A disciplina busca pensar a atuação da classe média não como fenômeno acidental para um país caracterizado, em primeira instância, pela polarização social, mas como decorrência de um realinhamento das forças produtivas e financeiras. Interessa compreender por que a classe média emerge na historiografia apenas em tempos de crise nacional – a saber, 1889, 1922, 1930, 1961, 1964, 1985, 1991 e, ainda, em 2013 –, à luz de uma releitura dessas datas, sendo esta a contribuição interpretativa do curso, pelas tensões produzidas entre o capital agrícola, industrial, financeiro ou tecnológico, por um lado, e o poder público e as Forças Amadas, por outro. Motiva, portanto, entender o grau de alinhamento ou dispersão entre esses capitais, o governo civil e o poder militar, ao longo dos séculos XIX e XX, ponderando a atuação da classe média dentro desse rearranjo, mais estrutural do que acontecimental, relativo às dinâmicas da economia política nacional. Nesse diapasão, especial destaque é conferido ao endosso das reivindicações características da classe média pela caserna.