Angiospermas basais
Introdução
As angiospermas basais compreendem um grupo de plantas que se caracterizam por apresentar pólen uniaperturado ou monossulcado. Dentro das angiospermas basais observamos as ordens cujas afinidades ainda nào estão compeltamente definidas, Amborellales, Nymphaeales e Austrobaileyales e ainda o clado das Magnoliids e ordem Chloranthales.
Amborellales
Ordem constituída apenas por uma família (Amborellaceae) possuindo como característica marcante o fato do carpelo ser fixado apenas por uma secreção. Segundo APG III (2009), existem fortes evidências de que esta ordem é claramente considerada irmã das demais angiospermas. A tentativa de incluir esta na ordem Nymaphaeles resultou em um táxon sem caracteres que sustentem esta inclusão.
Nymphaeales
Ordem constituída por três famílias: Cabombaceae, Nymphaeaceae e Hydatellaceae. A inclusão de Hydatellaceae nesta ordem era inexperada, mas sendo bem suportada morfologicamente e embriologicamente. A inclusão de Cabombaceae em Nymphaeaceae foi reconhecida por diversos autores. Estudos filogenéticos recentes apoiaram ambos os posicionamentos, uma vez que, tanto com a inclusão quanto à exclusão de Cabombaceae fazem de Nymphaeaceae uma família monofilética.
Nymphaeaceae é uma família que possui distribuição cosmopolita e que no Brasil está representada por dois gêneros e 10 espécies, entre as quais Nymphaea amazonum Mart. & Zucc.
Austrobaileyales
Ordem constituída por três famílias, Austrobaileyaceae, Schisandraceae e Trimeniaceae. Dentro da família Schisandraceae inclui-se os representantes da família Illiciaceae, cujo representante mais comum em nosso dia a dia é o Anis-estrelado utilizado como chá aromático.
Chloranthales
Estudos filogenéticos têm demonstrado que Chloranthales seria a ordem irmã do clado das magnolídeas. Sua não inclusão dentro das magnolídeas resulta das diferenças morfológicas (APG III, 2009). Tradicionalmente foram incluídas dentro das Piperales e somente com estudos recentes definiu-se que se trata de uma ordem isolada (Castro & Lorenzi, 2005).
Esta ordem é constituída por apenas uma família, Chloranthaceae. Esta família é formada por quatro gêneros (Ascarina, Chloranthus, Hedyosmum e Sarcandra) e aproximadamente 75 espécies (Castro & Lorenzi, 2005). No Brasil se observa a ocorrência de duas espécies pertencentes ao gênero Hedyosmum, das quais Hedyosmum brasiliense é considerada endêmica.
Clado das Magnolídeas
O clado das magnolídeas reúne quatro ordens, Piperales, Canellales, Magnoliales e Laurales. Segundo os estudos atuais, define-se que estas ordens são formadas pelas seguintes famílias:
-Piperales (Aristolochiaceae, Hydnoriaceae, Lactoridaceae, Piperaceae e Saururaceae).
- Canellales (Canellaceae e Winteraceae).
- Magnoliales (Annonaceae, Degeneriaceae, Eupomatiaceae, Himantandraceae, Magnoliaceae e Myristicaceae).
-Laurales (Atherospermataceae, Calycanthaceae, Gomortegaceae, Hernandiaceae, Lauraceae, Monimiaceae e Siparunaceae).
Entre as famílias que integram este clado destaca-se Lauraceae, representada no país por 25 gêneros e cerca de 400 espécies. Segundo Castro & Lorenzi (2005), do ponto de vista taxonômico é uma das famílias mais complexas da flora brasileira, ocupando maior destaque na composição florística em área de Mata Atlântica e em florestas da Região Sul.
Outra família integrante das Magnolídeas com representantes que ocorrem em praticamente todos os ecossistemas do Brasil está Annonaceae, família da graviola (Annona muricata). Annonacee possui flores usualmente grandes e vistosas, com sépalas carnosas e que em sua base possuem atrativos para besouros, o que indica a ancestralidade da família. Cabe relembrar que na escala evolutiva os besouros estão entre os insetos mais primitivos.
