A disciplina tem por objetivos promover estudos acerca da produção arquitetônica dos séculos XV ao XVIII, em suas relações com as artes e o espaço urbano, tendo em vista o giro historiográfico rumo ao global e às histórias conectadas, isso sem perder as características locais de cada processo. E ainda, estimular os novos enfoques de análise da história da arquitetura, dentro de uma perspectiva decolonial, de longa duração e de uma ecologia dos saberes. Serão consideradas, assim, as agências indígenas, africanas e mestiças; a circulação e a reinterpretação de modelos, artistas, arquitetos, ideias, livros, plantas, materiais, imagens, textos, objetos; a história e tradições artísticas e arquitetônicas antes da “América”; e a geografia e natureza locais, permitindo aos estudantes, a construção de um repertório e de um diagnóstico crítico das manifestações arquitetônicas produzidas no período. O programa está apoiado, sobretudo, nos intercâmbios/choques culturais entre Europa, América, Ásia e África, na relação da arquitetura com o território, e na readaptação e ressignificação de modelos arquitetônicos e artísticos nas Américas, especialmente em “zonas de contato” / “zonas de conflito”. As arquiteturas produzidas no continente americano serão, desta forma, analisadas como pontos centrais das complexas relações estabelecidas entre as “quatro partes do mundo” a partir da chamada primeira mundialização.