø Compagnon, A.; O demônio da teoria, Belo Horizonte: UFMG, 2010.
Ø Frye, N.; Anatomia da Crítica, São Paulo: É Realizações, 2014.
Ø Platão; A república, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1983.
Ø Rosenfeld, A.; O teatro épico, Rio de Janeiro: Buriti, 1965.
Ø Todorov, T.; Introdução à literatura fantástica, São Paulo: Perspectiva, 2019.
b) Formas Simples: Mito, Lenda e Contos de Fada
Ø Eliade, M.; Mito e Realidade. São Paulo, Perspectiva, 2000.
Ø Franz, M-L. von; A interpretação dos contos de fadas. São Paulo: Paulus, 1990.
Ø Jolles, A.; Simple forms. London, New York: Verso.
Ø Propp, V.; Morfologia do conto maravilhoso, Forense Universitária, 2001.
Ø Todorov, T.; “Homens narrativa” in As estruturas narrativas, São Paulo: Perspectiva, 2011.
Ø Vernant, J-P.; Mito e religião na Grécia Antiga. São Paulo, WMF Martins Fontes, 2006.
2) Estrutura Narrativa e Elementos da Narrativa
a) Estrutura Narrativa
Ø Abbott, H. P.; The Cambridge introduction to narrative, New York: Cambridge University Press, 2008.
Ø Barthes, R.; Análise estrutural da narrativa, Petrópolis: Vozes, 2011.
Ø Booth, W.C.; Retórica da ficção. Rio de Janeiro: Eleia, 2022.
Ø Forster, E.M.; “Estória, Enredo” in Aspectos do Romance, São Paulo: Globo,
Ø 2005.
Ø Moretti, F.; "O século sério" in A cultura do romance, São Paulo: Cosac&Naify, 2009.
Ø Todorov, T.; “Os dois princípios da narrativa” in Os gêneros do discurso, São Paulo: Martins Fontes, 1980.
b) Elementos da Narrativa
Personagem e Enredo
o Candido, A.; Rosenfeld, A.; Gomes, P. E.; "Literatura e personagem" in A personagem de ficção, São Paulo: Perspectiva.
o Lubbock, P.; The craft of fiction; London: Jonathan Cape.
o Wood, J.; Como funciona a ficção, São Paulo: Sesi.
o Forster, E.M.; “Pessoas” in Aspectos do Romance, São Paulo: Globo, 2005.
o Testa, E.; Heróis e figurantes: o personagem no romance, São Paulo/ Florianópolis: Rafael Copetti, 2019.
Narrador e Foco narrativo
o Friedman, N.; O ponto de vista na ficção, o desenvolvimento de um conceito crítico, Revista usp, São Paulo, março, maio 2002.
o Wood, J.; Como funciona a ficção, São Paulo: Sesi.
o Cohn, D.; Transparent minds, narrative modes for presenting consciousness in fiction. New Jersey: Princeton University Press, 1983.
Narração e Descrição
o Lukacs, G.; "Narrar ou descrever" in Ensaios sobre literatura, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Cena e Sumário:
o Lubbock, P.; The craft of fiction; London: Jonathan Cape, s/d.
Tempo e Espaço
o Bachelard, G.; A poética do espaço, São Paulo: Martins Fontes, 1989.
o Frank, J.; "A forma espacial na literatura moderna" in Revista USP, São Paulo, n. 58, p. 225-241, junho/agosto 2003.
o Dimas, A.; Espaço e Romance, São Paulo: Ática, 1985.
o Nunes, B.; O tempo na narrativa, São Paulo: Loyola, 2013.
o Bakhtine, M.; “Formas do tempo e de cronotopo no romance” in Questões de literatura e estética – A teoria do romance, São Paulo: Hucitec, 2014.
o Ricoeur, P.; Tempo e narrativa, 2, São Paulo: WMF, Martins Fontes, 2010.
