Resumo da Aula 15
O caso Danilo Di
Prete e a instalação da Bienal de São Paulo
Dra. Renata Rocco
Breve biografia Di Prete
Itália:
1911, nasce em Zambra, Itália.
1926, primeiros trabalhos, marinhas e naturezas-mortas
1940, convocado para a II Guerra Mundial
1942, participa da mostra degli Artisti Italiani in Armi, Roma
1943, participa da IV Quadriennale di Roma
Brasil:
1946, chega ao Brasil em setembro, aos 35 anos. Fixa residência no bairro da Mooca, em São Paulo.
1946, começa a trabalhar como publicitário.
1947, participa de exposição coletiva na Galeria Domus em São Paulo.
1949, conhece Ciccillo na primeira quinzena de fevereiro
1951, participa da I Bienal de SP, conquista o prêmio de 1º lugar de pintura nacional.
Participa de 13 edições da Bienal, sempre com alguma participação.
Os primeiros trabalhos foram com Alfredo Catarsini, montagem de carros alegóricos do carnaval de Viareggio. É um dado importante porque posteriormente, quando fará arte cinética, diz que se deve à sua experiência com motores.
Além disso, tenta se firmar como artista e Viareggio era um polo
cultural com muitas exposições. Di Prete participava de várias delas. As
premiações eram muito concorridas.
Trabalha com Lorenzo Viani.
No contexto das exposições sindicais, de meados anos 20 aos anos
40, o regime fascista realizava essas exposições como forma de controlar o
sistema das artes. Cobriam o território todo, provinciais, interprovinciais e
nacionais. As nacionais se intercalavam com as Quadrienais de Roma.
Havia uma variedade grande de linguagens, não havia um
direcionamento para a escolha de obras ou da sua produção. Diferença entre o
sistema das artes nos anos 20 e nos anos 30, quando se estrutura dessa forma.
Imagens “IX Mostra d'Arte
Toscana” (1936) do Sindicato Interprovinciale Fascista Belle Arti.
Exposições sindicais nacionais: Florença, Napoli, Milão.
I Prêmio Cremona, 1939, organizado por Roberto Farinacci, de
caráter de celebração dos valores fascistas, direcionava os temas que os
artistas deveriam trabalhar. 1939.
Imagem Escutando o discurso do Duce na rádio. Era um prêmio divulgado como do mesmo patamar da Bienal de Veneza.
Em 1930, Farinacci tentara inserir esse tipo de proposta na Bienal de Veneza, sem sucesso.
II Premio Cremona, 1940. Todas as obras à venda, fomento do
mercado. Texto Farinacci para o catálogo.
Prima Mostra degli Artisti Italiani in Armi. 1942. Ele deveria retratar batalhas por ele
vividas ou a ele contadas. Acaba ficando conhecido em Viareggio como artista de
guerra.
Di Prete na IV Quadriennale di Roma, 1943. Circulavam todas as
tendências.
Di Prete no Brasil
Com a pintura de parede, faz a decoração de um prédio. Um tal de Kauffmann vê seu trabalho e indica para a agência publicitária Standard.
Cartaz publicitário Jockey Club, 1948. Artigo Guilherme de
Almeida, muito elogioso.
Anúncio O mundo em sua casa, ganhou 1º lugar concurso diário de
São Paulo.
Cartaz desenvolvido para o I salão Nacional da propaganda, 1950,
Masp.
Sobre a I Bienal
Pela historiografia, é tido como alguém, que teria “soprado” a ideia da Bienal de SP.
Conhece Ciccillo por intermédio de Paulo Rossi Osir.
Ciccillo emplaca uma participação brasileira na 25ª Bienal de
Veneza em 1950. Nesse contexto, emerge na correspondência com Ciccillo a ideia
de fazer a Bienal de SP.
Ele pede ajuda à Bienal, que o encoraja mas acaba não ajudando
efetivamente. No MIS há um arquivo chamado História da Bienal.
Com os outros projetos em que Ciccillo estava envolvido – TBC, Vera Cruz etc.– talvez o projeto da Bienal tenha ficado de lado.
Di Prete, Grassman e Aldemir Martins são os principais nomes da organização da I Bienal.
Quando ele ganha o 1º prêmio, um artista praticamente desconhecido,
há uma grande polêmica. Muitos críticos, inclusive Pedrosa, dizem que ele
ganhou o prêmio por causa da amizade com Ciccillo. Não justificam a escolha
estética, o tom é de que é uma obra menor.
Di Prete faz a capa do catálogo da Bienal de 1953.
VI Bienal, 1961, sala especial Di Prete: bienal começa a dar uma sala
especial aos artistas premiados em edições anteriores.
VIII Bienal, ganha de novo o 1º prêmio de melhor pintura, 1965. E
posteriormente ganha outra sala especial. O que gera outra polêmica.
Conclusão
A história do Di Prete está muito ligada à história da Bienal. Quando sai da promoção sob a bienal, passa a falar de si mesmo como agente cultural e criador da Bienal.