FLH0105 - História Antiga I (2023)

Do final da Idade do Bronze até a época de Alexandre, o Mediterrâneo passou por processos históricos singulares. Com o colapso do sistema-mundo do Bronze Tardio a partir de 1200 a.C., teve início uma nova era de comunidades pequenas, (semi-)independentes e urbanizadas na bacia mediterrânea: conhecidas como cidades-estados gregas, fenícias e itálicas, muitas experimentaram com regimes sociopolíticos radicalmente participativos, mas que variaram nas suas lógicas de inclusão e marginalização. Ao mesmo tempo, fluxos intensos de mobilidade humana a partir de 900/ 800 a.C. multiplicaram contatos culturais, encontros de tipo colonial, construções identitárias e invenções do “outro”. Por fim, os séculos finais do período em questão foram marcados pela erupção de tendências expansionistas em diversas frentes (Atenas, Cartago, Macedônia e Roma), uma das quais acabaria inaugurando uma nova era de integração política na região. A presente disciplina oferece uma introdução ao estudo de processos que marcaram a história do Mediterrâneo entre 1200 e 330 a.C., a partir de um foco em problemas e debates  historiográficos nos seguintes eixos: i) o fim do sistema-mundo da Idade do Bronze Tardia; ii) o desenvolvimento de cidades-estados gregas, fenício-púnicas e itálicas, a diversidade de seus regimes participativos e formas de cidadania; iii) a construção do pan-helenismo e da “punicidade”; iv) o desenvolvimento de tendências expansionistas nos séculos V e IV a.C.

2. OBJETIVOS

A disciplina pretende proporcionar:

· uma compreensão de problemas e debates historiográficos de destaque sobre o mundo mediterrâneo entre 1200 e 330 a.C.

· um conhecimento das fontes disponíveis para o estudo das sociedades mediterrâneas do final do segundo e primeiro milênios a.C. (textos escritos, imagens visuais, vestígios arqueológicos e arquivos naturais), suas oportunidades e seus desafios interpretativos

· uma contribuição para o entendimento de como o conhecimento histórico é produzido