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A disciplina tem como foco principal debater as políticas, práticas e memórias da habitação popular no Brasil desde os anos 1930 à contemporaneidade, a partir de sistemas de normatizações, hábitos, usos e arranjos espaciais que envolvem ações dentro e fora da casa, com a reprodução da vida e os cuidados familiares, além das práticas de memória social que vem se conformando enquanto prática cultural.
A habitação popular aqui é entendida como aquela destinada às classes sociais de menor renda, de modo geral, construída ou pelas instituições estatais, executoras das políticas públicas de moradia, ou pelo seu arranjo executado por essa população, comumente reconhecida por formas de autoconstrução ou ajuda mútua.
Objeto privilegiado de pesquisas e estudos no campo da sociologia, da economia, da geografia e dos estudos urbanos como um todo, no curso da disciplina, parte-se da ideia da habitação popular como agência, ou seja, como uma materialidade espacial produzida e constituída que influiria em ações dos atores sociais, na sua complexidade individual e coletiva. Dessa forma, visa-se ampliar a discussão sobre o tema para além de uma discussão centrada em perspectivas políticas, econômicas e sociais estruturais que focam na produção da moradia e no espaço público.
A proposta é compreender as formas de apropriação da habitação popular como forma de mediar os desdobramentos políticos e econômicos, e como as ações dos sujeitos no ambiente da moradia conformariam processos sociais e culturais. Através da historiografia, a análise da forma de apropriação do espaço é fundamental para formação dos estudantes em Arquitetura e Urbanismo, pensando na concepção e intervenção do projeto ou do plano no ambiente construído e sua reverberação na ação e interação com os atores e suas práticas sociais e culturais cotidianas
- Docente: Joana Mello de Carvalho e Silva