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18 set Aula 1- Agroecologia : a espécie humana como entidade biológica, domesticação de plantas e animais, dietas dos povos agrícolas.
Origem, evolução e conformação atual da espécie humana enquanto entidade biológica. Busca-se entender como nossa espécies foi moldada e molda o ambiente em que vive. Exploramos as preferências de consumo por distintos tipos de alimentos (sal, açúcar, gorduras, carne) na perspectiva evolutiva, e suas consequências sobre o quadro de enfermidades que afetam as populações humanas contemporâneas ricas.
Em sequência, focalizamos a origem da agricultura e a domesticação de plantas e animais, e a formação das dietas dos povos agrícolas modernos.
Referências de leitura:
- Heiser Jr, Charles. Sementes para a civilização, sobre a domesticação de plantas e animais.
- Mazoyer, Marcel. História das agriculturas no mundo. Sobre a origem da agricultura, agricultura primitiva e domesticação de plantas e animais. (disponível em pdf na rede)
- Dorst, Jean. Antes que a natureza morra. Sobre o impacto da espécie humana na natureza, desde a pré-história. Ou, noutra perspectiva, sobre a espécie como um importante fator na conformação das paisagens e biomas no planeta.
- Atividade para realizar em casa: assistir com atenção o vídeo do projeto cana verde, na rede. -
Um fato presente desde o início da agricultura é o decaimento o potencial de produção dos terrenos após a substituição da cobertura vegetal natural por cultivos agrícolas. Esse fato obrigou a constante migração das áreas de cultivo ao largo do espaço geográfico. Outro fato observado desde essa mesma época era que o potencial de produção podia se recuperar, quando se permitia a recomposição da vegetação natural sobre o terreno após os anos de uso agrícola. Assim, a sobrevivência humana baseada na agricultura implicava numa sucessão de fases de desgaste do potencial de produção (o uso agrícola) e fases de recomposição desse potencial (o pousio). Contudo, esse sistema de recuperação entra em colapso quando o processo de regeneração da vegetação natural se torna insuficiente, normalmente devido à (1) baixa pluviosidade, (2) presença de animais de pasto ou (3) tempo insuficiente de pousio.
Na história da agricultura brasileira, o tempo de cultivo no bioma da Mata Atlântica foi de 20 a 30 anos, após o que os terrenos anteriormente florestados estavam convertidos em pasto ralo, capaz de suportar apenas a pecuária extensiva.
Na segunda metade do século XX, a utilização de insumos industriais permitiu reconverter parte das áreas degradadas à produção de cultivos agrícolas. Contudo, a aplicação continuada desses insumos terminou por minar as condições do meio necessárias para boas respostas a esses mesmos insumos. As respostas menores levam à utilização de doses crescentes desses produtos e causam efeitos indesejáveis no meio ambiente, nos produtos colhidos e nas populações humanas. Há uma grande demanda social para que a ciência e a tecnologia agrícola corrijam esses efeitos indesejáveis.
Nesse quadro, duas questões são muito relevantes para que se possa atender a expectativa da sociedade. A primeira é por que o potencial de produção se desgasta com o uso agrícola. A segunda é como a natureza recompõem esse potencial. Se formos capazes de entender esses dois processos, poderemos tentar reduzir o decaimento do potencial, por um lado, e, por outro lado, tentar incorporar os mecanismos de recomposição da natureza no desenho e no manejo dos sistemas agrícolas . Entender como se dão esses dois processos é o objetivo dessa aula.
Vídeos a assistir na internet:
- Fazenda Malunga. Termo de busca: Fazenda Malunga globo rural. Reportagem em 3 partes.
- Agricultura sintrópica. Termo de busca: globo rural dia 06/08. Segundo bloco, de 13'24"em diante.
Leitura:
Khatounian, C. A. A reconstrução ecológica da agricultura. Capítulo "A Natureza como Modelo"
Verneck (Barão de Pati do Alferes): depoimento de produtor de café do segundo império.
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02 out Aula 3- Os animais no sistema. Diretrizes da natureza para criar e manter a fertilidade do sistema
Na história das ciências agrárias, o potencial de produção dos sistemas agrícolas tem sido associado à fertilidade do solo, o que direciona a atenção dos técnicos e dos agricultores para o solo. Os avanços no conhecimento da nutrição mineral de plantas nos últimos 150 anos e a crescente utilização de adubos minerais depois da Segunda Grande Guerra restringiram ainda mais o foco da fertilidade para a química de solo. Efetivamente, os compêndios atuais que tratam da fertilidade são quase que exclusivamente textos de química de solo. Contudo, o potencial de produção dos sistemas agrícolas, a longo prazo, depende de uma série de fatores que vão além da química do solo. E as boas propriedades do solo dependem, por sua vez, de fatores ligados à cobertura vegetal, ao clima, ao manejo dos animais etc. Por essas razões, a manutenção do potencial de produção, a longo prazo, exige uma abordagem mais ampla, uma vez que está associado ao sistema como um todo, o que nos leva ao conceito de fertilidade do sistema. Esse conceito, de fertilidade do sistema, e sua aplicação na prática agrícola, é o assunto desse módulo.
Vídeos a assistir na internet:
- Café biodinâmico na Chapada Diamantina. Reportagem Globo Rural 15 minutos. .
Leitura:
Khatounian, C. A. A reconstrução ecológica da agricultura. Há nesse texto dois capítulos sobre o assunto, um sobre o conceito de fertilidade do sistema e outro sobre o manejo da fertilidade do sistema.
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Como abordagem conceitual e metodológica, a Agroecologia pode ser utilizada paraestudar qualquer tipo de sistema de produção agrícola. Contudo um campo particularmente rico na utilização das informações trazidas pela Agroecologia é a Agricultura Orgânica. E isso decorre de uma condição de entendimento muito simples. A Agricultura Orgânica é um modo de produção definindo em lei, presente em códigos nacionais e internacionais, e exclui amplamente a utilização de insumos químicos. Para controlar os problemas tratados com insumos químicos na agricultura convencional, a agricultura orgânica faz uso das informações que a Agroecologia traz à tona.
Embora os meios oficiais e a indústria química afirmem que não há problemas com a utilização de insumos químicos, há uma parcela da população que não acredita nisso, a ponto de pagar mais caro por produtos de qualidade orgânica garantida.
No Brasil, o sistema de garantia de qualidade orgânica é coordenado pelo MAPA, e se baseia em distintos mecanismos conforme o produto e de acordo com o nível de organização dos produtores.
No encontro de hoje, nosso foco é o sistema brasileiro de garantia de qualidade orgânica, e o conteúdo das normas.
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Meus amigos,
Os arquivos de aula disponibilizadas pelo Prof. Rosolem estão abaixo.
Bom estudo.