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O objetivo é analisar a produção de conhecimento a partir de teorias sociais específicas centradas na relação entre produção simbólica e modos de dominação nas sociedades contemporâneas. A disciplina aborda os processos contemporâneos de produção do conhecimento, a partir das relações entre agentes, instituições científicas, aparato governamental e Estado.

Em 2022, a disciplina será dedicada aos estudos de uma nova economia dos bens simbólicos no Brasil contemporâneo. Essa economia centra-se na denegação da dimensão econômica na produção e na circulação dos bens relativos ao mercado simbólico. Entende-se por mercado simbólico um sistema de trocas que se estabelece em diferentes campos (educacional, científico, estatal, cultural, político, religioso, artístico) produtores de categorias de percepção, de ação e de pensamento. As trocas têm como centro a construção coletiva do valor simbólico de cada bem pertinente e de seu respectivo capital simbólico.

Como tratar de todos os espaços desse mercado simbólico não seria possível, serão enfatizados quatro universos: a educação e a educação superior; a produção de conhecimento; o Estado; os institutos Think Tanks e as fundações privadas atuando no setor educacional e cultural.

Para tal, abordará inicialmente noções básicas que, em seguida, serão aprofundadas e verificadas com base em inserções empíricas. A dimensão internacional (mundialização, globalização, transnacionalização) dessa economia dos bens simbólicos será discutida em todos os tópicos previstos.

A problemática a ser perseguida refere-se a: como mudanças em curso, relativas a essa nova economia dos bens simbólicos na sociedade brasileira nos últimos 30 anos, podem explicar os contenciosos em torno da visão da ordem social legítima? Como essa economia simbólica pode explicar a acomodação de relações de dominação e, ao mesmo tempo, estruturar o campo do poder?

Pressuposto: o Brasil vem passando por um processo de mudanças profundas no campo do poder (espaço de posições a partir do qual se exerce um poder sobre os diferentes tipos de capital). Assim, as categorias cognitivas que fornecem ferramentas de entendimento da sociedade estão em suspensão, i.é., nosso sistema classificatório está em xeque. Fatores múltiplos estão aí coligados, desde mudanças na esfera cultural e econômica, passando por questões do Estado e classificações morais. A ênfase será dada na dimensão simbólica do fenômeno (o sentido atribuído às coisas sociais, bem como os conflitos em torno de sua fabricação).


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