Apresentar as críticas de Wittgenstein ao essencialismo de Platão e à concepção referencial da linguagem de Santo Agostinho, e algumas de suas repercussões na pragmática filosófica de inspiração wittgensteiniana, com o intuito de esclarecer alguns equívocos nos atuais discursos educacionais que derivam de modelos filosóficos e psicológicos de ensino e aprendizagem, quando estes procuram fundamentos últimos e extralingüísticos para a significação, seja na razão, na experiência empírica ou em algum mundo ideal. Esse esclarecimento conceitual não tem como objetivo propor novas teorias educacionais no lugar das já existentes, mas apenas, através da terapia filosófica de Wittgenstein, evitar diretrizes e práticas educacionais de natureza dogmática, que procuram prescrever os modos como devem ocorrer as relações entre professor e aluno, a avaliação escolar, métodos de ensino, e outros temas do campo educacional, pressupondo, ora uma única racionalidade a priori, ora critérios utilitaristas como fundamentos de verdades a serem descobertas, entre outras interpretações unilaterais do processo do conhecimento.