O coração (2)


O papel do sistema Nervoso


Esse balanço entre simpático e parassimpático não pode ser considerado uma soma algébrica, porque o parassimpático inerva principalmente os nodos. Assim, uma estimulação simpática ou uma injeção de adrenalina seguida a uma estimulação parassimpática pode fazer com que o marca-passo perca a sua função e apareçam vários focos de geração de potencial de ação nas fibras de Hiss-Purkinge. Essa arritmia leva à contração dessincronizada do músculo cardíaco e dificulta ou, mesmo, impede a ejeção de sangue. Essa arritmia é conhecida como síncope branca.

Outro ponto importante a considerar é o fato de que podemos controlar o nosso coração através de reflexos muito comuns. Muitas vezes, vemos pessoas colocarem os pulsos sobre os olhos e fazerem uma pequena pressão. Isto é feito em situações de estresse e nervosismo. Essa manobra é apenas um reflexo para aquietar o coração. Por trás do globo ocular corre o nervo vago, que, ao ser pressionado, é estimulado e leva a uma redução da frequência cardíaca.

O trabalho cardíaco é ejetar o sangue para o organismo e a eficiência cardíaca pode ser medida pela relação entre o sangue ejetado e a energia consumida. O ventrículo direito consome cerca de seis vezes menos energia que o ventrículo esquerdo, porque ejeta seis vezes menos sangue por batida. A energia cardíaca vem através do ATP, molécula produzida durante o processo de respiração celular. O coração é alimentado através da circulação coronariana e, quando uma pessoa está em repouso, consome cerca de 96% do oxigênio que entra pela artéria coronariana. Então, para que haja aumento da quantidade de energia disponível para a vida normal e para os exercícios, há necessidade de aumentar o fluxo de sangue pelo coração. Portanto, o entupimento das coronárias leva a uma perda da função cardíaca.