Resumo da aula 4
Bibliografia sobre a arte italiana do séc. XX não está sistematizada.
Década de 1930, promoção da arte italiana.
Historiografia diz que ela não circulou, mas o Regime faz uma campanha massiva
de promoção no exterior.
Ugo Ojetti x Sarfatti: embate teórico
A doação ao Jeu de Paume em 1935 gerou
uma grande mostra arte italiana desde o Renascimento, quando O Nascimento da Vênus
de Botticelli sai da Itália. Estratégia da Itália de representar a tradição e a
arte moderna. >> cultura latina, italianità.
O Novecento
vira a grande etiqueta que engloba várias experiências artísticas, para além
daquilo que Sarfatti promovera no início dos anos 1920.
Nesse momento, Scuola di via Cavour – Scuola Romana. Relações com o barroco romano, Longhi os considera a nova escola de arte italiana.
- Retomada aspectos impressionistas
- Scipione, caráter onírico, se aproxima do surrealismo
- Motivos (não temas) do barroco romano.
Mario Maffai, últimos registros bairro medieval que veio a ser destruído pelo Regime – as pinturas da demolição.
- esposa de Maffai, Antonietta Raffaelli era judia.
- obra do MAC, Maffai apresentou na Bienal de 1935
Bardi, à frente Galleria d’Arte di Roma, 1930 – no contexto do plano de transformar Roma no centro da Itália fascista, promoção da romanità – diretor até 1934. 1931, uma das primeiras exposições, Maffai e Scipione, textos do Longhi.
Aproximação dos textos de Bardi e de Longhi.
A ideia de Scuola Romana faz frente ao Novecento, é antinovecento, ao meio artístico de Milão, protagonista da arte naquele momento.
Galleria La Cometa, 1933-1938, Roma, responsável por apresentar Cagli, Capogrossi, Maffai e Scipione, Antoneta Raffaelli, artistas do ambiente romano, se reúnem em torno de Cagli. Colaboração Massimo Bontempelli, grande crítico da galeria, tenta escrever panorama da arte moderna italiana.
1933, Bardi leva p/ Argentina racionalista. Leva Le Corbusier para a Itália. Bardi e Bontempelli (e Edoardo Persico) querem uma modernidade internacional, criticada por não representar a italianità (Sarfatti inclusa).
Roberto Farinacci cria a revista “Il Regime Fascista”, na qual faz críticas à arte moderna. Diz que artistas da Bienal de Veneza devem se submeter a um tema – Visão conservadora, reacionária, quer dirigir a produção italiana.
Bardi, Tavola degli Orrori, colagem. Bardi cumpre papel importante como polemista.
Farinacci cria o Prêmio Cremona em 1939, premia obras que tragam os valores conservadores na arte.
Giuseppe Bottai, em contraposição, cria o Prêmio Bergamo.
A Galleria La Cometa atua de forma
independente. A partir das leis raciais 38, passa a trabalhar na surdina, abre sucursal
em NY, apoio de longe, Cagli chega a ser preso.
Outros
grupos anti-Novecento
Grupo
Corrente, 1935 em diante, atividade
de resistência ao fascismo. Apoio do colecionador Alberto della Ragione, que a
partir de 1934/35 forma sua coleção com muitos artistas desse grupo.
Outro colecionador, Carlo Cardazzo, abre a Galleria Il Cavallino em Veneza em 1942. Em 1946 deixa a Cavallino a cargo do irmão e abre a Galleria Il Naviglio em Milão. Cardazzo faz a ponte desses artistas com ambiente internacional, relação com Peggy Guggenhein.
- Redescoberta de Picasso, com a Guernica exposta na Exposição de Paris de 1937.
Gruppo dei Sei di Torino (Grupo dos seis de Turim)
- Casorati se volta para linguagem pós-impressinista
- Coleção Riccardo Gualino, Longhi será o consultor.
- Edoardo Persico, crítico do grupo. Piero Gobetti também.
- Turim é mais independente do resto, próximo ao ambiente francês.
- Gualino sustenta várias iniciativas culturais em Turim.
Sistema da arte na Itália e promoção do design e da arquitetura moderna italiana
Giuseppe Terragni, Casa del Fascio, Como. Intervenção racionalista em praça medieval.
Giovanni Guerrini, Palazzo della civiltà italiana
Filme Marco Bellocchio, início carreira, todo filmado dentro desse prédio.
[Filme Meu irmão é filho único, diretor Daniele Lucchetti] mencionado antes
Brasil, edifício Capanema, projeto de Piacentini – após intervenção de Lúcio Costa, o projeto passa para Le Corbusier.
Leituras
Historiografia italiana: Envolvimento
dos historiadores da arte no exercício da crítica de arte.
Venturi e Longhi, estudos do Renascimento
e ao mesmo tempo defesa da arte moderna – história da arte italiana que
incorpore a arte moderna.
Escola alemã/Escola de Viena: Wölfflin,
estudo da tradição artística. Venturi lê esses autores, crítica de arte e
história da arte não podem se pensados separadamente.
Longhi, um dos primeiros a interessar-se barroco, ao mesmo tempo engajado com os futuristas. “Breve mas verídica história da arte italiana”: informado do que estava vendo.
Bernard Berenson, amigo de Roger Fry, carta de Venturi em que agradece a Berenson. Fry é lido por essa geração.
Esforço de documentar a produção contemporânea, modelo da editoria francesa, editora Paris, Waldemar George. Série Arte Moderna Italiana [vocabulário], edições pequenas de bolso, de baixo custo e alta tiragem, para fins de instrução.
Irmãos Ghiringhelli, desejo de documentar produção dos artistas ainda vivos, 1938/39. Coletânea Arte Contemporanea Italiana, texto de Massimo Bontempelli, editora Hoepli.
Edições Rizzoli, iniciativa Bardi com Bontempelli.
São Paulo: MAM com MASP, iniciativa de criar monografias. Milliet escreve volume sobre Tarsila.
1952, Venturi publica “A pintura italiana de Caravaggio a Modigliani” (traduzido para várias línguas).
Argan tem papel importante no Brasil. Trabalhos como crítico desde década 40.
De
Micheli, considera o contexto
sócio-político, “historiador social da arte”.
Venturi está mais interessado numa história da evolução das
formas, meios pelos quais os artistas trabalham, evolução do gosto.
- Entende que há uma ponte entre passado e presente – continuidade na história da arte.
- Para Poggioli e De Micheli, toda a arte moderna é ruptura.
Poggioli sai Itália nos anos 1930, tem formação em literatura.
- Teoria da Vanguarda de ruptura, diferente de Venturi.
- Empresta elementos da psicologia, separa as vanguardas em 4 momentos. O modelo dele é o futurismo italiano, na figura de Boccioni.
- Não considera as experimentações da forma, analisa do ponto de vista da atitude vanguardista.
De Micheli é mais literal, no capítulo sobre vanguardas fala de futurismo, acaba se tornando reducionista nesse assunto.
Brasil:
- Avventure, Massimo Bontempelli – Tem na FFLCH
- Venturi se coloca em diálogo com ambiente internacional, conexão com Pedrosa. Escritos muito parecidos.
- Pedrosa – Restany – Venturi – ambiente da AICA – construir história arte moderna