Pretende-se, nesta disciplina: a. Apresentar a problemática da produção-consumo e consequente geração de resíduos sólidos urbanos numa abordagem de processo, ou de ciclo. Busca-se evidenciar os vínculos e condicionantes entre produção, consumo e descarte de bens com a consequente geração, manejo e remoção final dos resíduos, além de seus possíveis impactos tanto no meio social e como físico (ambiental). Ao longo da disciplina essa discussão estará estruturada em três pilares, que alicerçam a existência "do lixo":  1. a produção (sistema produtivo, políticas, design, arranjos e outros), o consumo (aspectos individuais e coletivos, necessidades, prevenção e outros), o descarte (manejo, tratamento, destinação entre outros), reforçando, intensivamente, a perspectiva interdisciplinar e multidisciplinar demandada pelo assunto; 2. Introduzir três grandes esferas temáticas a partir das quais se desdobram a produção científico-acadêmica e as ações concretas voltadas para os resíduos sólidos urbanos: a gestão (institucional, econômica, tecnológica, ambiental), a política setorial (histórico, contexto, resultados) e os impactos socioambientais (socioeconomia, saúde, planejamento urbano, uso da terra, mudança climática, energia, água e outros). 3. Induzir a prática do debate sobre temas mais controversos e recentes referentes aos resíduos sólidos urbanos, a partir de leituras indicadas, enfatizando a produção bibliográfica interna (USP) e externa (artigos), com vistas à apresentação das fronteiras da pesquisa e à provocação da reflexão para além do repertório didático mais convencional que trata do assunto.
Este curso oferece uma oportunidade para explorar e analisar os aspectos práticos e teóricos de abordagens integradas de governança e políticas, destacando a necessidade de coordenação, coerência e colaboração entre diferentes setores e partes interessadas. O curso está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, particularmente o Objetivo 6 (Água Limpa e Saneamento), Objetivo 7 (Energia Limpa e Acessível), Objetivo 2 (Fome Zero, Objetivo 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e Objetivo 17 (Parcerias para os Objetivos). Daremos atenção especial a 1) o lugar central da água nas questões atuais de segurança alimentar e energética, 2) a gestão sustentável dos recursos hídricos, energéticos e alimentares no contexto das alterações climáticas, 3) as interdependências, a coordenação intersetorial e coerência de políticas em diferentes setores e níveis de governança e 4) os aspectos sócio-políticos e a formulação de políticas, inovação tecnológica, e mudança comportamental tanto nas organizações públicas e privadas relacionados ao nexo água, energia e alimentos. No final do semestre, os alunos terão desenvolvido habilidades de pesquisa e pensamento interdisciplinar relacionadas à governança e políticas do nexo água-energia-alimentos. Além de desenvolver habilidades de pensamento crítico, incluindo a capacidade de analisar informações históricas complexas, identificar padrões e tendências, avaliar diferentes perspectivas e avaliar criticamente o impacto dos processos sociais, políticos, ecológicos e tecnológicos na relação água-energia-alimento nexo.
O debate sobre a emergente agenda de pesquisa que cerca o tema da justiça climática, das cidades e as desigualdades ambientais é o objetivo central da disciplina. Nesse sentido, são mobilizados autores clássicos e contemporâneos em chave de leitura crítica, de-colonial e de diálogo entre a ecologia política e a justiça ambiental, para a construção de uma co-produção de conhecimento em sala de aula a partir de debates e análises de casos. É também objetivo tensionar o diálogo destes campos de saberes com a prática da gestão pública e do planejamento urbano face aos desafios do mundo contemporâneo.
