8. O peroxissomo e o metabolismo celular oxidativo

Devido às suas atividades predominantemente oxidativas, os peroxissomos são considerados, juntamente com as mitocôndrias, como os principais sítios celulares de consumo de oxigênio. Para se ter uma idéia, 10% do consumo de oxigênio pelo fígado é devido ao metabolismo peroxissômico.

Neste particular, alguns pesquisadores acreditam que os peroxissomos representem os vestígios de antigas organelas presentes em células eucariontes primitivas, que teriam desempenhado todo o metabolismo celular oxidativo desde que o oxigênio se tornou disponível na atmosfera.

Contudo, com o surgimento das mitocôndrias, grande parte das reações oxidativas passaram a ser desempenhadas na nova organela com uma enorme vantagem: a energia liberada não era mais perdida em calor mas sim transformada, como vimos, numa fonte de energia facilmente utilizável pela célula — o ATP.

Seguindo ainda a mesma linha de raciocínio, os peroxissomos não teriam sido eliminados pela seleção natural, simplesmente porque muitas de suas reações ainda são importantes para a célula e são exclusivas desta organela. Assim, por exemplo, de forma semelhante às mitocôndrias, os peroxissomos também realizam β-oxidação de ácidos graxos, mas apenas os de cadeia longa, processo que a mitocôndria não é capaz de fazer. No caso das plantas e dos fungos, toda a β-oxidação só ocorre nos peroxissomos.