Laura é mãe de Pedro, uma criança saudável e brincalhona de 2 anos de idade. Na segunda-feira, durante a visita domiciliar, mostrou as fotos do filho que havia tirado no final de semana, durante a visita da avó.


O agente comunitário de saúde percebeu que o olho esquerdo de Pedro apresentava uma mancha esbranquiçada, parecido com o olho de gato e chamou a atenção de Laura. A mãe, preocupada, procurou a UBS para agendar uma consulta. Durante a consulta, o médico examinou a criança e percebeu a presença de uma lesão no fundo do olho esquerdo de Pedro,característica de um tumor. Em vista destes achados, o médico conversa bastante com a mãe e encaminha Pedro, através do sistema de referência e contra-referência, para o oftalmologista que confirma o diagnóstico de um retinoblastoma, um câncer ocular.

Laura se desespera e começa a chorar. “Meu Deus, da onde veio isso? Nem eu, nem o meu marido, nem ninguém. Doutor, será que esta doença pode ser causada pelo cheiro da fumaça da fábrica de tinta que fica perto da minha casa? Este câncer é maligno, doutor? Ele pode espalhar? Doutor, será que o meu filho pode ficar cego? 

O médico tenta acalmar a mãe e, de forma simples, tenta explicar um pouco da biologia dos cânceres e dos mecanismos de carcinogênese. Ele ainda solicita alguns exames para poder verificar a extensão da doença e definir o melhor tratamento para Pedro. Antes de terminar a consulta, o profissional aproveita para perguntar à mãe se Pedro não foi submetido, logo após o nascimento, à triagem ocular neonatal, como orienta a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança. Ela não sabe responder.

Inconformada com o diagnóstico do filho, Laura retorna para casa muito triste, porém esperançosa da sua recuperação.

Last modified: Monday, 21 October 2019, 10:04 AM