Propõe-se uma reflexão coletiva sobre os sentidos do bicentenário da independência brasileira. Como na célebre imagem e proposta benjaminiana, pensar o Brasil a contrapelo, ou seja, a partir dos vencidos, das múltiplas coletividades subalternizadas (classe trabalhadora, povos indígenas e movimentos negro e transfeminista) e suas lutas por um ainda ansiado fim dos etnocídio e genocídio nunca interrompidos nessa longuíssima guerra de ocupação. Tentativas de fuga da colonialidade, nas quais são convocadas e invocadas intelectuais de dentro e de fora do âmbito acadêmico, num diálogo de saberes. Isso se coloca concretamente em três movimentos, iniciando pelo solo onde estamos – a cidade de São Paulo – prosseguindo com o estudo de alguns marcos de sua história (memória viva das lutas que atravessam esse território chamado Brasil), para, enfim, se debruçar sobre nós e desafios atuais para vivermos, aqui e alhures, em democracia (repressão, instituições, classe/s, crise climática).