A pertinência da utilização do termo "“economia" para o estudo das sociedades pré-modernas é objeto de intensa polêmica. K. Polanyi, em sua obra A grande transformação, afirmava que a noção de “economia” é o fruto de uma evolução histórica recente, de uma “grande transformação” ao final da qual os fenômenos econômicos foram dissociados da sociedade e, ao mesmo tempo, passaram a constituir um sistema distinto em relação ao qual os outros domínios da vida social deviam estar submetidos. Como mostrou M. Godelier, coube a Polanyi o mérito de ter mostrado que o “econômico” não ocupa, nas sociedades e na história, os mesmos espaços e as mesmas relações sociais, mas pode assumir formas distintas se está ou não “encrustrado” no funcionamento das relações de parentesco ou nas relações político-religiosas. Por outro lado, a perspectiva de Polanyi foi utilizada, muitas vezes, para negar a existência de uma economia nas sociedades pré-modernas. No entanto, estudos recentes têm mostrado que, na Idade Média, os comportamentos em relação à riqueza, à sua produção e à sua transmissão, podem também ser analisados em termos de comportamentos racionais, quer seja em termos de finalidade, quer seja em termos de valor.



Grupo de Estudos aberto a todos os interessados em debater, pesquisar e compartilhar reflexões acerca da temática geral proposta. O grupo se reúne quinzenalmente no prédio de História e Geografia da FFLCH. Esse grupo está vinculado às atividades do LEPHE (laboratório de Economia Política e História Econômica) do departamento de História da USP ( lephe.fflch.usp.br )
I - OBJETIVOS: A Com a periodização de 1815 à 1918, este curso é visto como uma continuação dos temas tratados em História Moderna- II, com uma visão abrangente de aspectos econômicos, sociais e políticos. A bibliografia visa ampliar o conhecimento das interpretações historiográficas. I - OBJETIVOS: B Título: \"O século XIX: Auge e Crise da Modernidade\" I - OBJETIVOS A Revolução Francesa de 1789 conclui, de modo radical, o período das revoluções democráticas iniciado no século XVII com as revoluções na Inglaterra e nos Países Baixos, passando pela Revolução Americana do século XVIII. A \"repetição\" farsesca de 1789 em 1848 traduziu toda a mudança social trazida pelo avanço do capitalismo a escala européia. A mudança histórica teve como consequência a cisão da frente revolucionária do século XVIII, e o surgimento de um novo tipo de revolução em 1871, com a Comuna de Paris. O curso procura aproximar o aluno da dramática dinâmica histórica do \"longo século XIX\", tanto no que diz respeito às rupturas revolucionárias quanto aos processos de longo prazo. A compreensão dessa dinâmica é a base mínima para abordagem dos processos do século XX.
Discutir temáticas centrais referentes à história da América Latina no século XX, enfatizando as relações entre as esferas da política e da cultura. Apresentar questões propostas pela historiografia latino-americana contemporânea. Capacitar e instrumentalizar os alunos para a difusão do saber histórico, das fases da pesquisa e análise bibliográfica e historiográfica ao ensino nos diferentes níveis (fundamental, médio e superior), considerando diversas linguagens educativas.  
 Objetivo: O curso pretende refletir acerca do pensamento político e econômico latino-americano no século XX, seus autores, debates e consequentes experiências históricas concretas, tendo como eixo as tensões dialéticas entre nacionalistas e socialistas de diferentes matizes ideológicas.

Cronograma previsto:

Agosto

6 – aula 1 apresentação e introdução geral

13 – aula 2 – A revolução mexicana de 1910 e a questão nacional latino-americana (1)

20 - aula 3 – A ascensão e crises da IIIª Internacional na América Latina (2)

27 - aula 4  - Nacionalismo e anti-imperialismo em Mariátegui e Haya de la Torre (2)

Setembro

3 – aula 5 – Leon Trotsky, o bonapartismo e o período tardio da revolução mexicana  (1)

17 – aula 6 – Nacionalismo e socialismo na revolução boliviana de 1952 (3)

24 – aula 7 –   A comuna de La Paz de 1971 (3)

Outubro

1 – aula 8 - A revolução cubana de 1959, do nacionalismo ao socialismo? (4)

