Numa reunião de pais e mestres da escola pública de ensino fundamental I e II, e ensino médio, ocorreu uma acirrada e acalorada discussão entre os presentes. 

Um dos pais estava exaltado porque seu filho de 6 anos estava com vários hematomas em diferentes estágios de absorção, também apresentava sinais de queimaduras nos braços e culpava a escola por não estar atenta às interações entre os alunos. A inspetora da escola sentiu-se ofendida com a acusação e disse que achava muito estranha a fratura de fêmur que a criança teve há alguns meses atrás ao jogar futebol. 

Um outro pai aproveitou para reclamar que seu filho, de 10 anos, teve um “desmaio” há uma semana, que teve recuperação espontânea e a escola não tinha nada preparado para as ocorrência de saúde mais urgentes, cobrando ações do diretor. Ao ouvir este relato, outro pai que é bombeiro sugeriu que a escola adquirisse um desfibrilador automático externo (DEA). O diretor disse que não havia recursos financeiros e que o DEA não é preconizado em escolas.

Para ajudar o diretor que estava pressionado, um dos professores queixou-se que alguns alunos adolescentes do ensino médio estavam ameaçando-o, inclusive fisicamente, nas discussões de alguns assuntos.

A assistente social relatou o caso que acompanhou do aluno João Marcos, de 9 meses. Ele foi encaminhado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ao Pronto Socorro hospitalar, onde chegou nos braços da mãe, que relatou aos prantos, que seu filho caiu do berço e bateu a cabeça, perdendo os sentidos. O pediatra que o atendeu constatou que o bebê estava sonolento, com choro fraco, escore de 9 na Escala de Coma Glasgow, com pupilas isocóricas e fotorreagentes. Notou ausência de lesões em segmento cefálico, entretanto, estranhou presença de várias equimoses pelo corpo, fato que a motivou a realizar exame de fundo de olho, constatando hemorragia de retina. Encaminhou a criança para a realização de tomografia computadorizada de crânio que constatou alterações da normalidade, internação hospitalar e comunicou à assistente social para adotar conduta pensando na Síndrome de Shaken Baby.

Zuletzt geändert: Montag, 6. Mai 2019, 10:16