Problema 4 – Que droga de machucado na boca!

 

Mauro, 48 anos, pedreiro, residente no município de Cáceres-MT, começou a se sentir incomodado pelo aparecimento de uma ferida na gengiva há 2 meses. Conversou com os amigos, que o orientaram a fazer gargarejo com bicarbonato. Fez uso de alguns medicamentos por conta própria, porém sem melhora do quadro. Resolveu, então, procurar ajuda médica. Na consulta, Mauro contou que nos últimos 2 meses, além do aparecimento deste machucado na boca, percebeu que começou a apresentar um quadro de tosse persistente, acompanhado da perda do apetite e emagrecimento. Negava febre, tosse, vômito, astenia ou alteração do hábito intestinal. Relatou ser tabagista e ex-etilista há 5 meses.

No exame clínico geral, o médico confirmou os sinais de emagrecimento do paciente. O exame clínico especial foi praticamente normal, exceto pela presença de hepatoesplenomegalia e uma lesão bem delimitada, ulcerada, indolor e sangrante ao toque, localizada no vestíbulo da boca, próximo aos dentes molares superiores esquerdos.

Considerando os dados da história, as características da lesão da boca e os dados epidemiológicos da região, o médico fez a hipótese diagnóstica de uma infecção fúngica, com o provável diagnóstico etiológico de paracoccidioidomicose.

Foram solicitados exames laboratoriais, radiografia de tórax, radiografia panorâmica dos dentes e uma biópsia da lesão. O resultado da biópsia revelou a presença de intenso infiltrado inflamatório crônico na lâmina própria, com células gigantes multinucleadas contendo o fungo Paracoccidioides brasiliensis no interior delas.

Com a confirmação diagnóstica, foi iniciado o tratamento com antifúngico e o acompanhamento multiprofissional para restabelecer a saúde bucal.

 

Modifié le: lundi 30 septembre 2019, 14:05