Como abordado anteriormente, pode existir um entrecruzamento entre as opressões sofridas. Por exemplo, uma mulher lésbica, além da LGBTfobia de que é vítima pela sua orientação sexual, também o é pelo machismo. Se além disso é negra, soma-se o racismo. Se é mulher trans, lésbica, negra e favelada, a violência e invisibilidade se tornam muito mais graves. Vamos relembrar esse conceito através da definição da própria autora que criou o termo, a cientista jurídica, feminista negra norte-americana Kimberlé Crenshaw:

“A interseccionalidade é uma conceituação do problema que busca capturar as consequências estruturais e dinâmicas da interação entre dois ou mais eixos da subordinação. Ela trata especificamente da forma pela qual o racismo, o patriarcalismo, a opressão de classe e outros sistemas discriminatórios criam desigualdades básicas que estruturam as posições relativas de mulheres, raças, etnias, classes e outras. Além disso, a interseccionalidade trata da forma como ações e políticas específicas geram opressões que fluem ao longo de tais eixos, constituindo aspectos dinâmicos ou ativos do desempoderamento.”

Assis, Dayane N. Conceição de. Interseccionalidades / Dayane N. Conceição de Assis. - Salvador: UFBA, Instituto de Humanidades, Artes e Ciências; Superintendência de Educação a Distância, 2019.

Por isso é importante a educação e o engajamento nos Direitos Humanos, para combater as diversas opressões, injustiças nas estruturas de poder - que tem o capital financeiro no topo. Distribuição de riquezas, relação sustentável com a natureza, reconhecimento e garantia das diversidades, como a de gênero que tratamos aqui, são essenciais para tornar a sociedade mais livre e justa para todos, começando pelo cuidado com os mais vulneráveis, começando pelo nosso ambiente de trabalho, onde em geral passamos a maior parte do nosso dia.



Última atualização: quinta-feira, 23 jun. 2022, 21:06