Leitor e Leitura
o Eco, U.; “Bosques possíveis” in Seis Passeios pelos bosques da ficção, São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
o Manguel, A.; O leitor como metáfora, São Paulo: SESC, 2017.
o Todorov, T.; “A leitura como construção” in Os gêneros do discurso, São Paulo: Martins Fontes, 1980.
Bibliografia complementar
o Bal, M.; Narratology. Introduction to the Theory of Narrative. Toronto, Buffalo, London: University of Toronto Press, 2009.
o Genette, G.; Discours du récit. Paris: Édition du Soleil, 1983.
3) Teorias do Conto Moderno & Análise de Contos
a) Teorias
Edgar Alan Poe e Comentário:
Ø Cortázar, J.; Valise de Cronópio, São Paulo: Perspectiva: 2018.
Ø Kiefer, Charles; A poética do conto, de Poe a Borges, um passeio pelo gênero, São Paulo: Leya, 2011.
Ø Poe, E. A.; Poemas e ensaios; São Paulo: Globo, 2009.
Ø ________; Primeira, segunda e terceira resenhas sobre Twice-told tales de Nathaniel Hawthorne - Bestiário - revista de contos, 6.
Anton Tchekov e Comentário:
Ø Angelides, S.; A. P. Tchekhov: cartas para uma poética, São Paulo: Edusp, 1995.
Ø Tchékhov, A.; Sem trama e sem final: 99 conselhos de escrita, São Paulo: Martins Fontes, 2019.
Jorge Luís Borges e Comentário
Ø Arrigucci; “Borges ou do conto filosófico" in Borges, J. L.; Ficções, São Paulo: Globo, 2001.
Ø Monegal, E. R.; Borges: uma poética da leitura. São Paulo: Perspectiva, 1980.
Ø Sarlo, B.; Jorge Luis Borges, um escritor na periferia. São Paulo: Iluminuras, 2008.
Franz Kafka e Comentário
Ø Adorno, T. W.; “Anotações sobre Kafka” in Prismas. São Paulo: Ática, 2019.
Ø Anders, Günther; Kafka: pró e contra. São Paulo: Perspectiva, 1993.
Ø Carone, M.; Lição de Kafka. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Ø Maciel, Maria Esther; Literatura e animalidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021.
Manuais
Ø Gotlib, N. B.; Teoria do Conto, São Paulo: Ática, 2006.
Ø Hanson, C.; Short Stories and short fictions, 1880-1980, London: The Macmillan Press, 1985.
Ø Lancelotti, M. A.; De Poe a Kafka, para uma teoria do conto, Buenos Aires: Eudeba.
Ø Quiroga, H.; Decálogo do perfeito contista. Porto Alegre: L&PM, 2009.
Ø Piglia, R.; Formas breves; São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
Ø Todorov, T.; “A poesia e a alegoria” in Introdução à literatura fantástica. São Paulo: Perspectiva, 2011.
b) Contos a comentar
Ø Borges, J. L.; “Sul”; “Pierre Menard, autor do Quixote” in Ficções, São Paulo: Globo, 2001.
Ø Buzzati, D.; “O bicho-papão” in As noites difíceis. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
Ø Cortázar, J.; “A ilha ao meio-dia” in Todos os fogos, o fogo. Editora Nova ortografia.
Ø Hawthorne, N.; Wakefield, https://www.biblioteca.org.ar/libros/8150.pdf
Ø Hesse, H.; “O lobo” in O Lobo e outros contos. São Paulo: Todavia, 2021.
Ø Joyce, J.; "As irmãs" in Dublinenses, São Paulo: Siciliano, 1993.
Ø Kafka, F.; A metamorfose, São Paulo: Brasiliense, 1987.
Ø Lispector, C.; "A imitação da rosa" in Clarice Lispector, todos os contos, Rio de Janeiro: Rocco, 2016.
Ø Mansfield, K.; “Felicidade” in Felicidade e outros contos, Rio de Janeiro: Revan, 1991.
