A LGBTfobia se manifesta de diversas formas, e muitas vezes uma simples palavra que tende a parecer "rotineira" pode ser um exemplo de opressão, embora qualquer tentativa de criar um obstáculo na relação afetiva entre pessoas do mesmo sexo seja uma violação dos direitos humanos. A manifestação desta fobia aparece principalmente na forma de rejeição assumida, seja pela família, no trabalho, na política, na escola, na universidade e nos espaços de lazer, por exemplo. Segundo Claudiene Santos (2004), fobia é uma reação de rejeição a algo que não concordamos ou não gostamos. Sendo assim, a LGBTfobia é a manifestação dessa rejeição sobre qualquer pessoa que se identifique como sendo parte da comunidade LGBT+. 

Porém, essas práticas aparecem no cotidiano das formas mais sutis, como piadas e deboches preconceituosos. Uma frase comum é, por exemplo,  "tenho até um amigo que é..." para justificar que a sua “não-fobia”, o que, no final das contas se configura como uma forma de preconceito, pois esta frase demonstra que ser gay, lésbica, bissexual, travesti ou transexual, por exemplo, não é normal, mas você tolera.

A discriminação vai desde um tratamento que é diferenciado, como falas agressivas e de desprezo, podendo chegar a atos de agressão física. Aceitar ou não um casamento LGBT+ pode ser também uma forma de preconceito. É importante, poe exemplo, tomar cuidado com os chamados estereótipos, que são generalizações errôneas e incompletas, tornando-se atitudes negativas e de opressão a grupos e indivíduos. Exemplo de estereótipo é dizer que todo gay é afeminado, ou toda lésbica é masculinizada. 

Em 13 de junho de 2019 o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a criminalização da homofobia e da transfobia no Brasil. Essa decisão fez com que se tornassem crimes com pena de um a três anos (e aplicação de multa) atos de preconceito contra homossexuais e transexuais. A punição é feita pela Lei de Racismo (7716/89). É importante destacar que casos de agressão, casos extremos de linchamento e homicídios são "crimes de ódio". Portanto, ofender ou discriminar uma pessoa LGBT+ é uma prática ilegal e criminosa. 

Em 2002 a UNESCO divulgou a pesquisa "Juventude e Sexualidade", que foi realizada em 14 capitais brasileiras. A pesquisa divulgou que 27% dos alunos das escolas não gostariam de ter homossexuais na mesma classe, 35% dos pais não gostariam de ter homossexuais na mesma sala de aula que seus filhos, e 15% dos alunos consideram homossexualidade uma doença. 

Segundo o portal "O Globo", em 2019 o Brasil registrou 329 mortes violentas de LGBT+, sendo 297 homicídios e 32 suicídios, sendo o país que mais mata transexuais e travestis no mundo. O número é alto, mas é menor com relação a 2017 (445 mortes) e 2018 (420 mortes). Para se aprofundar mais nesses dados acesse o Portal O Globo em reportagem de 23 de abril de 2020.

Outros exemplos de manifestação da LGBTfobia são vistos em situações em que há o sentimento de raiva de uma pessoa só porque ela não é heterossexual ou não se identifica com o gênero com o qual nasceu; condenar o outro por ser LGBT+; utilizar palavras como gay, sapatão e travesti como xingamentos, sendo que tais palavras somente designam o que as pessoas são: LGBT+, portanto não são xingamentos ou ofensa. 

 

Para mais informações sobre os números, observe o seguinte infográfico retirado do Portal Politize, publicado em 5 de outubro de 2018 e atualizado em 12 de fevereiro de 2019:



Além de violência física e da discriminação, outras denúncias feitas por pessoas LGBT+ são violência psicológica (ameaças, humilhação e bullying, por exemplo), violência institucional (resumidamente são os tipos de violência que se fazem presente principalmente nas relações de emprego, mas em qualquer instituição pública ou privada), negligência, abuso financeiro e econômico e violência sexual.



Última atualização: quinta-feira, 23 jun. 2022, 21:05