8 – aula 9 – Simpósio de Iniciação Científica da USP

15 – aula 10 - Mário Pedrosa e o debate sobre planificada socialista e desenvolvimentismo (5)

22 – aula 11 – O governo da Frente Popular de Allende e as polêmicas dos socialistas (6)

29 – aula 12 - Haiti: desde a independência, invasão dos EUA em 1915 e a negritude (7)

Novembro

5 – aula 13 –  A dinastia Duvalier e o colapso da nação haitiana? (7)

12 –  aula 14 – Simpósio Internacional: “Segunda Guerra Mundial”

19  - Avaliação individual

26 - aula 15 – encerramento do curso

A disciplina História do Brasil Colonial (I e II) tem como proposta básica discutir as linhas mestras de constituição, desenvolvimento e crise da colonização portuguesa no continente americano entre os séculos XVI e XIX (primeiras duas décadas). Abordando temas específicos ligados a sociedade, economia, política e cultura, a disciplina visa oferecer três linhas de abordagem principais: 1) traços gerais de estruturas e processos históricos que caracterizem os temas específicos a serem abordados; 2) debates e interpretações historiográficas que posicionem tais temas no universo da permanente constituição do saber histórico; 3) trato com documentação primária e com demandas de pesquisa em aberto. Ainda que os cursos oferecidos por cada professor da disciplina possuam feições próprias a depender dos recortes, temas e métodos adotados, de modo geral História do Brasil Colonial I (1º semestre) tem como periodização os séculos XVI e XVII, enquanto que História do Brasil Colonial II enfoca os séculos XVIII e XIX (até 1822
A disciplina História do Brasil Colonial (I e II) tem como proposta básica discutir as linhas mestras de constituição, desenvolvimento e crise da colonização portuguesa no continente americano entre os séculos XVI e XIX (primeiras duas décadas). Abordando temas específicos ligados a sociedade, economia, política e cultura, a disciplina visa oferecer três linhas de abordagem principais: 1) traços gerais de estruturas e processos históricos que caracterizem os temas específicos a serem abordados; 2) debates e interpretações historiográficas que posicionem tais temas no universo da permanente constituição do saber histórico; 3) trato com documentação primária e com demandas de pesquisa em aberto. Ainda que os cursos oferecidos por cada professor da disciplina possuam feições próprias a depender dos recortes, temas e métodos adotados, de modo geral História do Brasil Colonial I (1º semestre) tem como periodização os séculos XVI e XVII, enquanto que História do Brasil Colonial II enfoca os séculos XVIII e XIX (até 1822

Essa disciplina visa introduzir aos alunos as principais transformações econômicas, sociais e políticas no mundo do surgimento do capitalismo à globalização do século XXI.

II. Conteúdo

  1. O Que é História?: Conceitos e Contextos
  2. A transição entre feudalismo e capitalismo
  3. A Revolução Francesa e a república burguesa
  4. A Revolução Industrial
  5. A formação da classe trabalhadora
  6. Imperialismo e colonialismo
  7. A primeira guerra mundial
  8. A Revolução Russa e movimentos socialistas
  9. A crise do capitalismo nos anos 1930
  10. A Guerra Civil Espanhola
  11. A segunda guerra mundial
  12. A guerra fria e a nova divisão internacional do trabalho
  13. A década de 1960: os anos vermelhos
  14. O oriente médio e as origens de 11 de setembro de 2001
  15. Neoliberalismo, globalização e seus descontentes

O estudo das sociedades da Alta Idade Média passou por intensas transformações nas últimas três décadas, graças à releitura crítica das fontes, ao desenvolvimento da interdisciplinaridade e à contribuição da arqueologia. Este curso pretende apresentar uma síntese das pesquisas recentes sobre a construção das identidades e das hierarquias sociais na Europa Ocidental entre os séculos V e XI.

1. A fabricação da Idade Média (séculos XIX e XX) - 05 e 06 de março

P. Geary. O Mito das Nações. A invenção do nacionalismo. São Paulo, 2005, p. 27-80.

I. Wood. The Modern Origins of the Early Middle Ages. Oxford, 2013, p. 154-198. 

2. Continuidade ou ruptura? Do Império Romano aos reinos bárbaros - 12 e 13 de março/19 e 20 de março

W. Gofffart. "Los bárbaros en la Antigüedad Tardía y su instalación en Occidente”. In: L.K. Little, B.H. Rosenwein (eds.). La Edad Media a debate. Madri, 2003, p. 50-79. 