Ø Ocampo, Silvina; “A continuação” in A fúria. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Ø Poe, E. A.; "O homem da multidão", "A queda do solar de Usher", in Ficção completa, poesia e ensaios; Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.
Ø Tchekov, A. P.; “A dama do cachorrinho” in A dama do cachorrinho e outros contos, São Paulo: 34, 1999.
Ø Woolf, V.; "A mulher no espelho - uma reflexão" in Contos de assombro, São Paulo: Carambaia, 2019.
4) Teorias do Romance & Comentário de três romances
a) Teorias
Ø Adorno, T. W.; Notas de literatura I, São Paulo: Duas Cidades, 34, 2003.
Ø Auerbach; Mímesis. São Paulo: Perspectiva, 2021.
Ø Bakhtin, M.; Problemas da poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2020.
Ø _________; Questões de literatura e de estética. A teoria do romance. São Paulo: Hucitec, 2014.
Ø Benjamin, W.; O contador de histórias e outros textos. São Paulo: Hedra, 2020.
Ø Chartier, P.; Introduction aux grandes theories du roman. Paris: Armand Colin, 2013.
Ø Lukacs, G.; Teoria do Romance, São Paulo: Duas Cidade, 34, 2009.
Ø ________.; "O romance como epopéia burguesa" in AD HOMINEM 1 - Revista de filosofia, política, ciência da história, tomo II, Música e Literatura.
Ø Mazzari, M. V.; Marks, M. C. (organizadores); Romance de formação. Caminhos e descaminhos do herói. São Paulo: Ateliê, 2020.
Ø Moretti, F.; "O século sério" in A cultura do romance, São Paulo: Cosac&Naify, 2009.
Ø Watt, I.; A ascensão do romance, São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
b) Romances a comentar
Dom Quixote
Ø Cervantes, M.; Dom Quixote. São Paulo: Penguin-Companhia, 2012.
Ø Alter, R.; “O espelho da cavalaria e o mundo dos espelhos” in Em espelho crítico. São Paulo: Perspectiva, 1998.
Madame Bovary
Ø Flaubert, G.; Madame Bovary. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2011.
Ø Auerbach, E.; "Na mansão de la Mole", Mimesis, São Paulo: Perspectiva: 1976.
Ø Culler, J.; The uses of uncertainty, Aurora: The Davies Group, 2006.
Ø Flaubert, G.; Cartas exemplares, Rio de Janeiro: Imago, 2005.
Ø Llosa, M. V.; A orgia perpétua: Flaubert e Madame Bovary, Rio de Janeiro, Objetiva, 2015.
Ø Moretti, F.; "O século sério" in A cultura do romance, São Paulo: Cosac&Naify, 2009.
Ø Nabokov, V.; Lectures on literature, Harest Boll, 1980.
Ø Rousset, J.; Forme et signnification: essai sur les structures littéraires de Corneille à Claudel, Paris: José Corti, 2014.
Os Moedeiros Falsos
Ø Gide, A.; Os Moedeiros Falsos. Tradução de Mário Laranjeira. São Paulo: Estação Liberdade, 2009b.
Ø Gide, A.; Diário dos Moedeiros Falsos. Tradução de Mário Laranjeira. São Paulo: Estação Liberdade, 2009a.
Ø Goulet, Alain. Lire Les faux-monnayeurs. Paris: Dunond, 1994.
Ø ______. “Gide em pauta” in Revista ALEA, Rio de Janeiro, V. 5, n. 2, jul-dez, 2003, pp. 195-211.
Ø ______. “L’auteur mise en abyme (VALÉRY et Gide) in Revista Lettres Françaises, nº 7, Araraquara, 2006, pp. 39-58.
Ø ______. Les Faux-monnayeurs: mode d’emploi. Paris: Sedes, 1991.
Avaliação final levará em conta:
v Participação em aula
v Prova no meio do semestre
v Pequeno ensaio entregue no final do semestre