Objetivo geral. Entender o potencial da Agroecologia e dos Sistemas Silvipastoris Biodiversos entre outras abordagens na Restauração e Reabilitação Ecológica da paisagem rural. A avaliação das variáveis biofísicas e socioeconômicas considerará a Economia Ecológica como metodologia integrativa de análise. Objetivos específicos. (1) Explorar os conflitos entre agricultura e serviços ecossistêmicos, entendendo a necessidade de ambos em uma escala local e global; (2) Entender o potencial da agroecologia e dos sistemas silvipastoris biodiversos para viabilizar de forma sinérgica o aumento da produção de alimentos, o fortalecimento da agricultura familiar e a restauração e reabilitação de ecossistemas e paisagens rurais antropizadas; (3) Explorar os vieses econômico, ecológico, social e politico dos desafios da reabilitação da paisagem rural no contexto da agricultura familiar; (4) Avaliar o potencial dos diferentes atores sociais no processo de reabilitação da paisagem rural considerando as respectivas demandas e conflitos.
Apresentar aos alunos a discussão sobre a relação entre economia e ambiente, debatendo as visões das principais escolas, bem como desenvolver uma análise crítica sobre a temática de serviços ecossistêmicos, modelagem socioecológica e decrescimento.
A disciplina tem como objetivo apresentar o campo de pesquisa da Ciência Social da Conservação e demonstrar como ele pode contribuir para o sucesso da prática na área. Para tal, o curso propõe (i) apresentar os fundamentos de algumas teorias centrais que explicam a relação entre as pessoas e a natureza, incluindo comportamentos relevantes para a conservação; (ii) descrever as principais estratégias delineadas para promover a conservação na prática e, por fim, (iii) aplicar o conhecimento teórico em casos e problemas práticos de conservação, comuns no contexto brasileiro e em organizações que atuam na área. Ciência Social da Conservação é o nome de uma subárea da Ciência da Conservação ainda em desenvolvimento como subdisciplina. Com fronteiras mal definidas, a subárea surgiu da transformação da Biologia da Conservação em uma ciência interdisciplinar. O processo resultou da incorporação de linhas de pesquisa nascidas dentro das disciplinas clássicas das Ciências Sociais (especialmente Economia, Psicologia e Antropologia) e, mais recentemente, das Humanidades, bem como disciplinas ou interdisciplinares aplicadas de origem mais recente (por exemplo, Conservação e Desenvolvimento; Comunicação). Embora não haja uma definição consensual da subárea e até mesmo o nome adotado seja discutível, a Ciência Social da Conservação costuma ser considerada como o conjunto de um amplo espectro de linhas de pesquisa associadas a esse processo. O conjunto de linhas de pesquisa compartilha o objeto de pesquisa, que consiste nos aspectos humanos (ou dimensões) que influenciam ou explicam a relação entre as pessoas e a conservação da biodiversidade.
Discutir os fundamentos que norteiam o conhecimento; ● Compreender os avanços e limites do conhecimento científico; ● Compreender a mudança paradigmática e o saber socioambiental como um tipo de conhecimento interdisciplinar; ● Identificar, compreender e discernir as diferentes metodologias que promovem e moldam o desenvolvimento das ciências; ● Fornecer subsídios teóricos/metodológicos para a produção do conhecimento nos diversos projetos de pesquisa desenvolvidos no âmbito do PROCAM; ● Organizar e orientar seminários sobre temas abordados e sua aplicação nos projetos de pesquisa.
A disciplina tem como objetivo fornecer ao aluno(a) de diferentes formações uma perspectiva interdisciplinar, atualizada e crítica quanto ao debate contemporâneo sobre as florestas tropicais. A disciplina buscará discutir como diferentes áreas do conhecimento científico (ecologia, antropologia, ecologia política, ecologia histórica, sistemas complexos) e outras formas de conhecimento (etnoconhecimento) abordam e interagem com as florestas tropicais, capacitando- o(a) a reconhecer e valorizar diferentes visões sobre as mesmas, e diferentes formas de uso, manejo e governança dos ecossistemas florestais. A disciplina tratará também da importância das florestas tropicais para populações tradicionais e sociedades indígenas (forest- based livelihoods); a evolução conceitual das definições de floresta tropical no âmbito internacional e suas implicações para as políticas públicas; e governança florestal.