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Palavras emprestadas, por Mary Goss

por Talita Carvalho da Mota e Silva - terça-feira, 25 jun. 2013, 16:51
 

Palavras emprestadas são palavras que pertencem a um outro. Elas são as palavras de um outro, um texto, através do qual aquele que cita busca estabelecer uma relação com uma terceira pessoa que é percebida como tendo um direito àquele texto de alguma maneira. São palavras que precisam atravessar uma forma de tradução antes de poderem se tornar de Freud. Como tais, elas são um tipo de lingua estrangeira.
A pessoa é mais suscetível, como diz Freud, para cometer deslizes ao usar uma lingua estrangeira que ao empregar sua própria língua. Mas às vezes falta de comunicação em uma língua estrangeira é preferível a qualquer forma de comunicação na própria língua. Às vezes uma língua estrangeira é a única apropriada. Isto é particularmente correto em questões de desejo: a língua estrangeira é a língua de um outro em minha boca.
Utilizar palavras emprestada é tanto assumir a autoridade do outro como evitar, até certo ponto, responsabilidade pelo que se está dizendo: eu posso ter dito isto, mas eu o disse nas palavras de outra pessoa.
Ao usar as palavras de um outro, um escritor pode projetar seus desejos inaceitáveis sobre e através de outro corpo de discurso. Este outro discurso, encarnado em uma língua estrangeira, pode se tornar um repositório para o desejo inoportuno que opera entre duas ou mais pessoas.

 

Fonte: Deslizes freudianos, Mary Gossy In: Mulher, a escrita, a língua estrangeira. Michigan UP, Ann Arbor, 1995. (Fragmentos em tradução livre de Artur Matuck).

 

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Parapraxe

por Lucy Eri Ikeda - terça-feira, 25 jun. 2013, 15:50
 

Um erro pequeno, deslize, como um erro de fala ou objetos fora de lugar, como um resultado da mente inconsciente.

"[...] que são agora conhecidas, em linguagem cotidiana, como deslizes Freudianos, demonstram ‘que a fronteira entre o normal e o anormal em assuntos psiquicos é fluida, e que nós somos todos um pouco neuróticos.' O deslize, para Freud, é prova inexorável da existência do inconsciente e de suas operações cotidianas, em todos. É um modo de legitimar as reivindicações dele para o inconsciente em um nível universal." (GOSSY, Mary)