C. Wickham, "La caída de Roma no tendrá lugar”. In: L. Little, B. Rosenwein (eds.). La Edad Media a debate, p. 80-101.

3. A construção das identidades bárbaras - 26 e 27 de março

B. Dumézil. "A conversão dos Varasques do Jura no século VII: missão ou cristianização?”. In: N. de Barros Almeida, M. Cândido da Silva (Org.). Poder e construção social na Idade Média. Goiânia, 2012, p. 109-126.

G. Halsall. "Ethnicity and early medieval cemeteries”. Arqueología y Territorio Medieval 18, 2011, p. 15-27. 

4. As estruturas agrícolas - 09 e 10 de abril/16 e 17 de abril 

H. Pirenne. "A expansão do Islã no Mediterrâneo”. In: Maomé e Carlos Magno. Lisboa, s/d., pp. 129-163.

V.B. Sobreira, "Problemas, limites e possibilidades do conceito de Grande Domínio”, In: O modelo do Grande Domínio: Os Polípticos de Saint-Germain- des-Prés e de Saint-Bertin. História e Historiografia. Dissertação de Mestrado FFLCH/USP. São Paulo, 2012, p. 94-146. 

A. Verhulst. The Carolingian Economy. Cambridge, 2005, p. 1-8 e p. 61-71.

5. Hierarquias e controle social - 23 e 24 de abril 

M.-C. Truc. "Probable Frankish burials of the sixth century AD at Saint-Dizier (Haute-Marne, Champagne-Ardenne, France)”. ACE Conference Brussels:The very beginning of Europe? Early-Medieval Migration and Colonization (2012), p. 51-66. 

6. Paz e violência - 07 e 08 de maio/14 e 15 de maio 

D. Barthélemy. "Os guerreiros bárbaros”. In: A Cavalaria. Da Germânia antiga à França do século XII. Campinas, 2010, p. 21-92.

7. A governança em tempos de fome - 21 e 22 de maio

J.-P. Devroey. "Food and Politics”. In: M. Montanari (ed.). A Cultural History of Food in the Medieval Age. Vol. 2. Londres, 2014, p. 73-89.   

8. A economia moral - 28 e 29 de maio 

M. Cândido da Silva, "A economia moral e o combate à fome na Alta Idade Média”, Anos 90, n. 20, v. 38, 2013, p. 43-74.

J.-P. Devroey, "Le marché carolingien est-il moral?”, In: El mercat: un mondo de contactes i intercanvis. The market: a world of contacts and exchanges [6, 7, 8 juillet 2011: Balaguer (Universitat de Lleida)]. 

9. A Idade Média nos livros didáticos - 11 e 12 de junho/18 e 19 de junho 

M.L. Salgado. "Escrita da história e ensino da história: tensões e paradoxos”. In: H. Rocha, M. Magalhães, R. Gontijo (Orgs.). A escrita da história escolar: memória e historiografia, Rio de Janeiro, 2009, p. 35-50. 

P. Knauss. "Por onde anda a história na atualidade da escola: ensino médio, livros didáticos e ensino de história”. In: A escrita da história escolar: memória e historiografia, p. 293-308.


1 - Problematizar as abordagens analíticas do comércio moderno; 2 - Discutir as várias teses sobre como se garantia (governavam) o cumprimento de normas e acordos no comércio de longa distância; 3 - Rever o termo “redes mercantis,” analisando o papel do estado, da etnia, da religião e da origem geográfica, bem como dos incentivos e penalidades legais, econômicas e sociais; 4- Debater as vantagens e desvantagens das Companhias de Comércio exclusivistas; 5 - Explorar a formação dos mercados: bolsas, corretores, bancos, instrumentos de crédito, mercado de futuros e de ações; 5- Debater o financiamento estatal, a dívida pública e o mercado secundário de títulos governamentais; 6 - Examinar o impacto da guerra imperial, da política colonial e da intolerância religiosa sobre a organização mercantil.